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Nome do jornalista Silvio Oliveira foi parar no SPC (Fotos: Portal Infonet) |
A clonagem de cartões de crédito vem sendo cada vez mais frequente no dia a dia dos consumidores. Os transtornos são inúmeros e vêm tirando o sossego de muitos sergipanos.
A forma mais comum de descobrir se a pessoa tem um cartão clonado é quando a fatura do cartão vem com compras que o proprietário não fez. Pode-se entender como clonagem o fato de falsificar um cartão igual ao original e utilizado indevidamente por uma segunda pessoa.
A pouco mais de um mês, o jornalista Silvio Oliveira percebeu que tinha sido vítima desta fraude. Segundo ele, mesmo sem ter acesso ao uso do cartão por algum tempo, não evitou que o cartão fosse clonado.
“A compra foi feita em São Bernardo do Campo em SP na loja de lá. Foram feitas duas compras no mesmo dia, sendo uma dividida em oito parcelas de R$ 177 e outra, também de oito parcelas, de R$ 9,75, cada uma. Só percebi o golpe depois que chegou a primeira fatura em casa no dia 16 de março. Fui na loja e uma funcionária disse que eu aguardasse uns 10 dias, porque ia abrir um procedimento para ver se a assinatura feita batia com a minha. Eu tive acesso à assinatura e a que consta é diferente da minha. A menina disse que seria tranquilo, que eu não fizesse o pagamento e que iria reconhecer que a dívida não era minha”, conta
Para a surpresa de Silvio Oliveira, no mês seguinte [abril], o jornalista tomou ciência de que tinha sido incluído no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). “Voltei lá e me pediram para aguardar e me deram agora um prazo de 60 dias, mas para minha surpresa, já veio à segunda fatura de abril e a cartinha de proteção ao crédito”, afirma.
Até o momento, Silvio Oliveira ainda não prestou uma queixa, mas afirma que pretende acionar a justiça caso o problema não seja solucionado. “É um susto porque primeiro você tem um cartão que não faz compras há anos e chega uma fatura com o limite máximo estourado. Quando você vai na loja pede para aguardar um pouco e que vão solicitar uma microfilmagem de assinatura e nesse tempo você fica com o nome sujo”, lamenta.
Nivalda Soares também foi vítima do mesmo golpe. Para ela, o transtorno foi ainda maior já que além de ter o cartão clonado, ela só tomou ciência de que fora incluída no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), no momento em que precisou alugar um imóvel.
Sílvio diz que a assinatura não é dele
“Fui alugar um imóvel e fui surpreendida porque o meu nome estava no SPC e SERASA. É um transtornos e também uma vergonha, porque você não deve, mas tem seu nome sujo. Antes de botar na justiça, fui na empresa e eles disseram que estava tudo bem e afirmaram que eu não estava no SPC. Logo depois, fui lá [SPC], peguei uma declaração, arrumei um advogado e coloquei na justiça. Ganhei a causa e recebi uma indenização”, conta.
Cuidados essenciais
Ao possuir um cartão, o consumidor deve tomar alguns cuidados para se proteger de possíveis golpes. Os órgãos de Defesa do Consumidor orientam que o cartão não deve ser fornecido a uma segunda pessoa e a recomendação é para nunca deixar a senha registrada em papéis junto ao cartão ou em locais de fácil localização. Se possível, a pessoa deve memorizá-la. Ao usar os caixas eletrônicos, coloque-se de frente para a máquina, evitando que alguém veja os números digitados. Não abrir e-mail de bancos ou correspondentes solicitando seus dados e, em caso de dúvida, procurar a operadora do cartão.
Crime
De acordo com o delegado responsável pela repressão de Crimes Cibernéticos, Alessandro Vieira, tão logo se verifique que foi vítima de um golpe, o cidadão deve procurar imediatamente a operadora do cartão e prestar um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia.
“Primeiro se deve procurar a administradora do cartão e depois prestar um BO na delegacia para se apurar o caso e tentar identificar como foi capturado os dados da pessoa, porque às vezes a pessoa que clona não é a mesma que faz a compra e isso também precisa ser investigado”.
A orientação do delegado é que os clientes somente façam compras em lojas reconhecidas e, em caso de compras online, que sejam feitas em computadores confiáveis.
Por Aisla Vasconcelos