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Peritos agrários em cargos de chefia no Incra pediram exoneração (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
Peritos Agrários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Sergipe vem realizando paralisações pontuais para reivindicar melhorias salariais. A mobilização, que acontece em todo o país, tem o intuito de pressionar o governo para que novas propostas de reajuste sejam apresentadas. Segundo a classe, há três anos não existe reajuste salarial dos profissionais.
“O salário do cargo máximo da nossa carreira no Incra recebe menos do que o cargo inicial no Ministério da Agricultura, sendo que todos nós temos formação em engenheiro agrônomo. Também recebemos menos que no [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais] Ibama, [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] Dnit e outros órgãos que possuem o cargo de perito”, explica o representante do Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) em Sergipe, Ricardo Romero.
Ricardo acrescenta ainda que, em comparação com algumas instituições, os peritos do Incra recebem menos do que técnicos agrícolas, que são profissionais de nível médio. “Nosso salário obedece ao acordo de 2008, e desde 2010 está congelado. Não foi feita nem mesmo a correção inflacionária, enquanto profissionais de outros órgãos tinham progressão salarial. Queremos sensibilizar o governo para a nossa realidade, já que isso não tem justificativa ”, alega.
Exoneração
Como estratégia de mobilização, o SindPFA incentivou entre os peritos de todo país uma demissão coletiva dos profissionais que assumem cargos de chefia. Em Sergipe, dos quatro peritos nesta condição, um aderiu à indicação. No Brasil, o pedido de exoneração de 53 peritos que atuam em 14 Estados e no Distrito Federal foi protocolado na sede do Incra, em Brasília, no último dia 26.
Segundo Ricardo, o movimento está definindo estratégias de luta para os próximos dias. “No dia 31 de agosto o Governo fecha o orçamento do ano. Por isso, nosso intuito é intensificar as manifestações. Na próxima segunda-feira [2], as delegacias estaduais do sindicato vão realizar reuniões para formular as atividades do movimento”, diz.
Prejuízos
Entre os serviços prejudicados com a paralisação dos peritos agrários está a vistoria e classificação de terrenos para desapropriação. “O perito é responsável por fiscalizar, aferir e classificar o imóvel para garantir o fluxo da reforma agrária. A obtenção de novas terras também passa pelo nosso trabalho, além do acompanhamento de perícia judicial, prosseguimento do processo de desapropriação após a avaliação do imóvel, assistência técnica e produção de pareceres e relatórios”, informa Ricardo.
Por Nayara Arêdes e Eliene Andrade