Santa Maria: famílias cumprem determinação e deixam área

Barracos estavam sendo desmontados pelos moradores (Fotos: Monique Garcez/ Portal Infonet)

A angústia tomou conta das dezenas de famílias que ocupavam um grande terreno no Santa Maria. Elas tiveram que desmanchar seus barracos e casas de alvenaria e retirar todos os pertences da área. A tropa da polícia militar entrou na ocupação para acompanhar a saída das famílias e para manter a ordem. A defensoria pública também estava presente e tentou conseguir uma decisão favorável aos moradores, porém não obteve êxito.

No local, a todo o momento os ocupantes questionavam para onde iriam, mas não obtinham respostas. Alguns deles alegaram que vão invadir um colégio próximo, outros não fazem ideia de onde se abrigar. Pais e mães de família acompanharam a ação policial e ficaram revoltados com a decisão da juíza, para que fosse realizada a reintegração.

"Estão despejando a gente que nem cachorro. Todos os juízes antes de favorecer os donos têm que vir para ver nossas condições. A justiça às vezes é injusta com o povo", bradava a dona de casa Jardilene Ferreira, que mora com mais três pessoas, sendo duas crianças. Questionada se tinha para onde ir após a reintegração de posse, ela afirmou: "vou para a casa da juíza, pois antes de olharem para os ricos, têm que observar o direito dos pobres", alegou.

Gilberto informando que famílias teriam que deixar a área

Em conversa com os moradores, pouco antes da entrada da polícia, o líder do grupo falou que não havia mais jeito. "Infelizmente a gente perdeu essa luta". Ele informou que a juíza havia negado a possibilidade de as famílias se cadastrarem para receber auxílio moradia. "O poder público não se responsabilizou e a prefeitura foi omissa", acrescenta.

O coronel Jackson Nascimento comentou que o poder de convencimento e a consciência de cada morador iriam ser suficientes para que tudo ocorresse com tranquilidade, sem ser necessário o uso de força policial. Sobre a utilização de máquinas, ele disse que seria necessária caso os barracos não fossem destruídos pelos ocupantes.

Manutenção de ocupação

Apesar da reintegração de posse, apenas parte das famílias foram retiradas, pois somente uma parte dos terrenos ocupados pertence ao senhor que pediu a saída dos moradores. Com isso, alguns dos ocupantes que deveriam sair do local começaram a retirar pedaços de uma cerca que dividia os terrenos, para poder ocupar uma área que não estava salvaguardada judicialmente.

Famílias tentam entrar em terreno vizinho

Algumas pessoas tentavam retirar cerca de terreno vizinho

Máquina retirava barricadas na entrada da ocupação

Jardilene reclama de decisão e diz que são tem onde ficar

“Estamos pensando em invadir essa outra área”, alegou Weviston Alves, que está na ocupação há quatro anos. Outro morador, Afonso Oliveira, estava inconformado, pois teria que destruir sua casa feita com blocos. Ele ameaçou invadir um colégio. “Não pode isso. Como é que chega assim e manda todo mundo sair?”, questiona. Já a dona de casa Jardilene, que ocupava a linha de frente da ocupação antes de a polícia entrar, se desesperava e em meio às lágrimas dizia que não tinha para onde ir com a filha e disse que só tinha a sombrinha para se abrigar.

Por Monique Garcez

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