Policiais rodoviários não farão trabalhos extras

Fiscalização intensificada nas rodovias (Foto: Arquivo Portal Infonet)

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está intensificando a fiscalização em diversos trechos das rodovias federais que cortam Sergipe. Mas a atividade poderá ficar comprometida em decorrência da reação do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais que orienta aos profissionais a não realizar atividades extras enquanto o governo federal não atender às reivindicações da categoria.

Mas o Núcleo de Comunicação da PRF garante que a atividade será realizada com sucesso. Nesta quinta-feira, 24, as ações estão disseminadas em vários pontos, com maior concentração nos trechos onde apresentam maior incidência de acidente de trânsito, segundo informações do inspetor Wilson Santos, do Núcleo de Comunicação da PRF.

Conforme o inspetor, em Sergipe os pontos mais preocupantes estão nos municípios de Umbaúba, Cristinápolis e Estância, na extensão da BR 101, e também em Itabaiana, na BR 235. Nestes locais, segundo o inspetor, acontecem com frequência colisões, atropelamentos e até capotamentos.

Para inibir o excesso de velocidade, há equipes distribuídas nestes trechos em diferentes horários operando com radar, conforme o inspetor Wilson Santos. Cerca de 100 policiais rodoviários federais se revezam nesta atividade, articulada pela Operação Rodovida iniciada no dia 18, na perspectiva de ser finalizada no dia 14 de fevereiro do próximo ano, pós-carnaval.

Sem extras

Para garantir cobertura completa nestas ações, a PRF destinou 30% do efetivo que atua na área administrativa para executar a fiscalização, segundo o inspetor do Nucom. Mesmo assim, a atividade do Rodovida Cidades pode estar comprometida, na ótica do presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais, Dovercino Borges Neto.

Segundo o presidente do sindicato, os policiais rodoviários federais estão em estado de mobilização e se recusam a fazer trabalhos extras, o que se tornou comum na instituição devido ao pequeno efetivo. Conforme revela Doverno Neto, há uma carência em torno de 3 mil policiais rodoviários no país. E, como consequência, os policiais rodoviários acabam realizando atividades diversas na instituição para suprir a demanda.

Mas a categoria, conforme explicou, não mais se submeterá a esta estratégia até que o governo federal decida negociar a pauta de reivindicações da categoria que inclui o fortalecimento institucional da PRF, a partir de realização de concurso público, pagamento de gratificações relativas ao adicional noturno e periculosidade, além de reajuste dos salários.

Na primeira quinzena de janeiro, os policiais rodoviários federais realizarão assembleia geral em Brasília para definir novos encaminhamentos. Segundo o presidente do sindicato, o governo tem se recusado a debater com a categoria o fortalecimento institucional e se limitou a propor reajuste de3 28% escalonado, diluído nos próximos quatro anos. “E a categoria rechaçou esta proposta”, adverte.

Por Cássia Santana

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