(1) Saumíneo da Silva Nascimento
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(Foto: Arquivo Portal Infonet) |
O IBGE acaba de divulgar, uma Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira na base de 2009, com o objetivo possibilitar um conhecimento mais amplo da realidade social do País.
O IBGE apresenta as informações organizadas tematicamente, com relevantes estatísticas sociais.
A principal fonte de informação para a construção dos indicadores foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD para o ano de 2008, cuja cobertura abrange todo o Território Nacional.
Assim, na perspectiva de apresentar uma contribuição para o entendimento da realidade de Sergipe, apresento adiante uma breve análise de alguns quesitos demográficos. A percepção pelos números e índices apontados é a de que realmente Sergipe é um Estado diferenciado dentro da Região Nordeste, apresentando sempre, indicadores e índices superiores a média da Região, sendo o importante pólo de atração de pessoas que aqui querem morar e cuidar
do futuro, claro que políticas sociais públicas e privadas são os alicerces dessa transformação.
A taxa de urbanização do Brasil evoluiu nos últimos dez anos de 79,6% para 83,8%, e confirma a tendência de crescimento paulatino do processo de urbanização brasileiro. A taxa de Sergipe de 83,4% é a maior da Região Nordeste. A taxa da Região Nordeste é de 72,4%. O Piauí tem a menor taxa de urbanização não só do Nordeste, mas do Brasil 62,8%. A taxa do Ceará (76,9%), do Rio Grande do Norte (72,0%), Paraíba (78,3%), Pernambuco (76,4%), Alagoas (68,0%) e Bahia (68,9%).
A maior taxa de urbanização do Brasil é do Rio de Janeiro é de 96,7%. Este resultado se deve ao fato de essa Unidade da Federação ter o maior percentual de população residindo na região metropolitana e ter uma baixa ocupação de população em atividades agropecuárias. O contraste da taxa de urbanização fluminense pode ser feito com a do Estado do Piauí, cujo valor é o mais baixo do País: 62,8%.
A razão de dependência é um indicador demográfico bastante utilizado para fins de análise socioeconômica, como as de mercado de trabalho. Esse indicador expressa a proporção de pessoas em idade potencialmente inativa de uma população, em relação a100 pessoas em idade potencialmente ativa ou disponível para as atividades econômicas. Em 2007, a razão entre as populações de 0 a 14 anos e de 65 anos ou mais de idade e o segmento populacional com idades entre 15 a 64 anos de idade era de 47,9%. Entre os estados, a menor razão de dependência se encontra em Santa Catarina, 41,4%, enquanto, no Maranhão, temos o maior valor com 66,5%, o que expressa desigualdades territoriais bastante significativas. Tais resultados são fruto de processos reprodutivos diferenciados.
Neste quesito Sergipe também se diferencia do Nordeste, pois a sua razão de dependência é de 49,0% a menor da Região e neste indicador quanto menor o percentual melhor a posição do Estado. A média da Região Nordeste é de 62,6%.
A razão de sexo, é uma medida de avaliação por sexo e grupos etários, expressa o número de pessoas do sexo masculino para cada 100 pessoas do sexo feminino. No Brasil,em 2008, essa medida que é de 94,8 homens para cada 100 mulheres deve-se, principalmente,à sobremortalidade masculina. As Regiões Metropolitanas mostraram que para cada 100 mulheres, existiam apenas entre 87,4 (Rio de Janeiro) e 92,1 (Belo Horizonte) homens, os valores mais baixos encontrados, além das Unidades da Federação de Sergipe, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Então neste quesito, razão de sexo, Sergipe é o Estado do Nordeste que tem a menor proporção de homens por mulheres, para cada 100 mulheres em Sergipe existem 91,2 homens; na Região Nordeste a média são 95,8 homens para cada 100 mulheres.
A fecundidade, para o conjunto do País e para a maioria das regiões, mantém-se como fator demográfico fundamental para a caracterização da evolução da população brasileira. Em 2008, a taxa de fecundidade total (número médio de filhos que uma mulher teria ao final do seu período fértil) foi de 1,89 filho. Tal valor traduz o resultado de um processo intenso e acelerado de declínio da fecundidade ocorrido na sociedade brasileira nas últimas décadas. Os níveis mais baixos da taxa de fecundidade se encontram nos estados da Região Sudeste, sobretudo no Rio de Janeiro e São Paulo com valores um pouco acima de 1,5 filho por mulher. Diversos países, especialmente os europeus, já atingiram valores bem abaixo do chamado nível de reposição natural da população, como a Alemanha, cuja taxa, no período 2005-2010, é de 1,32 filho, contrastando com a Índia, com 2,76 filhos por mulher.
