As novas regras da Língua Portuguesa já estão vigor. Entre as normas previstas em decreto aprovado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), em julho de 2008, o retorno de três letras ao alfabeto: k, w, y, que serão utilizadas em palavras estrangeiras, símbolos, nomes próprios e seus derivados. Novos livros já começam a ser reformulados pelas editoras Além desta mudança, que faz com que o alfabeto passe a ter 26 letras, as regras de acentuação gráfica também são novas. Mas, até que sejam publicados livros, gramáticas, revistas e textos contendo as novas grafias, especialistas, principalmente professores de português e redação, serão requisitados para tirar dúvidas. O prazo de adequação da nova ortografia é de quatro anos.
Com a Unificação da Língua Portuguesa, as populações do Brasil, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé, Príncipe e Timor-Leste, passam a ter uma única forma de escrever. Educadores acreditam que as novas regras vão facilitar a vida das pessoas nesses países que falam a língua portuguesa.
De acordo com a professora e escritora Wilma Ramos, as mudanças são positivas, pois vão favorecer a globalização. “Só não concordo que a reforma ortográfica entre em vigor agora e só estejam nas provas de vestibulares, daqui há quatro anos, pois muita gente vai continuar escrevendo as palavras da maneira anterior”, ressalta.
Já o jornalista e historiador Luiz Antônio Barreto, acredita que as pessoas vão mesmo precisar de tempo para uma maior adaptação. “O uso do hífen, por exemplo, sempre foi uma coisa problemática e o ideal é que as pessoas conheçam os termos do acordo e passem a trabalhar com um guia ortográfico até que as gramáticas estejam adaptadas”, enfatiza. A Academia Brasileira de Letras (ABL) já está elaborando um novo dicionário que será referência para essas novas regras. Luiz Antônio: “O ideal é que as pessoas passem a trabalhar com um guia ortográfico” Entre as principais mudanças, Wilma Ramos destaca a retirada do acento circunflexo nos verbos ler, crer, dar e ver. “Eles vão perder o acento nas palavras escritas na 3ª pessoa do plural”, explica, exemplificando as palavras magôo, abençôo, dôo, enjôo, crêem, lêem, vêem.
O trema, utilizado em grafias como qüinqüênio, conseqüência e lingüística, entre outras, deixa de existir. Apenas será usado em nomes próprios e seus derivados como Müller e Mülleriano. E as paroxítonas terminadas em ditongos abertos como assembléia, alcatéia e jibóia também perderão o acento. “As palavras saúde, saída e baú continuam sendo acentuadas, porque não possuem o ditongo antes. Para, do verbo parar, também fica sem acento. Mas, pôde continua com o circunflexo visando diferenciar de pode”, exemplifica. Novo dicionário já está sendo elaborado pela ABL Uso do hífen
Algumas regrinhas devem ser observadas quanto ao emprego do hífen. Entre elas, quando a segunda palavra começar com h ou com a mesma vogal em que termina o prefixo. “Super-heróis, super-homens, micro-ondas, micro-ônibus, continuam sendo grafadas com hífen. Mas, super-regional por exemplo, perde o hífen e passa a ser grafada com dois (rr)”, explica a professora Wilma Ramos.
Em prefixos terminados pela letra “r”, emprega-se o hífen se a palavra seguinte iniciar pela mesma letra, a exemplo de hiper-realista, super-resistente, inter-racial. E palavras formadas por prefixos “ex”, “vice” e “soto”, “circum” e “pan”, continuam com hífen, a exemplo de ex-marido, pan-americano e circum-navegação.
Por Aldaci de Souza
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