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(Foto: Arquivo Portal Infonet) |
Em novembro, o preço dos gêneros alimentícios essenciais diminuiu em 13 das 17 capitais onde o Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. As maiores quedas foram verificadas no Rio de Janeiro (-7,88%), Porto Alegre (-6,18%) e Goiânia (-5,26%). As altas no mês foram mais moderadas e registraram-se em João Pessoa (1,02%), Belém (0,61%), Vitória (0,50%) e Florianópolis (0,31%).
São Paulo foi a capital onde se apurou o maior valor para a cesta básica (R$ 299,26). Depois aparecem Vitória (R$ 295,31) e Porto Alegre (R$ 286,83). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 205,63), Salvador (R$ 220,49) e João Pessoa (R$ 235,35).
Com base no valor apurado em São Paulo e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para a manutenção de um trabalhador e a família dele, suprindo gastos com alimentação, moradia, educação, vestuário, saúde, transportes, higiene, lazer e previdência social, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em novembro, o salário mínimo pago deveria ser de R$ 2.514,09, ou seja, 4,04 vezes o piso vigente. Com a queda de preços no mês, este valor é menor do que o estimado em outubro, quando ficou em R$ 2.617,33 (4,21 vezes o salário base). Em novembro de 2011, o salário mínimo necessário era de R$ 2.349,26 ou 4,31 vezes o valor mínimo em vigor na época, R$ 545,00.
Variações acumuladas
No acumulado do ano até novembro, apenas Goiânia registra queda nos preços médios dos alimentos (-3,56%). Nas outras localidades, os aumentos situam-se entre 3,50%, no Rio de Janeiro e 16,04% em Natal. Os aumentos mais significativos foram verificados em Natal (16,04%), João Pessoa (15,25%) e Recife (14,84%).
Nos últimos 12 meses, de dezembro de 2011 a novembro deste ano, o custo médio da cesta de alimentos aumentou em todas as capitais pesquisadas, com destaque para Natal (19,63%), João Pessoa (18,71%) e Fortaleza (18,46%). As menores elevações foram verificadas em Goiânia (1,82%), Porto Alegre (2,57%) e Rio de Janeiro (3,98%), como mostra a Tabela 1.
A queda de preços na maioria das capitais determinou a diminuição do tempo de trabalho necessário para comprar a cesta básica em novembro. Para adquirir o conjunto de produtos alimentícios essenciais, o trabalhador que recebe salário mínimo precisou trabalhar, em média, 92 horas e 37 minutos em novembro, 3 horas a menos do que era necessário em outubro. Em novembro de 2011, a jornada média de trabalho exigida para a compra da cesta somava 96 horas e 13 minutos.
Quando a relação é feita com o salário mínimo líquido, ou seja, após desconto da parcela correspondente à Previdência, verifica-se que o trabalhador comprometeu, em novembro deste ano, 45,76% dos vencimentos com a compra da cesta básica. Este percentual é menor do que o exigido em outubro (46,95%) e também do que o necessário no mesmo período do ano passado, quando correspondia a 47,54% do salário mínimo liquido vigente.
Comportamento dos preços
O tomate – produto cujo preço é sempre sujeito a alterações – foi o item que mais influenciou o recuo nos preços médios da cesta básica, já que o preço teve redução em 15 localidades. As maiores oscilações foram verificadas no Rio de Janeiro (-48,13%), Curitiba (-37,03%) e Porto Alegre (-36,40%). As únicas localidades que registraram alta, ainda assim pequenas, no mês, foram Florianópolis (2,50%) e João Pessoa (2,48%). Os preços do produto vêm registrando baixas constantes desde setembro deste ano, reagindo aos aumentos de oferta devido à continuidade da colheita em algumas regiões produtoras. Na comparação anual, houve baixa de preços em 10 capitais, as mais significativas no Rio de Janeiro (-31,80%), Salvador (-27,21%) e Porto Alegre (-21,87%). As altas, no mesmo período de comparação, variaram entre 4,26%, em Manaus e 55,24%, em Natal.
O preço do feijão diminuiu em 12 cidades pesquisadas. As quedas mais expressivas foram observadas em Manaus (-7,86%), Belém (-6,82%) e Fortaleza (-5,88%). Os aumentos foram apurados em Natal (3,73%), Brasília (3,47%), Florianópolis (1,73%) e Porto Alegre (1,02%). A única cidade onde se verificou estabilidade foi Goiânia. As quedas no mês ainda não foram suficientes para anular tendência de alta em 2012. No ano, de janeiro a novembro, os preços acumulam alta em todas as capitais pesquisadas, todas elas acima de 10% de aumento. As oscilações mais expressivas foram anotadas em Belém (46,64%), Aracaju (42,65%) e Rio de Janeiro (41,54%).
