Professores de Estância reclamam de corte no ponto

Professores chegaram a vir a Aracaju pedir apoio dos deputados (Foto: Arquivo Infonet)

Os professores de Estância, distante 66 km de Aracaju, que permanecem há mais de um mês em greve, tiveram a paralisação decretada como ilegal pela Justiça. Eles reclamam que a Prefeitura de Estância cortou cinco dias de salário no contracheque dos servidores. De acordo com a coordenadora geral da sub-sede Sul do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese), Ivonia Aparecida, o sindicato ainda não foi notificado pela Justiça da ilegalidade da greve.  

“Por isso ainda permanecemos de greve. Na última quarta-feira, 1º, tivemos uma assembléia e caso sejamos notificados para voltar, nós retornaremos às aulas, mas mesmo assim faremos um protesto no dia 7 de setembro, quando vamos fazer um grande desfile mobilizando não só Estância, mas como a região sul”, informa Aparecida.

Segundo Ivonia os professores tiveram o corte de cinco dias no ponto de trabalho – ao contrário do que informa a página na internet do Sintese, onde a informação é que foram cortados 30 dias. “Ele não cortou o ponto nos 30 dias, mas cortou cinco dias de salário dos professores. Infelizmente é a forma com que o prefeito lida com os professores. Pedimos a intervenção do Bispo, do padre, do Ministério Público, mas até o momento o prefeito não nos recebeu”, reclama.

Outro lado

O prefeito de Estância Ivan Leite se defende dizendo que alguns sindicalistas divulgaram que os contracheques foram zerados, o que não corresponde à realidade. “Ao contrário do que o Sintese nos disse, fomos à cautela e apesar da paralisação do mês nós cortamos apenas cinco dias do contracheque”, assevera.

Ivan cita uma fala do presidente Lula publicada no Portal Ibahia, em maio deste ano, em que o presidente do Brasil defende o corte no ponto dos grevistas: “…Era uma greve diferente das que acontecem aqui em Brasília porque a gente não ganhava o dia, perdia o dia. Tem greve que o cara fica três meses e recebe salário. Isso não é greve, é férias”, cita o prefeito.

O administrador da cidade complementa dizendo que o secretariado já recebeu por diversas vezes a categoria dos professores. “Se eles imaginam que a Prefeitura é o prefeito é Ivan Leite eles atribuem um centralismo que não é característica da minha administração. A secretária de Educação, Línia Costa de Carvalho, já atendeu diversas vezes ao Sintese e o próprio prefeito que recebeu o presidente do sindicato no início do ano, acompanhado de comitiva de professores de Estância”, ressalta.

Por Bruno Antunes