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Foto ilustrativa |
A morte do garoto Alisson Souza dos Santos, 14, vítima de afogamento no povoado Dizilena, reabre o debate relacionado à segurança das escolas no município de Estância. Professores ouvidos pelo Portal Infonet relaciona a morte de Alisson à ausência de guardas e vigilantes nas escolas municipais.
Para a professora Flora Cristina Soares Assunção, que leciona na Escola Municipal Dorijan dos Santos, onde a vítima estudava, a ausência de vigilante ou de guarda naquela escola facilitou a saída do aluno. Ela garante que, mesmo estudando à tarde, Alisson teria ido à escola pela manhã, teve “acesso fácil para entrar, esconder a pasta e se retirar da unidade de ensino”.
Ao sair da escola, o aluno teria ido ao encontro de outros colegas que seguiram para o povoado com o objetivo de catar palhas de coqueiro para fazer a decoração junina da escola. “Teria que ter guarda ou vigilante para controlar a entrada e saída dos alunos, principalmente hoje que havia uma atividade extra, que envolve a comunidade”, enfatizou a professora Flora Cristina.
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Ivônia Aparecida: casos de ameaça e violência em escolas (Foto: Portal Infonet) |
A professora Ivônia Aparecida Ferreira, coordenadora da Subsede de Estância do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese), revela que o sindicato tem feito constantes denúncias sobre este problema, mas a prefeitura nunca se mobilizou para encontrar alternativas para a situação. “Há muito tempo fazemos esta denúncia porque temos casos de professores ameaçados e agredidos dentro do espaço da escola”, diz a sindicalista.
Sem efetivo
O presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Estância (Sigme), José Antonio dos Santos, o Totonho, credita a falta de segurança nas escolas ao baixo efetivo de guardas no município. Segundo o sindicalista, há grande evasão de guardas devido aos baixos salários. “No último concurso, a prefeitura chamou 270, mas em 2007 começaram a surgir os pedidos de demissão e até agora já somam 120”, disse Totonho. “E, entre o efetivo, há ainda muitos, cerca de 20, em desvio de função”, revela, cobrando da prefeitura a realização de concurso público.
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Ivan Leite |
O prefeito Ivan Leite não relaciona a morte de Alisson à ausência ou presença de vigilantes ou guardas nas escolas. Ele diz que os portões são controlados regularmente pelas equipes que trabalham nas escolas e lamenta que a morte do adolescente tenha servido de escudo, segundo enfatizou, para esta reação do Sintese. “A morte do adolescente não há correlação com a existência de guardas nas escolas, foi um fato que não aconteceu dentro da escola. Não tem nexo”, reage o prefeito. “As escolas têm controle normal de portaria e, em Estância, a prioridade está na distribuição de material didático, na merenda escolar e no transporte escolar de qualidade e não em transformar escolas em fortaleza”, enalteceu.
Para Ivan Leite, a maior agressão à comunidade escolar tem origem no movimento sindical. “Os professores é que estimulam a violência quando usam, em sala de aula, uma camiseta preta com uma caveira do Bope estampada no peito”, diz Ivan Leite.
A professora Ivônia Aparecida, representante do Sintese, explica. “Usamos a camiseta em protesto à agressão que o prefeito fez aos professores em 2005 quando cortou o nosso Plano de Carreira e Salários e o nosso Estatuto”, comenta Ivônia. “E já estamos providenciando mais mil camisas para toda a população usar, inclusive os alunos”.
Por Cássia Santana
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