Em Sergipe a fecundidade ficou em 2,28 filhos por mulher, acima da média da Região Nordeste que é de 2,12 filhos/mulher, e ocupando a 3ª posição na Região Nordeste, nas duas primeiras posições da Região Nordeste neste quesito (filhos/mulher) temos o Maranhão (2,67) e Alagoas (2,63).
O processo de redução dos níveis de mortalidade no Brasil está refletido adequadamente pela evolução da esperança de vida. De fato, a esperança média de vida ao nascer no País era, em 2008, de 73,0 anos de idade. A vida média ao nascer, entre 1998 e 2008, cresceu 3,3 anos, com as mulheres em situação bem mais favorável que a dos homens
(73,6 para 76,8 anos, no caso das mulheres, e 65,9 para 69,3 anos, para os homens). Os desníveis regionais, embora tenham diminuído de intensidade, ainda persistem. A diferença absoluta dos valores das esperanças de vida entre o Distrito Federal e Alagoas, em 1998, era de 9,7 anos, enquanto, em 2008, decresceu para 8,4 anos. Em decorrência, a
taxa bruta de mortalidade, que representa a frequência com que ocorrem os óbitos em uma população, caiu de 6,53 ‰, em 1998, para 6,22 ‰, em 2008.
A melhoria das condições de habitação, particularmente o aumento relativo do número de domicílios com saneamento básico adequado e a ampliação da cobertura dos serviços de saúde, vem contribuindo para reduzir as mortes infantis. A taxa de mortalidade infantil continua em declínio, passando de 33,56 ‰ para 23,59 ‰, entre 1998 e 2008, ou seja, baixou em quase 30,0% em um prazo de 10 anos. O Rio Grande do Sul foi o estado que registrou a menor taxa de mortalidade infantil (13,10 ‰) e Alagoas, com 48,20 ‰, apresentou a mais elevada, em 2008.
Sergipe tem a segunda melhor esperança de vida da Região Nordeste, aqui a expectativa é de viver até 71,3 anos, a maior é da Bahia com 72,3 anos; a média da Região Nordeste é de 70,1 anos. Discriminando-se por sexo, a expectativa do homem sergipano é de 68 anos e da mulher de 74,8 anos. Em Sergipe tem-se a menor taxa bruta de mortalidade da Região Nordeste com 5,94%; a média da Região Nordeste é de 6,61% e a do Brasil é de 6,22%. Na mortalidade infantil a taxa de Sergipe é de 32,60%, Inferior a taxa média da Região Nordeste que é de 34,40%.
A distribuição da população por Grandes Regiões de residência atual segundo o lugar de nascimento, em 2008, mantém as mesmas tendências verificadas no início da década de 1990, revelando uma relativa estabilidade dos movimentos migratórios inter-regionais. Nordeste e Sul, com 97,2% e 94,1%, respectivamente, são as duas regiões que apresentam as maiores proporções de população natural, isto é, população residente cujo local de nascimento ocorre na própria região. O Centro-Oeste tem em sua composição o menor número de população natural (69,5%) e, consequentemente,
o maior de migrantes (30,5%), sendo que, desses, 23,0% são provenientes das Regiões Nordeste e Sudeste. Cabe ressaltar que Distrito Federal, Rondônia e Roraima são os três estados onde se encontram os menores percentuais de população natural, acarretando um maior número de migrantes na composição de suas populações
residentes.
Aqui neste quesito mais um destaque de Sergipe na Região Nordeste, é o Estado da Região Nordeste que tem o maior percentual de não naturais (11,8%), isto significa que é proporcionalmente o Estado da Região Nordeste para onde as pessoas mais migram, julgo que são exatamente por estes diversos indicadores sociais. Na Região Nordeste as duas menores taxas de não naturais são do Ceará (5,7%) e da Bahia (5,4%).
Fica evidenciado pela abordagem o quanto Sergipe distancia-se da média regional para melhor nos aspectos sociodemográficos, mas este é um desafio constante de toda a sociedade.
(1) Economista e Dr. Geografia
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