Clandestinos continuam mobilizados pela legalização

Desolados, condutores se concentram em ponto no Santa Maria (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

O número de veículos do sistema de transporte coletivo em Aracaju está reduzido nesta segunda-feira, 3. Os condutores, que lutam pela regularização do transporte alternativo na zona sul da capital sergipana, se concentraram nos pontos de apoio na manhã desta segunda-feira, mas alguns ainda insistem em driblar a fiscalização e continuaram fazendo o transporte de passageiros nos bairros Santa Maria, Coroa do Meio e Augusto Franco.

Os condutores não esconderam o desolamento. “A situação está muito ruim. Estamos aqui sem poder trabalhar, esperando o presidente da associação para saber o que vamos fazer”, declara Domingos Sávio de Almeida, que, conforme revelou, atua na clandestinidade desde 1995 transportando passageiros do bairro Santa Maria para o centro da cidade.

A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) continua intensificando a fiscalização e, até o momento, três veículos foram apreendidos e os condutores autuados e multados por transporte irregular de passageiros, segundo informações do superintendente Nelson Felipe da Silva Filho.

Acácia: importância para a legalização

A comerciante autônoma Acácia Maria Santos se declara fiel aos clandestinos e permaneceu no ponto aguardando algum condutor que se arriscou a permanecer exercendo a atividade irregularmente nesta segunda. “Eu ando todo dia. A gente precisa deles [dos clandestinos], ando de lotação de manhã e de tarde é bom o serviço”, elogiou.

Fiscalização intensificada

Mas a fiscalização permanece intensificada, segundo Nelson Felipe. Nesta manhã, o superintendente da SMTT divulgou o resultado da operação desencadeada na sexta-feira, 31, quando a população conviveu com um clima de hostilidade e transtornos. De acordo com a SMTT, 45 ônibus do sistema regular foram avariados e 12 veículos que estavam realizando o transporte irregular foram apreendidos durante o dia. Os condutores foram autuados e a maioria dos veículos foi liberada mediante pagamento da multa no valor de R$ 318.

Nos pontos, os passageiros se revelam divididos. Alguns passageiros se manifestaram discretamente pedindo a legalidade do sistema alternativo, outros preferiram se esconder da reportagem e há também aqueles que se rebelam contra a atuação dos clandestinos, aplaudindo a iniciativa da SMTT. “Quero nada saber de clandestino. Fico aqui esperando o meu ônibus que me oferece segurança”, desabafou uma passageira que prefere o anonimato.

Parcela de passageiros de coletivo resistem aos clandestinos

Mas os condutores autuados poderão ser responsabilizados, com a possibilidade de responder por exercício ilegal da profissão e por colocar em risco a vida dos passageiros, segundo Nelson Felipe. A SMTT e as empresas, conforme informou, tentaram registrar todas as ocorrências da sexta-feira, 31, em boletim de ocorrência. “Mas ficou prejudicado por causa da greve dos agentes da polícia civil”, ressaltou o superintendente da SMTT.
O relatório, conforme o superintendente, será encaminhado para a Promotoria de Defesa dos Direitos do Consumidor do Ministério Público Estadual. “Para que sejam tomadas as providências jurídicas necessárias”, informou o superintendente.

Por Cássia Santana

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