Polícia lança planejamento no 4º estado mais violento

Evento lotou o auditório do TCE/SE (Fotos: Portal Infonet)

A violência desenfreada em Sergipe, colocando o estado na 4ª posição no ranking dos mais violentos do país [dado publicado em 11 de novembro no 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública], foi questionada pelo Portal Infonet na manhã desta terça-feira, 18, quando do lançamento pela Polícia Civil no auditório do Tribunal de Contas (TCE), do Planejamento Estratégico 2012/2016, visando criar o estabelecimento de metas e indicadores. Enquanto acontecia solenidade com entrega de placas e medalhas aos agentes e delegados de polícia, um policial civil era baleado durante assalto no conjunto Augusto Franco.

De acordo com o secretário adjunto da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, João Batista, os números não estão bons no Brasil inteiro. “A questão da violência é um problema seríssimo que tem que ser pactuada não só pelas instituições policiais. O grande erro às vezes é que se coloca a responsabilidade do combate à violência apenas nas costas da polícia, a polícia é apenas um elo do sistema. O sistema é formado pelas polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal, Ministério Público, Poder Judiciário, Defensoria, Sistema Prisional e pelo próprio Ministério da Defesa”, ressalta.

Katarina Feitoza durante entrega de placas

João Batista entende que não se pode combater o crime no Brasil apenas cuidando do Estado. “O crime hoje ele roda. Veja a questão da explosão de cashs, embora em Sergipe nós temos conseguido manter sob controle, este ano já foram 18 casos. O mesmo cidadão que explode um cash em São Paulo, na outra semana ele está explodindo em Sergipe. O que precisa é ter um controle homogêneo em todo o país”, acredita.

Drogas

Sobre a questão das drogas que cresce em larga escala no estado, João Batista confirmou ser um problema emblemático. “Sergipe não produz uma pedra de crack. Essa droga atravessa o país todo para chegar aqui, atravessa fronteiras e divisas estaduais, por isso tem que ser um combate engajado. Eu posso dizer com bastante clareza, é que a SSP, a Polícia Militar e a Polícia Civil vem fazendo um esforço imenso para manter Sergipe com a violência sob controle. A gente tem que pensar macro e aí a sociedade, que é quem paga imposto e quem elege os seus representantes, tem que cobrar e saber a quem cobrar”, enfatiza.

Planejamento

João Eloy entrega medalhas

Sobre o planejamento estratégico, o secretário adjunto explicou que os trabalhos não iniciaram agora. “A cúpula da Polícia Civil já vem fazendo. É óbvio que nenhuma instituição hoje pode sobreviver sem um planejamento a longo prazo. Dra Katarina Feitoza e os seus subordinados vem tentando se aproximar do Tribunal de Justiça, que é referência em planejamento estratégico no Brasil, tentando se espelhar em Pernambuco através do Pacto pela Vida. que é um planejamento com números importantes e replicar essas boas práticas em Sergipe planejando a polícia não só para quatro anos, mas para dez ou 12 anos, para que as pessoas que venham sigam”, diz.

Ele esclareceu ainda que o planejamento “busca primeiro a detectação dos números, segundo as metas e em cima disso valorizar aquilo que é mais importante hoje no serviço público, a meritrocacia, tem que ser policial, mas tem que ter metas a serem alcançadas e quando alcançar essas metas, as pessoas sejam bem valorizadas pela comunidade e pela instituição”.

João Batista: "A gente tem que pensar macro"

A superintendente de Polícia Civil, Katarina Feitoza, destacou que o planejamento estratégico da Polícia Civil vai funcionar como se fosse controlada por um semáforo, ou seja, se a meta estiver cumprida entre 70 e 100% estará no verde: abaixo 50% e 70% estará no amarelo e abaixo de 50% estará numa situação preocupante [no vermelho].

“O processo de elaboração do planejamento foi muito rico e produtivo. Trata-se de um projeto construído por muitos e que, por isto, certamente será bem sucedido”, destaca Katarina Feitoza acrescentando que objetivos estratégicos, metas e indicadores, a exemplo do controle de produtividade serão a tônica da SSP/SE para os próximos anos.

Para se ter uma ideia da violência no estado, os dados do anuário apresentados no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelam que em 2013, foram registrados 929 crimes letais intencionais, um índice de 5,4% maior que o verificado no ano anterior quando ocorreram 845 crimes desta natureza.

Por Aldaci de Souza

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