Julgamento sobre demitidos do Grupo Bomfim é adiado

Advogado durante a sustentação no pleno do TRT. Vários demitidos acompanharam (Fotos: Aldaci de Souza/Portal Infonet)

Foi adiado para o próximo dia 9 de setembro, o julgamento do processo envolvendo 1.200 ex-funcionários do Grupo Bomfim. Os trabalhos foram abertos no Pleno do Tribunal Regional do Trabalho 20ª Região, na manhã desta terça-feira, 2, mas foram suspensos. Após o advogado dos trabalhadores, Sérgio Andrade Rosas, ter feito a sustentação, requerendo pelo total improvimento dos agravos interpostos [já que o grupo tomou ciência da penhora dos bens no dia 27 de janeiro de 2014 e protocolou no dia 11 de fevereiro, perdendo o prazo], o desembargador Jorge Antônio Cardoso [relator do processo], pediu vistas.

“A empresa VCA, do Grupo Bomfim, tomou ciência da penhora no dia 27 de janeiro de 2014 e somente protocolou os embargos de execução no dia 11 de fevereiro, fora do prazo de cinco dias”, ressalta, Sérgio Andrade Rosas, advogado de grande parte dos ex-funcionários.

Sérgio Rosas fala com os demitidos sobre a remarcação do julgamento

Sérgio Rosas argumentou que a penhora dos bens foi designada pela Justiça do Trabalho, sob toda a garagem. “Mas, o grupo quer desmembrar em três para facilitar a penhora e nós solicitamos que a parte do meio [da MS], avaliada em mais de R$ 61 milhões, 865 mil 120 seja mantida, para garantir o pagamento das questões trabalhistas aos ex-funcionários”, destaca acrescentando que se apenas as partes das extremidades sejam mantidas, não tem como ser efetuado o pagamento referente às dívidas.

“Já tem um leilão marcado para o dia 24 de setembro, para a venda das duas partes da garagem, sendo uma avaliada em R$ 28 milhões, 545 mil 130 [CGL] e outra em 9 milhões, 589 mil, 70 reais [Bomfim Tour]. É preciso que a parte da MS, avaliada em R$ 61 milhões seja mantida na penhora e foi isso que pedimos aqui no pleno”, explica.

"Prazos não foram obedecidos", diz advogado

Ainda na sustentação, Sérgio Rosas deixou claro que, “quanto a alegação de que as empresas não fazem parte do mesmo grupo econômico, devem ser desconsideradas porque possuem sócios em comum. José Lauro é sócio de uma empresa, Lauro Filho, de outra, a MS tem como sócia, a senhora Maria Gilza, que é esposa do Sr. José Lauro”.

Vistas

Após a sustentação do advogado, o desembargador Jorge Antônio Cardoso, relator do processo, pediu vistas até o próximo dia 9 de fevereiro, quando o julgamento deverá ser realizado no pleno do TRT/SE. “Como algumas datas não estão batendo, peço vistas até a próxima terça-feira, 9”, afirma o desembargador.

Ex-funcionários aguardavam do lado de fora

Após a suspensão do julgamento, o advogado reuniu os ex-funcionários das empresas do Grupo Bomfim, para comunicar a suspensão do julgamento.

“O relator pediu vistas para dar uma nova verificada no processo e analisar os autos. Infelizmente hoje não ficou nada definido no processo, eu fiz a sustentação e o importante mesmo no julgamento pra vocês é que a parte do meio da penhora seja levada à leilão. Isso porque as dívidas, que inicialmente estavam avaliadas em R$ 30 milhões, mas agora com mais trabalhadores entrando na justiça, já são de R$ 60 milhões e até o final do processo, deve passar dos R$ 80 milhões”, enfatiza.

Transtornos

Os cerca de 1.200 funcionários do grupo que foram demitidos e não conseguiram ainda receber as dívidas trabalhistas passam por sérias dificuldades financeiras.

Sucupira: "A casa caiu em junho"

“A casa caiu em junho. Eu trabalhei 10 anos na Empresa São Pedro e quando sai, recebi o salário de junho em julho e pouco mais de R$ 2 mil referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), porque não estavam depositando. Não pagaram férias, décimo terceiro e outras garantias. Alguns colegas nossos não suportaram a situação e morreram de infarto, outros se suicidaram. A nossa esperança é de que a justiça aqui do TRT fique do nosso lado”, diz o motorista José Gileno Sucupira.

"E não adianta dizerem que a VCA não faz parte do Grupo Bomfim porque eu fui contratado pela São Pedro, mas ficava migrando para a Cidade Histórica e depois para a VCA e eles diziam que a contratação era a mesma porque eu estava no mesmo grupo", completa João Ricardo dos Santos e Silva.

Contraponto

João Ricardo: "Não adianta dizer que a VCA não faz parte do Grupo Bomfim"

Em nota enviada ao Portal Infonet nesta segunda-feira, 1º, a assessoria de Comunicação da Empresa Bomfim informou que os lotes que estão no edital de leilão não são da empresa. "As empresas do Grupo VCA são de Lauro Antonio e os lotes pertencem  ao grupo VCA o qual inclui a empresa CGL Empreendimentos e Participações S/A".

Por Aldaci de Souza

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