O dia 24 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A data foi criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para chamar a atenção sobre a importância do diagnóstico e do tratamento da tuberculose (TB). A data serve também para alertar sobre os riscos da TB associada a outros agravos, como a infecção pelo HIV.
A tuberculose é a doença infecciosa mais frequente nas pessoas vivendo com HIV e tem grande impacto na qualidade de vida e na mortalidade dessa população. Uma pessoa vivendo com HIV tem 28 vezes mais chances de contrair tuberculose do que uma pessoa que não tem HIV. A tuberculose é a primeira causa de morte em pessoas que vivem com HIV.
. No Brasil, a proporção da coinfecção Tuberculose-HIV é de 9,4%. Em Sergipe, dados preliminares mostram que a coinfecção é em torno de 5,8%, embora não seja 100%, o número de pessoas com tuberculose e que fizeram o teste para o diagnóstico do HIV. Esse é um dos problemas detectados no enfrentamento às duas doenças. A recomendação é que todas as pessoas diagnosticadas com Tuberculose façam o teste do HIV. Apesar do teste rápido para diagnóstico do HIV está disponível na rede básica de saúde, o percentual de pessoas com tuberculose testadas é em torno de 68 a 70%.
Outro problema enfrentado é o abandono do tratamento da tuberculose, o que contribui para a resistência aos medicamentos. A interrupção pode levar à necessidade de troca de medicamento e um tratamento mais prolongado.
Considerando que a associação da Tuberculose com o HIV se constitui em uma combinação perigosa, o Ministério da Saúde recomenda que, em todas as oportunidades de atendimento às pessoas vivendo com HIV, seja feita a investigação para tuberculose. Da mesma forma, todas as pessoas diagnosticadas com tuberculose devem ser testadas para o HIV. Embora seja uma recomendação antiga nas reuniões e capacitações dos profissionais de saúde e gestores municipais e estaduais, ainda temos um percentual importante de pessoas com tuberculose que desconhecem sua condição sorológica para o HIV.
É importante lembrar que a Tuberculose é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer órgãos como ossos, linfonodos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
Pessoas com AIDS, diabetes, insuficiência renal crônica, desnutridas, idosos doentes, alcoólatras, dependentes de drogas e fumantes são mais propensos a contrair a doença.
Os sinais e sintomas mais frequentes são: tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo e prostração; febre baixa geralmente no período da tarde; suor noturno; falta de apetite; emagrecimento acentuado; rouquidão. Entretanto, alguns pacientes não exibem nenhum sintoma perceptível da doença, mas apresentam fraqueza e cansaço excessivo, que também devem ser avaliados pelos profissionais de saúde.
A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotículas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivíduo.
A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves da doença. A melhor forma de prevenir a transmissão da doença é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível.