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Apenas a matriz de Frei Paulo continuará funcionando em Sergipe (Foto: Divulgação Vulcabras) |
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Calçados, Fiação e Tecelagem dos Municípios de Frei Paulo, Carira, Lagarto e Ribeirópolis (Sindcafit), Roneyclecio Alves, terá uma reunião na tarde desta terça-feira, 13, com os representantes da Vulcabras. Na ocasião, serão discutidos os direitos trabalhistas dos cerca de 1.300 funcionários demitidos nesta segunda-feira, 13, das fábricas Azaleia localizadas em três cidades sergipanas.
O secretário de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Saumíneo Nascimento agendou reuniões com alguns empresários que já demonstraram interesse nos galpões. Ele discutirá a possibilidade de contratar os trabalhadores demitidos.
“Os trabalhadores das unidades de Carira, Lagarto e Ribeirópolis foram pegos de surpresa ontem (12). Eles já previam as demissões porque as fábricas não estavam vendendo. A diretoria da empresa convocou uma reunião com o Sindcafit para esta segunda e oficializou o encerramento das atividades. Hoje vamos sentar com a diretoria da Vulcabras aqui em Aracaju para discutir o pagamento dos direitos, apesar de que já garantiram que todos os demitidos irão receber as rescisões”, destaca Roneyclecio Alves.
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Saumíneo: "A nossa preocupação é absorver a mão de obra especializada" (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
O sindicalista informou ainda que a unidade da Azaleia localizada no município de Frei Paulo, continua funcionando. “Serão desativadas as fábricas de Carira, Ribeirópolis e Lagarto [esta é a mais antiga, inaugurada em 2002]. A nossa expectativa é de que os prédios sejam aproveitados pelo Governo do Estado, para trazer novas fábricas no ramo de calçados, para que possamos aproveitar a mão de obra qualificada, pois além desses 1.300, já tivemos outras demissões na Azaleia e o secretário Saumíneo Nascimento já adiantou que fará de tudo para trazer novas unidades e aproveitar o pessoal”, acrescenta.
Sedetec
O titular da Sedetec, Saumíneo Nascimento informou que terá uma reunião às 11h desta terça com alguns empresários já instalados em Sergipe no ramo de calçados e na segunda-feira, 19, com empresários de outro ramo, que já demonstraram interesse nos galpões.
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Produção em Sergipe é voltada para o público feminino |
“Queremos aproveitar a mão de obra especializada no ramo de calçados, mas estamos conversando com outros setores também. Temos uma reunião hoje e outra na segunda-feira. Estamos fazendo todos esforços para absorver os trabalhadores o mais rápido possível. Atualmente o Grupo Vulcabrás possui uma fábrica nos estados do Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul e agora ficará com uma Sergipe. Isso além de uma unidade na Argentina. A Azaleia é apenas uma das marcas do grupo que detém ainda a Dijean, Olympikus, Reebook. Nós fomos comunicados ontem com os diretores sobre o fechamento das fábricas em Sergipe e estamos fazendo uma avaliação e entrando em contato com outras, que pediram para resguardar os nomes por enquanto”, enfatiza o secretário.
SRT
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Nilson Socorro: "Lamentável" (Foto: Divulgação) |
Um dos diretores do grupo Vulcabras/Azaleia, Flávio Rodrigues esteve reunido também na segunda-feira, 12 com a superintendente regional do Trabalho em Sergipe, Celuta Kraus.
“O Flávio Rodrigues esteve aqui na SRT para comunicar o fechamento de três unidades em Sergipe. Eles informaram ter feito vários esforços, mas não conseguiram manter as fábricas de Carira, Lagarto e Ribeirópolis abertas. A produção era de produtos voltados para o público feminino e o mercado não conseguiu absorver pela própria concorrência com o mercado chinês. O grupo está aqui desde 1997 empregando mais de 4 mil pessoas. Agora ficará somente a matriz em Frei Paulo. É lamentável que cerca de 1.300 trabalhadores estejam sendo demitidos, principalmente de fábricas em que nunca tivemos problemas quanto às questões trabalhistas”, destaca o assessor da SRTE, Nilson Socorro lembrando que outro diretor, o Leonardo Horta Rodrigues, fez o comunicado ao governador Jackson Barreto e ao secretário Saumíneo Nascimento.
Já foram fechadas 11 fábricas do grupo em todo o país por conta da queda no mercado calçadista, principalmente em virtude da concorrência com os produtos chineses. Para se ter uma ideia, os prejuízos giram em torno de R$ 300 milhões.
O Portal Infonet tentou contato telefônico com o gerente de Recursos Humanos do Grupo Azaleia em Sergipe, Márcio Lima, para saber os motivos que levaram ao fechamento das três fábricas, mas não obteve êxito. O Portal continua a disposição para quaisquer esclarecimentos pelo telefone (79) 2106-8000 ou pelo e-mail: jornalismo@infonet.com.br.
Por Aldaci de Souza