Sergipanos devem usar 13º com dívidas, diz economista

Em Sergipe, 692 mil pessoas devem receber o 13° salário (Fotos: Arquivo Infonet)

O 13º salário tão esperado pelos trabalhadores será, em sua maioria, utilizado para pagar dívidas. É o que diz o economista do o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos em Sergipe (Dieese), Luís Moura. Em Sergipe, estima-se que 692  mil pessoas recebam o benefício, o que representa uma injeção de R$ 968,33 milhões na economia.

O economista explica que ao optar por usar o dinheiro do 13º para pagar as dívidas, o trabalhador se livra das altas taxas de juros. “Aqueles que estão com o nome incluído no SPC e Serasa, tem a chance de limpar nome. Quem deve ao cheque especial, pode cobrir a dívida e fugir dos juros que chegam a 8%. Já aqueles que têm faturas parceladas em cartões de crédito, podem pagar a fatura integral e fugir dos juros de 15%”, detalha Luís Moura.

A reforma da casa e compra dos presentes de fim do ano representam a segunda opção das pessoas na hora de usar o benefício. “Não é o certo, mas infelizmente é o que acontece. Poucas pessoas conseguem, mas guardar o dinheiro para a poupança deixando-o para os compromissos de início do ano (IPVA, material escolar, dentre outros) seria a melhor alternativa”, destaca.

Economista do Dieese, Luís Moura

De acordo com Luís Moura, os investimentos utilizando o 13° salário são ínfimos. “Isso quase não acontece, pois o que sobra é insignificante e suficiente apenas para poupança. O brasileiro paga dívida para fazer mais dívidas”, afirma.
Para que as pessoas não se enrosquem em mais dívidas, a dica, segundo o economista, é evitar contrair dívidas e limitar os gastos com elas, em no máximo 33% da renda mensal.

Dados da economia sergipana

O contingente de pessoas no estado que receberá o décimo terceiro correspondente a 0,87% do total que terá acesso ao benefício no Brasil. Em relação à região Nordeste, esse percentual é de 4,10%. Os empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários, representam 68,5%, enquanto pensionistas e aposentados do INSS equivalem a 41,5%. O emprego doméstico com carteira assinada participa com 2,1%.

Por Verlane Estácio e Raquel Almeida