Não Pago diz que tarifa deveria ser de R$ 2,65

Movimento vê incoerência em tabela apresentada pelo Setransp (Fotos: Portal Infonet)

Coletiva ocorreu na manhã desta terça

O Movimento Não Pago convocou uma coletiva de imprensa nessa terça-feira, 8, para mostrar incoerências no reajuste da tarifa do transporte coletivo da Grande Aracaju. De acordo com o grupo, a tarifa deveria ser de R$ 2,65 e não R$ 2,98 como está sendo pedido pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros, o Setransp.

De acordo com Demétrio varjão, representante do Movimento, no relatório apresentado pelo Setransp há incongruências: "A gente observou que a planilha de custo é feita sob um cálculo fraudulento para jogar o valor da passagem lá para cima. Eles colocam custos inexistentes, por exemplo, salário de cobrador em veículo que não tem cobrador, como os micro-ônibus. Outra questão é que eles usam índices muitos defasados em relação à peças e dizem que a vida útil de um pneu é de 30 mil km, baseado em um dado de 30 anos atrás. Hoje temos pneus modernos e muito mais econômicos”.

Ainda de acordo com o Não Pago, em 2016 o Tribunal de Contas de Sergipe mostrou que o valor da tarifa de 2013 deveria ser de R$ 2,09 e não de R$ 2,35, como foi reajustada à época. “Somando à inflação, o valor em 2017 deveria ser, então, de R$ 2,65”, explicou Varjão.

Motorista integrantes da Associação dos Rodoviários do Estado de Sergipe também estavam presentes na coletiva e falaram da condição dos coletivos. "Os ônibus que estão rodando são praticamente sucateados e não oferecem um transporte de qualidade', diz Aroldo Julião, que está há 10 anos na profissão. "Já faz cinco anos que houve uma renovaçãoa da frota", completou.

SETRANSP 

A assessoria do Setransp se manifestou por meio de nota. Confira na íntegra:

"O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) não tem conhecimento da metodologia utilizada pelo Não Pago para a informações especuladas, entretanto, o setor apresentou a planilha de custo anual ao Poder Executivo com base nos dados estatísticos que são de conhecimento público.

Os dados do transporte apontam, entre 2012 e 2017:
*Um aumento de 16,505% no número de linhas de ônibus e a permanência da mesma operação do transporte em Aracaju e região metropolitana mesmo diante da queda no número de passageiros pagantes em 20, 45% (em contrapartida, o número de gratuidades cresceu em 27,10%).

*Comparando 2017 com 2012 a frota do sistema permaneceu praticamente a mesma, porém com aumento significativo na capacidade de transporte, em função da inclusão de 185 veículos convencionais alongados, especial com três eixos e articulados. Neste período, 2012-2017, o sistema recebeu 255 veículos novos, tendo a última renovação de frota ocorrida em 2015.

*A planilha de custos apresenta ainda que, no mesmo período de 2012-2017, os custos para o serviço do transporte público aqui subiram quase 50% no preço do ônibus; 23,28% no preço do combustível e 44, 05% na folha de pagamento dos rodoviários.

Contudo, ainda entre 2012 e 2017, a tarifa de ônibus marcou uma correção de somente 37,778% (2012/R$ 2,25; 2013/R$ 2,35; 2014/R$ 2,70; 2015/ R$ 3,10; 2016/R$ 3,10; 2017/R$ 3,10). Sendo que, diferente dos reajustes anuais das despesas do transporte, o último reajuste tarifário ocorreu em dezembro de 2015, quando a tarifa foi para R$ 3,10, e esta que já não atendia a necessidade de revisão de acordo com o aumento dos custos, permanece até hoje. Dessa forma, são dois anos sem reajuste no preço da passagem com a continuidade dos acréscimos das despesas, isso tudo implica em uma defasagem na tarifa de 29%".

Por Jéssica França

A matéria foi alterada à 18h47 para acréscimo de nota enviada pelo Setransp. 

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