Ligações no pré-pago pode sair até 130% mais caro

Idec analisou as quatro principais operadoras do país (Foto: Divulgação)

Muitos consumidores de serviço de telefonia móvel não sabem mas estão pagando até 130% a mais no minuto do pré-pago, se comparado a um plano pós-pago da mesma operadora. É o que diz o levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec).

A pesquisa, que foi publicada em março de 2014, constata diferenças de preços cobrados pelas quatro principais operadoras de telefonia móvel no país: Claro, Tim, Oi e Vivo. Para evidenciar a disparidade entre os preços, o Idec analisou que uma das empresas cobra R$ 0,67 por minuto no pós-pago e R$ 1,56 no pré-pago.

A funcionária pública, Marilira Soares, é uma das consumidoras que desconhecia a disparidade dos preços. “Não conhecia que o custo do preço variava tanto assim. Somos descaradamente lesados por essas empresas”, coloca.

Marilira Soares, funcionária pública, não sabia da diferença alta de preços

Ela, que possui três chips, diz que o compromisso de pagar uma conta todo mês é o que faz muita gente preferir o pré-pago. “Além de não perceber que é tão caro, as pessoas não querem mais outro compromisso. Coloco crédito nos três chips pré-pago porque preciso falar com muita gente”, acrescenta.

Joice Fernanda, funcionária de uma loja da Oi em Aracaju, também acredita que muitos clientes fogem da obrigação de pagar mais uma conta. “Explicamos para os clientes na hora da compra que o plano pós-pago pode ser mais vantajoso, mesmo assim, eles preferem o serviço pré-pago”.

O economista, Luiz Moura, aborda que o cliente deve se atentar para alguns detalhes na hora de contratar um serviço com as operadoras, para não sair na desvantagem. “É preciso observar a operadora que é mais utilizada na sua região e segundo, obter detalhadamente as informações das promoções e planos”, afirma.

Economista, Luiz Moura, alerta clientes

Para ele, as operadoras também abusam na validade dos créditos. “Eles colocam a validade para manter a fidelidade dos clientes, para que eles sempre coloquem mais créditos. Acredito que isso é um abuso. Como você paga pelo um serviço e tem um tempo para usufruir daquilo que você já pagou?”, questiona.

O profissional liberal, Reinaldo Francis, entende que o plano pós-pago só é bom para quem fala muito ao telefone. “Para mim que falo pouco, não vejo vantagem em pagar um plano. Por isso, coloco crédito no pré-pago”, diz.

Luiz Moura aponta que o uso do pré-pago é utilizado por grande maioria dos brasileiros. “Com a popularização da telefonia móvel e a possibilidade de ter mais de um chip no telefone, o uso do pré-pago torna-se mais viável para uma parcela mais humilde da sociedade”.

“Estamos observando que o uso do telefone fixo está cada vez mais de lado. Este tipo de tecnologia está morrendo. Quando o uso de novas tecnologias, como o Whatsapp, superar a lógica do pagamento por uma ligação ou mensagem, pode ser que as operadoras sofram um baque. Este tempo ainda não chegou, mas não está tão distante”, finaliza o economista.

Por Geilson Gomes e Raquel Almeida

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