Uso de simulador preocupa proprietários de autoescolas

Centros de formação de condutores terão de se adaptar à mudança (Fotos: Ícaro Novaes/Portal Infonet)

A partir do dia 1º de janeiro de 2016, todas as autoescolas do país só poderão formar condutores para categoria ‘B’ [carros] caso obtenham os simuladores de direção veicular, exigido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) por meio de resolução publicada no Diário Oficial da União ainda em julho deste ano. A medida visa preparar os alunos da melhor forma para enfrentar o trânsito real de veículos. Em Sergipe, os centros de formação de condutores já se preparam para adquirir a ferramenta e, segundo os proprietários, o processo de adaptação ao aparelho envolve estrutura física, quadro de funcionários e custos.

Com a obrigatoriedade, os proprietários de autoescolas vão precisar pagar um valor em torno de R$ 40 mil para adquirir a máquina. Esses custo, segundo os próprios donos, influenciarão no valor que os clientes pagam para se obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Na consulta feita em uma das autoescola de Aracaju, o valor para a formação de um condutor de carro e moto custa em torno de R$ 1.600. Com o reajuste a ser aplicado pelos proprietários, o valor deve subir em média R$ 300.

Jair questiona teme que a regulamentação deixe de valer futuramente

E as preocupações não param por aí. Para acomodar a ferramenta, os centros de formação de condutores precisarão, no mínimo, de uma sala de 12 m², assim como profissionais capacitados para uso, como diz o empresário Jair da Lapa. “São vários os custos. Fora o valor do aparelho, que já é caro para mim, tenho também que ter uma sala para acomodá-lo. Além de tudo, ainda tem o profissional que saiba usar o aparelho”, reclama o proprietário, que diz ainda estar pesquisando o melhor preço antes de adquirir a máquina.

Jair também questiona a durabilidade da regulamentação, usado como exemplo a desobrigação do uso do extintor ABC em carros menos de quinze dias antes do prazo final para os condutores se adequarem. “Meu medo é fazer o investimento e mais tarde essa regulamentação cair e não ser mais obrigatório. Só prejuízo”, atenta.

Vera e Erisvalter já solicitaram o simulador para autoescola

Outros dois proprietários de uma autoescola afirmam que solicitaram o aparelho há poucos dias, mas confessam que não entende de que forma o aparelho pode acrescentar no aprendizado do condutor. “Nós sabemos que essas regulamentações têm todo um estudo de trânsito, engenharia, mas acredito que os condutores aprendem mais na rua do que num simulador”, relata a empresária Vera Andrade.

Apesar de contestar, o outro proprietário, Erisvalter Olímpio garante que sua autoescola cumprirá a decisão e em janeiro de 2016 funcionará como prevê o regulamento dos órgãos de trânsito. “Vamos seguir os moldes exigidos pelos órgãos. Falta ajeitar a estrutura física, custos, mas terá essa adaptação”, diz.

Os alunos terão que cumprir uma carga horária diferenciada com o novo aparelho. Hoje são 25 aulas práticas na rua, mas, com a nova medida, passarão a ter, pelo menos cinco aulas no simulador antes de pegar um carro de verdade.

Simulador será primeiro intrumento de prática do aluno em formação

Detran/SE

De acordo com a assessoria de comunicação do Departamento de Trânsito de Sergipe (Detran/SE), até então o regulamento está mantido e o órgão passará a fiscaliza a partir de janeiro de 2016. O setor ainda informa que o regulamento prevê que, aquelas autoescola que não tem condições de adquirir o aparelho, pode fechar parcerias com outras para seus alunos terem as aulas no simulador antes de ir às ruas.

Por Ícaro Novaes

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