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Empresários foram queimados em ato simbólico (Fotos: Portal Infonet) |
Bonecos em alusão aos empresários do transporte público da capital foram queimados em um ato realizado na noite desta quarta-feira, 24, por integrantes do movimento Não Pago. Os bonecos foram amarrados no viaduto do Distrito Industrial de Aracaju (DIA) e batizados com o nome dos empresários Laurinho da VCA, Marcos Petrônio [dono da empresa Halley e Modelo], Adierson Monteiro [presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp)] e o prefeito de Aracaju, João Alves Filho. A queima representou ainda um protesto contra o valor da passagem que voltará para R$ 2, 35.
Mais cedo, os integrantes do Não Pago saíram em passaeata da frente do Teatro Tobias Barreto em direção à sede Setransp, onde o trânsito foi interrompido e pneus foram queimados.
Segundo o advogado do Movimento Não Pago, Gustavo Mendes, a reivindicação também é em repúdio ao silêncio do gestor diante das questões que envolvem o transporte público. “Estamos lutando para que a prefeitura tome a decisão definitiva sobre o transporte público. A gente propõe ao prefeito com base no artigo 41 da Lei Orgânica, que seja determinada uma intervenção por interesse público nas empresas do grupo Bomfim e no Setransp. Com a intervenção, o prefeito vai determinar um interventor pra apenas administrar, não vai tomar as empresas e por isso não precisa indenizar a empresa nem responder com dinheiro público pelas dívidas”, afirma.
Quebra-quebra
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Ao chegarem à porta da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), alguns integrantes do movimento arremessaram tintas e pedras chegando a quebrar as vidraças do órgão.
Um ônibus da linha Padre Pedro, que estava estacionado em frente ao Banese do Terminal DIA, também foi apedrejado por manifestantes. Segundo o motorista Marcio Vieira, o ônibus estava em repouso no momento em que foi apedrejado. “Desse jeito não dá, agora é recolher o carro”, diz.
De acordo com o coordenador do Não Pago, Cleidson Carlos Santos, a população está indignada com aumento da passagem.“ Muita gente apoia o movimento, mas tem pessoas que estão agoniadas e a gente pede paciência. A gente compreende que tem reações e entende que vandalismo é o que estão fazendo com a população, cobrando um transporte público caro e de péssima qualidade. Por isso a população está indignada e quer botar para fora”, afirma.
DIA
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Manifestantes se concentraram no Teatro Tobias Barreto
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No Terminal DIA, agentes da Guarda Municipal aguardaram os manifestantes e fizeram a segurança do local. Ainda assim, o tumulto foi generalizado e o terminal fechado sem que os ônibus entrassem ou saíssem do local.
No loca, a pedagoga Lucecia Vieira ficou indignada em não poder ir para casa. “Tenho direito de ir para casa. Quer reivindicar, acho justo, mas temos o direito de ir e vir”, diz.
Por Aisla Vasconcelos