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Professores aprovam Agosto Vermelhno (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet) |
Os professores da rede estadual de ensino liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese) iniciam nesta terça-feira, 1º, o Agosto Vermelho, um grito de luta pela reposição salarial com base no índice de reajusta do piso salarial do magistério [22,22%] e contra o Compromisso de Gestão e o Índice Guia, instrumentos instituídos pelo governo por meio de portaria da Secretaria de Estado da Educação (Seed) com o objetivo de alcançar melhores resultados no processo de aprendizagem.
A partir das 9h da manhã, os professores ocuparão as galerias da Assembleia Legislativa para cobrar do Legislativo Estadual a formação de uma comissão parlamentar para interceder junto ao governador Marcelo Déda para encontrar solução para o impasse entre o Governo e professores quanto ao patamar de reajuste salarial.
O governador Marcelo Déda reagiu com naturalidade à mobilização dos professores. “Vejo com a maior naturalidade. O arco íris tem mais cores, pode ser azul, vermelho, amarelo…”, brincou. Mas foi enfático quanto às reclamações relacionadas ao reajuste dos salários. “É melhor ser impopular para preservar interesses gerais do que ser populista e prejudicar no futuro estes mesmos servidores”, considerou.
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Ângela Melo: alternativa estudada por Grupo de Trabalho |
O governador garante que os cofres públicos não terão condições de suportar um impacto de grande relevância na folha de pagamento. “Se o governo do estado de Sergipe tivesse excesso de arrecadação, se tivesse folha em condições de plena tranquilidade como já tivermos em alguns momentos, seria a coisa mais natural do mundo conceder 22% de reajuste ao magistério, mas o governo do estado não tem dinheiro no cofre para honrar estes 22%”, considerou. “Se a consequência do pagamento desses 22% for atraso no pagamento de salários, puder ser não pagamento de 13º, puder ser quebra na Lei de Responsabilidade Fiscal, puder ser futuras demissões? Será que estou sendo bom fazendo isso? Eu estou sendo populista, não estou sendo justo. Desconfiem de quem promete tudo ou de quem diz sim a tudo porque um certo dia um sim vira um não e este não é o mais terrível de todos porque é o não da impossibilidade de honrar os compromissos”.
Os professores também questionam o Compromisso de Gestão e o Índice Guia instituídos pela Seed e revelam que a proposta do governo proporcionará assédio moral aos alunos por expor as notas dos alunos nos corredores das escolas e aos professores pela obrigatoriedade de expor as atividades diárias em portifólio, conforme explica o sindicalista Joel Almeida, diretor de Comunicação do Sintese.
Ele explica também que a proposta do governo se caracteriza como autoritária por ser imposta sem considerar as particularidades e a realidade de cada escola. “A proposta traz uma fórmula para resolver todos os males sem compreender e sem analisar a realidade dos alunos, dos professores e das escolas”, observou Joel Almeida.
A presidente do Sintese, Ângela Melo ressaltou que o Sintese orienta ao professorado a recusar o projeto, mas anunciou que o sindicato já criou um Grupo de Trabalho que está dedicado a propor uma alternativa que contemple aos anseios dos professores, dos alunos e da comunidade. O resultado do Grupo de Trabalho será analisado pelos professores no Congresso Estadual do Sintese, a ser realizado no mês de novembro. “Vamos propor não um modelo a ser seguido, mas uma proposta da educação que queremos para os filhos dos trabalhadores”, enfatiza a sindicalista.
O governador Marcelo Déda parece disposto a debater as propostas com os professores. “Reivindicações a gente examina”, diz Déda.
Por Cássia Santana
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