Audiências destacam agressões cometidas por PM

Tenente coronel Eliezer Santana (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Foi realizada na manhã desta terça-feira, 19, na 6ª Vara Criminal do Fórum Gumersindo Bessa, uma audiência presidida pela juíza militar Lidiane dos Santos Andrade, sobre o processo em que o tenente coronel da Polícia Militar de Sergipe, Eliezer da Silva Santana, é acusado de agredir o cabo da PM, lotado no Presídio Militar (Presmil), Antonio Carlos Gratuliano Matos de Barros. O fato foi registrado em 02 de setembro de 2013, quando o tenente coronel da PM teria empurrado um portão por cima do cabo Gratuliano, machucando o braço.

Na audiência desta manhã, foram ouvidos três policiais [Emílio Alves, José Fernando da Costa e José Lima], que confirmaram o desacato com lesão por parte do tenente coronel que continua cumprindo pena no Presmil, que teria sido iniciado em virtude de um fardamento e da “intromissão” do tenente coronel Eliezer Santana.

Advogado Erick Furtado (Foto: Portal Infonet)

“Eu estava preso no Presídio Militar há uns três, quatro dias e o cabo Gratuliano ia me levar para uma audiência, só que ele disse que eu tinha que antes fazer o exame de Corpo de Delito no IML e que eu não podia ir com a farda do presídio. Nisso o tenente coronel Eliezer se meteu na conversa dizendo que eu já tava fardado e o cabo Gratuliano respondeu que deixasse que a conversa era comigo e ele ficou nervoso e quando eu estava do lado do cabo, o tenente coronel empurrou a grade arranhando o braço do cabo e dizendo que não bateu nele porque não quis”, relata.

O policial José Fernando da Costa contou no depoimento que à época trabalhava do setor psicossocial do Presmil. “Eu ouvi o barulho e corri com o objetivo de sanar para não acontecer coisa pior, perguntei se Eliezer bateu no cabo e ele respondeu ‘não bati porque não quis’. O cabo Gratuliano foi encaminhado para fazer corpo de delito no IML e eu lancei o ocorrido no livro”, diz.

De acordo com o cabo Gratuliano, por volta das 7h30 quando chegou ao Presmil, se dirigiu ao portão para falar com José Lima. “Fui saber para onde ele ia e a resposta foi que ia para uma audiência. Quando estava explicando que ele tinha antes fazer exame de corpo de delito no IML e que não podia ir com a farda do Presmil, o coronel Eliezer se meteu na conversa, eu pedi licença e disse para não atrapalhar a comunicação com J. Lima, dizendo ainda que ele estava preso, foi quando ele partiu com agressividade e empurrou o portão por cima de mim. A lingueta bateu no meu braço e perguntei se ele ia me bater, quando respondeu: só não bati porque não quis”, afirma o cabo Gratuliano acrescentando nunca ter tido qualquer desavença com o tenente coronel Eliezer, ou com qualquer outra pessoa na Polícia Militar.

Defesa

O advogado do tenente coronel Eliezer Santana, Erick Furtado Nunes, informou que ainda não foi realizada a instrução criminal. “Vai se prosseguir agora a oitiva das testemunhas de defesa, posteriormente não havendo qualquer diligência ao Ministério Público vai se prosseguir para o julgamento perante o Conselho de Justiça”, destaca acrescentando que a defesa trabalha na inexistência da lesão e que o tenente coronel Eliezer continua preso, tendo sido condenado há alguns anos por outros crimes.

Outra agressão

Também na manhã desta terça-feira, aconteceu a audiência em que o tenente-coronel Eliezer Santana é acusado de agressões contra a juíza Juliana Nogueira Galvão Martins.

O Ministério Público desistiu da oitiva da testemunha do Corpo de Bombeiros Edmilson Bispo dos Santos, mas a defesa insistiu na oitiva. A juíza Lidiane dos Santos Andrade deferiu pedido da defesa fixando prazo de 15 dias para resposta, tendo sido marcada nova audiência para o dia 16 de julho.

Por Aldaci de Souza

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