Disciplina, preparação específica, abdicação de alguns afazeres e muito esforço para vencer concorrentes cada vez mais fortes. Esses são alguns dos requisitos para as pessoas que têm investido prioritariamente em concursos públicos, os chamados estudantes profissionais ou concurseiros.
Muitos desses estudantes abdicam boa parte da vida social e apostam numa vaga que, às vezes, é disputada por 415 pessoas. É o caso do cargo para técnico-administrativo da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que acontece nesse domingo, 8, além de outros entre Federais, Estaduais e Municipais. Com a lançamento de editais, atualmente cerca de 58 realizações por período, um novo nicho vem se formando com grande expansão: a educação especializada para concursos.
O proprietário de um dos cursos preparatórios da capital, o professor Arikleber Ferreira, que trabalha há 4 anos nesse segmento, conta que “em dois anos, aconteceu um boom de cursos nesse segmento, são cerca de 20 instituições que trabalham o conteúdo da educação para concursos e a tendência é aumentar. São cursos pré-vestibulares que aderiram também à moda e investem em professores, horas extras, apostilas e afins”.
Ele conta que em “cerca de 1 mês foram abertas 3 turmas preparatórias de 20 alunos com mensalidades cada um de R$ 120”. Em média, os cursos fazem pacote de 3 meses, ou seja, 3 parcelas nesse valor, a depender do concurso. Quando requer conteúdos específicos, os valores são mais altos. “É um comércio altamente lucrativo”, destaca. Em outros cursos preparatórios as prestações giram em torno de R$ 200 por mês, embutidos os materiais. São somas que no fim das contas giram em torno de R$ 500 a R$ 600. Professor Arykleber: há 4 anos no ramo de preparação para concursos
O jovem Jonisvaldo Alves, que está tentando entrar no serviço público há 2 anos, diz que é preciso fazer investimentos. “Hoje em dia, por uma questão, o candidato não passa. A pessoa tem que investir com estudos específicos e isso é caro. Essa prova da UFS vai ser a quinta tentativa. Para concorrer à vaga, o gasto foi de R$ 500, entre cursos e apostilas”, diz. Já Lucas de Almeida Santos, vê no estudo uma perspectiva profissional e para isso abdicou de tudo. “É preciso disciplina, estudo e praticar em casa”, diz o estudante que investe integralmente seu tempo para concurso.
Preparação
Entre os requisitos básicos para valer a concorrência é interessante estudar integralmente e conhecer a instituição que realiza a prova. “Tem que ter capacidade de fazer a questão sem errar,
saber o estilo da instituição, verificar o conteúdo e como é pedido”, e para isso “tem que abdicar, dedicar-se, e se possível, parar tudo para estudar. Dá certo. Fazer do concurso um objetivo de vida”, recomenda o professor Arikleber, que trabalha na área há 4 anos. Demanda de produtos para concursos
Embora o professor sugira que os “concurseiros” devam estar integralmente voltados para o concurso, boa parte do público trabalha e estuda, lotando as salas dos cursos preparatórios em sua maioria, à noite. São pessoas mais exigentes e mais maduras. O professor acredita que muitos deles se levem pelo dizer popular de que “funcionário público trabalha pouco, ganha muito e vive bem, além da estabilidade financeira”.
Por isso, eles estão aproveitando o momento. E nesse boom, são esses “estudantes profissionais” que têm dado cada vez mais um novo fôlego para a área dessa educação especializada. E com isso, surgem um novo segmento também para professores, que precisam ter habilidade para compactar o conteúdo no período de um mês e, essencialmente, estudar instituições que aplicam concursos. Também nessa leva, favorecem cursos preparatórios, autônomos que se favorecem da venda de produtos desse segmento e afins.
Por Karinéia Cruz e Gabriela Amorim
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