Milho: safra pode render 2,95 milhões de espigas

Milho (Foto: Arquivo Infonet)

A utilização e comercialização do milho para a formulação de ração animal é cada vez mais constante dentre os produtores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia em Canindé de São Francisco, há 213km de Aracaju. Infraestrutura hídrica criada pelo Governo do Estado, e administrada pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para desenvolver a agricultura no Semiárido, mas que vem fornecendo a alimentação à pecuária, via silagem ou produção de feno.

Como silagem ou na produção de feno, processo ocorre aproveitando a palhada, após a colheita, ou ainda destinando toda ou parte da lavoura para a formação da forragem. Isso resulta em uma integração da agricultura irrigada – feita no Perímetro – e a pecuária leiteira, nas áreas de sequeiro. Ou seja, propriedades rurais fora do projeto de irrigação pública e que não contam diretamente com o benefício, estão tendo acesso à ração animal por esta via”.

José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, considera positivo o fenômeno, por mais pessoas serem assistidas indiretamente pela Companhia, e isso no Semiárido Sergipano, região carente de recursos hídricos para manter qualquer cultivo voltado à nutrição animal.

“Ocorre uma ampliação da área assistida pelo Governo do Estado com a irrigação pública, para além do território que compreende o Perímetro da Cohidro. No Sertão, aonde a principal atividade rural e a pecuária leiteira. Isso reflete positivamente em uma maior resistência do sertanejo, criador de gado de leite, aos efeitos da seca”, considerou Felizola.

Agricultor irrigante do Califórnia, José Leidison (foto Fernando Augusto Ascom Cohidro)

Agricultor irrigante do Califórnia, José Leidison dos Santos, produz milho para vender espiga destinada ao consumo humano, mas também a palhada ou o pé inteiro, para fazer forragem de nutrição animal. “O preço aqui varia, vai de R$ 0,25, mas dependendo da precisão, o cara paga até R$ 0,50 o quilo da ração e a gente tira a espiga também. A gente tira assim, suponha que seja 2ha. Tira um para vender a espiga, porque ajuda você financeiramente a pagar uma gradiação de terra, pagar um adubo, um trabalhador, ajuda muito. Porque se você plantar só para vender a ração não sai, é muita gente que trabalha né? Então, a gente tem que saber dosar dos dois lados”.

Já Pedro Luís Martins, produz o milho, irrigado no Califórnia, só para fazer a silagem, alimento para sua própria criação de gado, atualmente de 15 novilhos. “85 dias o pé está pronto para silagem, ele já tem espiga né? Já está no ponto de silagem. Aí é só botar debaixo da lona para cozinhar. Aí, quando der 45 dias, você pode dar ao gado. Mas dependendo da lona, você pode colocar 1 ano, 2 anos, 3 anos”. O método que o agropecuarista usa se adéqua ao fato de lavoura, silo e criação estarem em um mesmo lote, mas a palhada com a espiga também pode ser triturada e desidratada, em forma de feno, o chamado ‘rolão’, que facilita inclusive no armazenamento e transporte.

Mercado

Em Canindé, o milho do período junino pode sair da lavoura há preços de até R$0,50 a espiga e neste ano foram plantados 90,775ha pensando nos festejos, o que pode render, aproximadamente, a colheita de 2,95 milhões de espigas. Mas segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, nem todo este milho tem, como destino certo a mesa dos sergipanos.

“Nós temos uma produção de milho que irá atender, na época junina, a população do Estado de Sergipe. Nessa produção, principalmente em Canindé de São Francisco, há uma predisposição dos produtores em produzir milho também para que no próximo verão, no segundo semestre de 2017, possa estar havendo a integração entre o irrigado e o sequeiro, para o fornecimento de ração para os animais da pecuária leiteira do nosso Sertão Sergipano”, justificou João Fonseca.

Técnico agrícola e servidor da Cohidro, alocado no Perímetro Califórnia, Tito Reis explica como os produtores que ele assiste, nos lotes irrigados, fazem a comercialização da ração animal. “Além dos produtores que plantam para o consumo humano, a palhada se utiliza para forragem, então o produtor tem diversas formas de melhorar o seu sistema de comercialização. Existem pessoas que vem com o interesse de querer o milho completo, ou seja, o pé junto com a espiga, para pode enriquecer a base nutricional da forragem. E existem outros compradores, que compra o milho, só o palhagem. Eles não levam em consideração muito, para diminuir o custo, ele usa só a palha como base nutricional para os animais, e ai deixa para o produtor, a espiga, que ele consegue vender para os mercados, dentro do Estado e até fora dele, como Salvador, Maceió e no Ceasa em Aracaju”.

Fonte: Cohidro

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