Sindicato dos Bancários diz que não incentivou uso de óleo queimado

Óleo queimado nas portas das agências bancárias deixou os clientes de alguns bancos indignados com o Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb-SE). Ontem, durante uma paralisação de 24 horas, manifestantes decidiram espalhar o produto na calçada das agências para que ninguém pudesse entrar nos prédios. O assunto acabou sendo discutido em rede nacional e levantou dúvidas quanto à credibilidade do movimento.

 

Segundo o secretário de Imprensa e Comunicação da entidade, Marcelo Vieira, a entidade não esteve ligada ao ato, ou seja, espalhar óleo não foi idéia do sindicato. O ato teria sido isolado e Marcelo teme que a manifestação seja associada aos sindicalistas. “Os bancários formam uma categoria esclarecida e esse ato foi fruto de algumas poucas pessoas que se juntaram ao movimento, não foi uma idéia te todos”, explicou.

 

Ainda ontem, Marcelo havia dito que o principal objetivo da paralisação de 24 horas era conquistar o apoio dos clientes e atingir à imagem dos bancos. Porém, a intenção acabou funcionando ao contrário. Protestos generalizados de funcionários e de clientes retiraram boa parte do apoio que poderia ser conquistado pelos grevistas.

 

UNIDADES – Mesmo com a repercussão negativa, o Seeb-SE estima que cerca de 20 agências pararam no Estado. O número é baixo, mas celebrado como uma conquista pelo Sindicato, isso porque esperava-se um resultado ainda mais baixo.

 

“O movimento foi excepcional e nos surpreendeu bastante. Nós sabíamos que não íamos conseguir uma adesão homogênea da categoria, mas conseguimos paralisar todas as agências da Caixa e do BNB em Aracaju. Metade das unidades do Banco do Brasil e alguns bancos privados aderiram com paralisações parciais”, disse o secretário de Imprensa.

 

Tamanha animação é justificável porque demonstra que mais bancos podem se unir à greve geral da categoria, programada para 6 de outubro. Até lá, espera-se que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) convoque os sindicatos dos bancários para uma negociação. De acordo com o Seeb-SE, esta é a única forma de se evitar uma parada por tempo indeterminado.

 

PRIMEIRA TENTATIVA – Em Sergipe, essa foi a primeira tentativa do ano de se fazer uma paralisação. Outras capitais já iniciaram movimentos parecidos ao longo de 2005. O ato desta quarta foi uma tentativa de dar mais consistência à greve geral.

 

“Ainda temos que recuperar o nível de mobilização do Banco do Estado de Sergipe (Banese) e convencer os companheiros de bancos privados a aderirem ao movimento. Estamos fazendo assembléia no dia 5 de outubro para deliberarmos e referendarmos a paralisação. Estamos também fazendo uma plenária para avaliação do movimento e para discutirmos estratégias de discussão da greve”, anunciou o sindicalista.

 

Por Wilame Amorim Lima

Da Redação do Portal InfoNet

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