Se para o estudante escolher ingressar na faculdade de Arqueologia tem a ver com seu espírito aventureiro ao modo ‘Indiana Jones’ e as descobertas de tesouros perdidos, é necessário repensar a escolha. Para o professor Gilson Rambelli “é preciso ter interesse e aptidão pela pesquisa, pois existe um perfil aventureiro, que mexe com o imaginário das pessoas, mas o Arqueólogo é um cientista social que precisa pesquisar muito.” Graduação A UFS oferece 50 vagas anuais, em Laranjeiras, e é a única Universidade no estado de Sergipe que possui o curso de graduação em Arqueologia criado em 2007. A instituição faz parte do quadro das nove Universidades no país que oferecem a graduação. Para o professor Gilson, o núcleo de Arqueologia tem uma preocupação com o aperfeiçoamento do profissional. “Não importa se o aluno vai seguir a vida acadêmica ou vai trabalhar em uma empresa de arqueologia, ele sai da universidade qualificado para exercer a profissão”, pontua o professor. A Arqueologia tem algumas definições distintas, mas para o Gilson Rambelli, a que mais se encaixa com a realidade do arqueólogo é que “esta é uma ciência social, sendo assim, estuda a sociedade através da análise e interpretação da cultura material, em seu devido contexto”. Diante dessa afirmação, é importante ressaltar que algumas matérias ministradas no curso de Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe, durante os quatro anos que a graduação exige, têm relação direta com essa análise cultural, como as disciplinas Análise Cultural e Etnografia Brasileira I e II, Antropologia Física, Pré História, Arqueologia Subaquática, além de outras Área de Atuação Segundo o professor, o campo para o profissional está cada dia mais amplo.“Qualquer obra de impacto ambiental necessita de um Arqueólogo, seja a construção de um grande condomínio, ou uma obra de gasoduto”, afirma o professor. “Além de poder ingressar na vida acadêmica,” ressalta Gilson. A Bahia tem uma diversidade de sítios arqueológicos e não possui um curso de graduação. “Sergipe está a frente de muitos estados do Nordeste, o sergipano é que ainda não conhece o seu patrimônio arqueológico”, lembrou o professor, que afirma que a diversidade sergipana vai além do sítio em Xingó. “Não estou tirando o valor do MAX [Museu de Arqueologia de Xingó], mas temos muito que descobrir aqui em Sergipe,” conclui Gilson Rambelli. Dificuldades da profissão Em relação às dificuldades encontradas pelo profissional, o professor afirma que a não regulamentação da profissão é um dos maiores obstáculos. “Se você não tem regulamentação, não pode impor algumas coisas como piso salarial, não temos um código de ética nem um conselho profissional”, comenta Rambelli. Conselho Para quem quer seguir a profissão, o professor deixa um conselho, ”Esteja preparado, é uma ciência que exige muita reflexão, muita leitura, pois o aluno tem que procurar está informado sempre” concluiu Gilson Rambelli. Por Alcione Martins e Glauco Vinícius
O professor Rambelli possui graduação em História pela Universidade de São Paulo (USP), especialização em Arqueologia Subaquática na França, mestrado em Arqueologia pela USP, doutorado em Arqueologia pela USP e pós-doutorado em Arqueologia Subaquática pelo Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é professor do Núcleo de Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Professor de Arqueologia Subaquática da UFS, Gilson Rambelli
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