O nome e a figura de José Hamilton Maciel Silva se fundem no cotidiano de Aracaju, cidade que abraçou ainda jovem, para exercer a medicina, especializar-se em Psiquiatria, clinicar, atender a pacientes que até então dependiam de viajar para a Bahia em busca de um tratamento com o Dr. Rubem de Pinho e socorrer os doentes mentais sob a guarda do Estado, encafusados no Hospital Adauto Botelho, uma unidade remanescente do Serviço de Assistência aos Psicopatas. 
José Hamilton Maciel Silva
O papel do novo alienista em Aracaju era o de atender, na clínica diária, aos que precisavam enfrentar as suas realidades. Naquele tempo, várias famílias perderam bens, oportunidades, e deram com a cara numa nova e desfavorável e desconfortável realidade. O Psiquiatra tinha mais que a palavra justa e adequada àquelas consultas, tinha o arsenal terapêutico, e a experiência de velhos tratamentos. No isolamento do Hospital, os doentes mentais, genericamente chamados de doidos, não tinham ainda visto o Poder Público mudar de atitude.
Bem formado, especializado e preparado na Psiquiatria, José Hamilton Maciel Silva parecia carregar o conhecimento mais novo, para amenizar as angústias das pessoas, das classes abastadas, e ao mesmo tempo oferecer, aos internos, um mínimo de atendimento, na dignidade do seu juramento e da sua consciência. Tudo conspirou a favor. Sozinho e depois com a mulher, maria da Glória, e mais tarde ainda com os filhos Zaira e Hamilton Filho, o psiquiatra enfrentou os desafios com a coragem dos que sabem que estão fazendo o melhor, mesmo quando a melhora parece não chegar.
José Hamilton Maciel Silva acrescentou ao seu papel, já hercúleo, a criação de uma Clínica de Repouso, denominada, muito a propósito, de Clínica Pinel, em homenagem ao grande cientista da saúde mental, que revolucionou a clínica do seu tempo. Depois mudou para São Marcelo o nome da Clínica, que há 31 anos presta os melhores serviços aos sergipanos e aos que, de outros lugares, buscam sanar seus problemas mentais. A Clínica tem sido mais do que um instrumento profissional e familiar, que vem cumprindo um papel de modernização e atualidade das questões que envolvem a doença mental. A preocupação com os estudos, como se viu no 1º Colóquio de História da Psiquiatria em Sergipe, realizado nos dias 27 e 28 de novembro de 2009, na sede da SOMESE.
Atento aos problemas da medicina e dos médicos, José Hamilton Maciel Silva participa, ativamente, das organizações de estudos e das entidades classistas, oferecendo a sua rica experiência, o seu exemplo, buscando abrir novos caminhos que respondam aos problemas pendentes. Como intelectual da medicina, ele tem assento na Academia Sergipana de Medicina, na SOMESE, no Conselho de Medicina, no Rotary Clube e circula, com desenvoltura, nos ambientes culturais sergipanos. José Hamilton Maciel Silva, viajante constante, tem tirado proveito de suas relações com entidades nacionais e internacionais e com personalidades com as quais mantém intercâmbio, servindo, ainda mais, a Sergipe e aos sergipanos.
Disponível, José Hamilton Maciel Silva cumpre, diariamente, um itinerário que passa pela Clínica São Marcelo, pelos almoços do Rotary e da SOMESE, pelo jantar e reunião com o grupo do CORECON (que se reúne na SOMESE), o café do fim de tarde, diariamente, na Kopenhagem, o jantar com a “República” de Pão de Açucar – Netônio Machado, Antonio Vieira da Costa, Olímpio Seixas e Isabel Amaral, e outros, fazendo falta as presenças de Seixas Dória e D. Meire Dória e, ainda, Fernando Leite, um conviva que faleceu. Outros nascidos em Pão de Açúcar, como o irmão João Bosco Maciel, engenheiro de portos e Edvaldo Nogueira, Prefeito de Aracaju, dão o tom saudoso da terra natal.
Nos diversos jornais que colaborou, nas entrevistas concedidas, nos eventos que foi orador, José Hamilton Maciel Silva firmou seu perfil de homem essencial a Sergipe e aos sergipanos da sua contemporaneidade. Com ele, a medicina nunca mostrou-se tão cidadã, tão universal, tão interessada, tão aberta à vida cotidiana.
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