Ato e caminhada marcam greve de três dias dos servidores

Servidores saem em caminhada até o Huse (Fotos: Portal Infonet)

Servidores públicos de diversas categorias se uniram em um ato na manhã desta terça-feira, 22, dando início a greve de três dias. A concentração se deu na porta da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), onde representantes sindicais cobraram do Governo do Estado uma pauta unificada que abrange o cumprimento dos acordos dos Planos de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCVs), reposição inflacionária, piso dos professores, transparência nas contas públicas e contra o parcelamento dos salários dos servidores.

Com faixas, bandeiras e camisas, os servidores protestaram com uma caminhada em direção ao Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), onde ficaram concentrados até às 12 horas.

De acordo com o presidente do Sindicato do Fisco de Sergipe (Sindifisco), Paulo Pedrosa, também não está descartada uma greve por tempo indeterminado. “Temos  hoje 15 sindicatos que estão com as atividades paralisadas e o movimento continua na quarta e quinta-feira. Esse é o caminho e não resta outra alternativa diante da intransigência do Governo e da falta de transparência. O Governo ficou de fazer uma reunião com o grupo de trabalho, o prazo estabelecido pelo mesmo já passou e sequer fizeram a reunião onde ia detalhar a situação financeira do Estado. Assim, só resta aos servidores fazer manifestações. Também não está descartado caso o Governo não apresente soluções concretas, a continuidade do movimento, inclusive com uma greve por tempo indeterminado”, garante Pedrosa.

Concetração se deu na frente da Sefaz

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Rubens Marques, destacou a importância da unificação das categorias. “O importante do movimento é que pela primeira vez conseguimos unificar todas as categorias. O Governo ficou de realizar um seminário sobre a transparência das contas do Estado que teria a participação de diversos órgãos, mas até agora nada”, conta.

Segundo a vice-presidente do Sintese, Ivonete Cruz, os professores também estão na luta. “A nossa garantia principal é o reajuste do piso dos professores que já devia ter sido pago desde janeiro e a devolução dos sete dias que foi cortado dos nossos salários. O governo cortou e até o momento não foi apresentado quando será devolvido. Esse dinheiro é nosso”, afirma.

Dias 23 e 24

Paulo Pedrosa diz que não está descartado uma greve por tempo indeterminado

Na quarta-feira, 23, cada categoria fará suas mobilizações específicas. Já no dia 24 de setembro, às 14 horas, todas as classes estarão reunidas no Parque da Sementeira, onde farão uma caminhada com direção ao Palácio dos Despachos.

“A CTB junto com a CUT e as centrais sindicais estão organizando essa paralisação e tem um papel fundamental pra manter a unidade dos trabalhadores. É inédito reunir mais de 20 centrais e unificar uma pauta. Essa mobilização é vitoriosa, os trabalhadores atenderam o chamado e os sindicatos cumprem o papel de defender os trabalhadores. É importante que esse movimento ganhe o apoio da opinião pública, porque os servidores são a coisa mais importante no serviço público”, informa o presidente da CTB, Edval Goes.

Governo

A equipe do Portal Infonet entrou em contato com a assessoria de comunicação do governo do estado que enviou uma nota ao Portal.

Servidores na luta

"Neste momento, o maior compromisso do Governo do Estado é honrar com o pagamento de salários dos servidores dentro do mês trabalhado. Não há, pelo menos por enquanto, como onerar a folha de pagamento com reajuste. Quanto ao PCCV, esse é um compromisso firmado pelo governador Jackson Barreto. Parte dos servidores já teve a primeira etapa do PCCV implementada, com incorporações salariais.

Os servidores do Detran, por exemplo, iniciaram oficialmente uma discussão para implementação do seu PCCV. A gestão estadual já recebeu 28 sindicatos e permanece dialogando com todas as categorias.

Em dezembro de 2014, o Governo do Estado por meio do Decreto 29.925 de 1º de dezembro, determinou medidas para redução de custos e modernização da máquina, como a redução de secretarias e órgãos, diminuição de cargos em comissão, carros locados, linhas telefônicas, pagamento de diárias entre outras medidas".

Por Aisla Vasconcelos