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Ponte Gilberto Amado (Fotos: Portal Infonet) |
Moradores e comerciantes da Ponta dos Mangues, localizada no Povoado Terra Caída, município de Indiaroba, não imaginavam que para esperar pela chegada do desenvolvimento, teriam que passar por um longo período de sofrimento. Isso pode ser comprovado com a paralisação das atividades das lanchas e a lentidão na execução das obras da ponte Gilberto Amado, os prejuízos de donos de bares e restaurantes são incalculáveis com o afastamento dos turistas. A comunidade luta para que o abastecimento de água seja feito pela Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). Já são nove dias sem água e nenhuma providência é tomada.
“Com as obras paralisadas, a situação piora porque quando os trabalhadores estão aqui, sempre movimentam a economia do Povoado Terra Caída, mas do jeito que está não sabemos aonde vamos parar. Esta semana, os trabalhadores começaram a retornar e a nossa expectativa é de que a ponte seja concluída ainda este mês. Estamos sem lanchas e sem ponte. Claro que quando a ponte inaugurar, não vamos ter as lanchas que trazem os turistas, mas é só investir em divulgação. Até os moradores podem colocar placas e setas informando que na beira do rio existem bares e restaurantes muito bons”, ressalta Eulene Alves, dona de um dos bares.
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Canteiro de obras em Terra Caída |
Segundo ela, quando as lanchas estavam operando pelo rio Piauí, não faltavam visitantes aos bares e restaurantes. “Para se ter uma idéia dos prejuízos, eu comprava de 12 a 14 caixas de cervejas e refrigerantes para abastecer o meu bar e agora compro duas caixas e sobram. Antes colocava quase 20 mesas e a churrasqueira vivia acesa. Hoje eu boto duas mesas e elas continuam vazias até o final da tarde”, destaca Eulene Alves lembrando que cria o filho de 9 anos com a renda obtida no bar e que as lanchas estão paradas há cerca de sete meses.
De acordo com o comerciante Igor Rocha, filho do dono do principal restaurante localizado à beira do rio Piauí, a situação está mesmo muito difícil. “Aqui nem precisava esperar por feriados, ou pelos finais de semana. O movimento era a semana inteira. Com o início das obras, as balsas pararam de funcionar e o pior é que os trabalhos estão a passos de tartaruga. Hoje é sexta-feira e não temos um único cliente no restaurante. O prejuízo é de 99%”, lamenta.
Sem água
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Balsa está parada há cerca de sete meses |
Para completar a angústia dos cerca de 30 mil moradores do Povoado Terra Caída, a falta de água no local vem causando sérios transtornos. “Quando o governador esteve aqui visitando as obras da ponte, foi com a comitiva e o prefeito João Eduardo para o restaurante ali na beira do rio. Eu fui até lá e perguntei: Quem é Déda? E ele levantou imediatamente e veio falar comigo. Eu expliquei a nossa situação, disse que a maioria das casas tem poços e água é puxada de bombas, chegando muito suja. Ele ficou de resolver e em poucos dias um assessor me ligou e disse que precisa ir até a Deso. Fui até lá com o representante da Associação de Moradores, mas até agora nada”, conta Eulene Alves.
Ela disse ainda que antes a água era fornecida por meio da Associação de Moradores, mas atualmente o povoado vem sendo abastecido pela Prefeitura de Indiaroba. “Mas não é suficiente. As merendeiras da escola sofrem com baldes na cabeça para não deixar faltar a merenda das crianças. Eu furei um poço na minha sala e coloquei uma bomba. Aqui muita gente colocou bomba e compra água. Eu mesma pago R$ 10 para encher uma caixa pequena. Nós estamos precisando de água limpa nas torneiras”, diz.
"Nós estamos há nove dias sem água aqui em Terra Caída. A Sulgipe avisou que ia faltar energia, mas os responsáveis pelo abastecimento de água não tomaram as providências corretas e a bomba queimou. Agora a situação piorou de vez", enfatiza a comerciante.
Deso
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Eulene não tem mais ânimo para colocar mesas |
Na assessoria de Comunicação da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), a informação é de que o abastecimento de água no Povoado Terra Caída é realmente feito pela prefeitura local, mas que “após a inauguração da Ponte Gilberto Amado, existe a possibilidade de que seja realizado pela Deso”.
A reportagem do Portal Infonet tentou por diversas vezes ouvir o prefeito João Eduardo Viegas Araújo, sobre a deficiência no abastecimento de água, mas não obteve êxito. E continua a disposição da prefeitura para quaisquer esclarecimentos por meio do telefone (79) 2106-8000 ou pelo e-mail: jornalismo@infonet.com.br.
Sem verbas
Na assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Infraestrutura, a informação é de que 89% das verbas destinadas à execução das obras são orúndas do Governo Federal e que o repasse está em atraso.
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Ela exibe a cor da água consumida |
O diretor do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), Antônio Vasconcelos confirmou que a paralisação das obras se deu por conta do atraso no repasse de verbas federais.
“As obras estavam paradas em virtude do atraso no repasse de verbas do Governo do Estado, mas aos poucos estão sendo retomadas e estão em andamento. A gente reconhece os transtornos para a comunidade, mas depois de pronta, a ponte trará grandes benefícios”, enfatiza acrescentando que a previsão de conclusão é de julho de 2012.
Ele explicou também que as balsas foram desativadas "porque elas cruzavam por baixo da ponte e com a execução das obras, poderia ocorrer algum tipo de acidente, ou seja, estavam gerando perigo às pessoas".
Por Aldaci de Souza
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