Falta de água: Deso reconhece falhas no rodízio

(Foto: Portal Infonet)

A Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) reconheceu nesta quarta-feira, 13, que há falhas no rodízio estabelecido para suprir o fornecimento de água em Aracaju e região metropolitana. O representante da empresa, João Bosco Santos, explicou, durante audiência no Ministério Público do Estado (MPE), que a criação de um cronograma de abastecimento é inviável diante da situação que é “grave e desesperadora”. Defesa Civil e Deso se comprometeram a buscar alternativas para ampliar o número de carros-pipa destinados à população.

A audiência foi convocada pela promotora dos Direitos do Consumidor, Euza Missano, na tentativa de encontrar soluções que minimizem os transtornos para a população. “O MPE está tentando minizar o impacto desse desabastecimento, mas a situação realmente é muito grave. A Deso não consegue nem mesmo estabelecer um cronograma de abastecimento por falta do produto, que é a água, e até mesmo de carros para abastecer a comunidade", explica a promotora.

Situação grave

A Deso informou, através de seu representante, que o atendimento com carros-pipa prioriza os serviços de relevância pública e os bairros mais altos destas regiões. São 20 carros, sendo quatro do exército e 16 de prestadores contratados. João Bosco explicou ainda que a água que vem do sistema Cabrita, Imbura e Poxim é insuficiente e que “situação é realmente muito grave, o que tem inviabilizado a Deso até mesmo de fazer cronogramas para o abastecimento das comunidades”.

Previsão

Mesmo com o fim das obras, cuja previsão é para esta sexta-feira, 15, será necessário mais uma semana para o restabelecimento total do fornecimento da água, principalmente para as áreas mais altas. De acordo com João Bosco, há uma preocupação com possíveis vazamentos após a ligação do sistema, em razão da pressão do ar nas tubulações diante do tempo em que o sistema ficou parado.

Defesa Civil

O coordenador da Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Erivaldo Mendes, afirmou que tem recebido contatos de proprietários de tanques que podem ser utilizados no abastecimento da população. O órgão se comprometeu a repassar estes contatos à Deso para que haja uma ampliação do atendimento às comunidades. “Estamos trabalhando para ver as empresas e pessoas que possuam equipamento carro-pipa que possam ser usados pela Deso para melhor o atendimento à população. Percebemos que a demanda é maior que a capacidade de entrega de água que está ocorrendo, e que precisamos aumentar o número caminhões para melhorar situação”, explica.

Investigações

A promotora Euza Missano destacou é preciso dar uma resposta à população e informou que já foi instaurado um inquérito civil para que seja apurada a responsabilidade sobre o incidente com adutora. A primeira audiência já está marcada para esta sexta-feira, 15. “Diante da gravidade e das consequências da situação, evidentemente, que um pedido de desculpas à população não vai ser suficiente. A população reclama por uma providência e por isso vamos fazer a apuração. A partir de sexta, o MPE inicia a toma de depoimentos e as investigações necessárias”, comenta.

Preços da água mineral

A venda de água mineral e os preços praticados na capital sergipana também foram discutidos na audiência. O Procon informou que realizou fiscalizações em mais de 30 pontos e que não foram detectados aumentos abusivos que justificassem as ações dos orgãos de fiscalização. "Foram detectados galões de água mineral sendo vendidos pelo mesmo preço. Então, não houve aumento e nenhum abuso. Também tem locais que os galões são vendidos a R$ 5, R$ 7 e até R$ 9. Pela lei da oferta e procura, se você vende a R$ 7,50, R$ 8 ou R$ 9 é considerado normal. Mas se sai de R$ 7,50 e sobe para R$ 10 ou R$12, a partir daí, consideramos abusivo”, detalha o coordenador de fiscalização do Procon Municipal, Nubem Bomfim.

Por Verlane Estácio