Seminário discute alternativas para enfrentar estiagem

Seminário discute alternativas para enfrentar estiagem (Foto: Semarh)

Com o objetivo de discutir ações emergenciais e estruturantes para mitigar os impactos e garantir a água para consumo humano e animal diante da escassez hídrica que vem castigando o Nordeste há sete anos consecutivos, foi realizado na manhã desta quinta-feira, 23, no auditório da Codise, o “Seminário de Avaliação da Seca em Sergipe”, promovido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), por meio da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), em parceria com o Banco do Nordeste (BNB).

O evento, que contou com a participação do secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas, debateu temas pertinentes como a “Análise dos fatores climáticos e da previsão emitida no período”, ministrado pelo meteorologista da Semarh, Overland Amaral, que fez uma análise pormenorizada da previsão do tempo para o próximo trimestre em Sergipe.

Segundo Overland, a previsão não é nada animadora e o período de estiagem deve se repetir como em 2016. “Nos próximos três meses, vemos que as condições atmosféricas e oceânicas indicam a possibilidade de termos um trimestre abaixo da média em todas as regiões. Isso significa que vai influenciar bastante nos recursos hídricos, tanto quanto na agricultura, porque as condições não são boas. No caso do Litoral, a média é de 400 milímetros (mm) e a previsão indica 300 mm, ou seja, 30% abaixo do normal. Infelizmente, as notícias não são animadoras para todo o Estado nos próximos três meses”, afirmou.

Para o secretário Olivier Chagas, o Seminário é uma oportunidade valiosa de aprender e traçar estratégias para atenuar os efeitos da seca em Sergipe. “O que a gente deve fazer de início é ter um diagnóstico do problema o mais preciso possível. Quando a gente faz esse tipo de seminário, estamos buscando adquirir conhecimento da nossa realidade. Com isso, podemos projetar os caminhos para enfrentar essa questão da crise hídrica e estudar qual o caminho a seguir. Além disso, é uma oportunidade de ouvir o Banco do Nordeste, que veio participar do evento para falar dos programas de financiamento que o homem do campo pode participar, já que perderam suas plantações”, destacou.

Impacto

Outro tema bastante aguardado foi o “Impacto da seca nos recursos hídricos e no setor produtivo”, ministrado pelo superintendente da SRH, o engenheiro agrônomo Aílton Rocha. Segundo ele, Sergipe tem aproximadamente 30 municípios em situação de emergência devido ao colapso hídrico, sendo reconhecidos, inclusive, pelo Ministério da Integração Nacional. As regiões mais críticas, segundo Aílton, são Agreste Central – principalmente em Malhador, onde já há racionamento de água e proibida a irrigação agrícola -, Centro-Sul e Alto Sertão.

“A solução mais prática é recuperar o que ainda existe. A seca é crítica. A chuva que anda caindo não é suficiente para encher os reservatórios e estamos todos apreensivos, porque as previsões são de chuvas abaixo da média. O que temos de fazer é trabalhar para o pior cenário. A seca está em seu estado máximo, que é de excepcionalidade, e esse seminário nos ajuda a traçar estratégias de convivência com a seca, além de conscientizar a sociedade”, disse Ailton Rocha, ao lembrar que é preciso fazer o monitoramento permanente dos recursos hídricos, alertando o poder público e a sociedade para as mudanças enérgicas de paradigmas.

Renegociação

A “Renegociação de Dívidas Rurais e o FNE Água”, um dos temas mais aguardados do Seminário, foi explanado pelo superintendente do Banco do Nordeste em Sergipe (BNB/SE), Saumíneo Nascimento. Ele explicou a Lei 13.340/2016, publicada no Diário Oficial da União no último mês de setembro, a qual dá descontos e facilita a renegociação de dívidas de produtores rurais do Norte e do Nordeste prejudicados pela seca, já que muitos agricultores contraíram empréstimos para iniciar o plantio, mas não conseguiram colher.

“Vim apresentar os nossos programas de créditos voltados para o fortalecimento das condições hídricas do estado e, ao mesmo tempo, apresentar informações sobre a renegociação de dívidas rurais que irão viabilizar a retomada de novos empréstimos de financiamentos para os agricultores. Nós temos instrumentos legais com informações sobre processos e metodologia de renegociação, condicionando novos financiamentos, até porque nós temos recursos suficientes”, destacou Saumíneo.

Enfrentamento

O governo do Estado vem adotando algumas medidas para atenuar os efeitos da seca, a exemplo do Programa Garantia Safra; da perfuração de poços artesianos; a construção de sistemas dessalinizadores; operação carro-pipa, além da implementação do FNE Água, programa de Financiamento do Banco do Nordeste para permitir, que numa situação de seca extrema, haja a garantia da sustentabilidade hídrica.

Fonte: Semarh

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