A carne bovina, produto de maior peso na cesta básica, teve o preço reduzido em nove das capitais pesquisadas. As principais baixas ocorreram no Rio de Janeiro (-3,78%), Goiânia (-2,66%) e Curitiba (-2,23%). As altas mais importantes foram apuradas em Vitória (3,47%), Brasília (1,50%) e João Pessoa (0,86%). Os preços no mês podem refletir um aumento na oferta de animais para o abate, o que influencia os preços no atacado, e podem resultar em menores preços ao consumidor final. Na comparação anual a carne teve alta em 12 localidades. As maiores elevações foram anotadas em Salvador (12,87%), Aracaju (8,81%) e João Pessoa (7,92%). As quedas ocorreram em: Goiânia (-6,59%), Belém (-1,14%), Rio de Janeiro (-1,06%), Curitiba (-0,90%) e Florianópolis (-0,69%).
O preço do arroz subiu na maioria das capitais pesquisadas (15 localidades). As maiores altas foram verificadas em Brasília (14,95%), Belém (12,04%) e Aracaju (9,71%). As quedas foram apuradas em Goiânia (-4,31%) e Florianópolis (-0,44%). Nos últimos 12 meses terminados em novembro, os preços subiram em todas as capitais, com variações acima de 10%. As maiores altas foram verificadas em Belém (71,23%), Vitória (47,37%), Curitiba (46,25%).
O preço da farinha continua apresentando alta no mês de novembro. Seus preços subiram em 15 cidades pesquisadas. Os maiores aumentos foram apurados em capitais nordestinas onde se pesquisa a farinha de mandioca: Aracaju (37,38%), Belém (27,58%) e Fortaleza (20,14%). Houve estabilidade em Porto Alegre e retração nos preços em Goiânia
(-5,26%), ambas localidades onde é acompanhado o preço da farinha de trigo, como ocorre em todo Centro-Sul do país. O aumento nas capitais nordestinas ocorre devido à seca, que ocasionou queda de produtividade na maior região produtora, e também à demanda firme pela farinha que precisa ser escoada de outras regiões. Na comparação anual os aumentos foram anotados em 14 localidades, com destaque para Aracaju (114,13%).
Os preços do pão francês tiveram alta moderada em nove cidades, variando de 0,20%, em Vitória à 2,97%, em Curitiba. Houve estabilidade em cinco capitais, e baixa de preços em Goiânia (-2,67%), Manaus (-1,70%) e Aracaju (-0,21%). As altas mais moderadas no mês, bem como o número de capitais onde ocorreu estabilidade nos preços, pode indicar uma menor capacidade de repasse de preços ao consumidor final, dado os aumentos já efetuados nos meses anteriores. Na comparação anual, apenas em Aracaju (-0,84%) foi anotada queda no preço. As altas mais significativas foram apuradas em Vitória (20,07%), Salvador (15,10%) e Curitiba (14,61%).
Já o óleo de soja subiu em 11 localidades. As maiores altas foram apuradas em Brasília (4,64%), Porto Alegre (3,19%) e Curitiba (2,89%). As quedas mais significativas se deram em Salvador (-3,01%), Goiânia (-1,88%) e Natal (-0,78%). Em relação ao mesmo período do ano passado os preços subiram em todas as capitais, com destaque para, São Paulo (27,44%), Belo Horizonte (26,26%) e Vitória (25,68%).
Em novembro, a batata registrou queda em seis das nove localidades do Centro-Sul do país, onde é pesquisada. As diminuições mais significativas foram verificadas em Goiânia (-22,51%), Porto Alegre (-14,16%) e Rio de Janeiro (-13,31%). As altas de preços foram apuradas em Florianópolis (3,50%), Vitória (1,22%) e Brasília (1,02%). Em 12 meses, houve aumento em todas as cidades, com destaque para Belo Horizonte (72,09%), Brasília (47,76%), Curitiba (47,37%) e Vitória (47,34%). A queda de preços no mês reflete a normalidade da oferta devido ao inicio da colheita das safras nas principais regiões produtoras.
Fonte: Ascom Dieese
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