Novo modelo de vestibular divide opiniões

Mudanças no vestibular dividem opiniões

O acesso às universidades federais pode mudar no Brasil, por conta de um plano apresentado na última quarta-feira, 1º de abril pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, visando substituir os vestibulares das universidades federais em todo o país.  A intenção do Governo Federal é de que a prova combine as virtudes do vestibular tradicional, como a abrangência de conteúdos, com o modelo de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que privilegia a análise e o raciocínio, em detrimento da memorização.

Em Sergipe, a novidade está dividindo opiniões entre reitores, professores, estudantes e pais de alunos. Como será a seleção dos universitários do futuro? O reitor da Universidade Federal de Sergipe, Josué Modesto dos Passos Subrinho, relaciona prós e contras da novidade.  Professores de cursinhos e alunos apostam na novidade, já que a intenção é de que a prova ajude a reorganizar o currículo do ensino médio e permita maior mobilidade dos estudantes pelas instituições de ensino superior devido ao modelo unificado de avaliação.

Provas serão semelhantes às do Enem
O documento propõe a substituição dos vestibulares clássicos por outro tipo de exame e será enviado a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), para análise dos reitores das universidades federais. Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a prova deverá ser mais voltada para a investigação e não para a memorização, a fim de avaliar a capacidade analítica e o raciocínio do aluno, diferente dos vestibulares atuais.  “Hoje, é muita traumática a passagem da educação para a educação superior. Se não revermos essa transição, não alcançaremos o padrão de qualidade na educação que queremos”, ressalta.

O que pensa o reitor da UFS

Josué Modesto, reitor da UFS
O reitor da Universidade Federal de Sergipe, Josué Modesto dos Passos Subrinho, falou ao Portal Infonet sobre o novo exame.  Nesta segunda-feira, 6, o ministro da Educação vai apresentou a proposta aos integrantes da Associação de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior. “Uma das vantagens é ter outro tipo de prova que examina conteúdos mais setoriais e com uma proposta de explorar mais a capacidade de análise e raciocínio do que a memorização exigida no modelo de vestibular atual, sem contar com a data única das provas”, destaca.

Para Josué Modesto, entre as preocupações está o fato de que a Constituição garante a cada universidade a autonomia para definir qual o melhor processo seletivo.  “Também não se tem certeza quanto à segurança de um processo nacional. É muito mais vulnerável. E ainda, nós já estamos transcorrendo um ano letivo e o ministro está propondo que se aplique a mudança ainda esse ano”, ressalta.

“Existe o agravante de que várias universidades como a nossa, que tem Processo Seletivo Seriado, cujo contrato é de três anos. Como fica a situação do aluno que já fez dois anos. Vamos dizer que as duas provas já feitas, não valem mais nada porque já tem outro processo de seleção?”, indaga o reitor.

Paloma e Twana não temem novo vestibular
Vestibulandos

Para Antonio Farias, a maior preocupação é justamente com a questão do raciocínio.  “Nós da escola pública não estamos muito acostumados com interpretação e nem gostamos de ler, o que vai atrapalhar”, entende.

Já as vestibulandas Tawane Santana da Costa e Paloma Carvalho que cursam o 3º ano do ensino médio e cursinho de Pré-vestibular no Expocurso, estão super-animadas com a novidade.  “As provas do Enem são mais de interpretação, facilita para o aluno que usa o raciocínio e com isso tem mais chances de entrar na universidade. Só que muitos estudantes não estão preparados, pois às vezes sabem o assunto, mas não sabem interpretar”, entende Tawane.

Professor Bareta: “Provas do Enem são de qualidade”
A colega Paloma Carvalho acredita que será mais fácil para os alunos que gostam de ler.  “O aluno de hoje é uma máquina preparada para o vestibular. Aprende dicas e só estuda o que está voltado para o vestibular”.  Agora terá que se voltar mais para a leitura que é a base da interpretação”, acredita Paloma acrescentando que não está temendo a mudança.

O professor de Geografia Isac Oliveira (Bareta), também está animado. “Eu acho a forma do Enem muito democrática de se avaliar como um todo e não especificamente numa área. As provas do Enem são de qualidade e aqui nós já as utilizamos tanto no Pré-vestibular como nos cursinhos”, destaca Bareta.

Por Aldaci de Souza

 

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