Antes de Luiz Inácio Lula da Silva ser eleito presidente da República, vimos o Partido dos Trabalhadores, os partidos aliados e sindicatos lançarem “plebiscito” para demonstrar o erro que o país cometia pagando o serviço de dívida em moeda externa. Vimos, também, esses partidos e sindicatos pregarem que a Alca seria prejudicial ao país. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o prazo previsto para implantação da Alca, que originalmente era 2005, é de três anos, a partir deste ano, pois o foco atual das negociações comerciais em todo o mundo é a definição das regras gerais do comércio pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que norteará os outros acordos regionais. O Congresso Americano acaba de conceder autorização para o governo americano negociar acordos de livre comércio com os países da América Latina. Considerando que “a união faz a força”, o Mercosul deverá estar fortalecido para equilibrar as negociações para a formalização da Alça.
Eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o cumprimento do serviço de dívida em moeda externa passou ser considerado apenas como contratos assinados pelo país e que, por conseguinte, deveriam ser cumpridos. No que se refere à Alca, considerando que os países europeus concretizaram a União Européia para fortalecerem-se; que o México aceitou fazer parte do livre comércio com os Estados Unidos e o Canadá, visando, também, o seu fortalecimento, seria, no mínimo incoerência, do PT no governo, continuar negando a Alca.
Assim sendo, Argentina e Brasil, os maiores parceiros do Mercosul, deveriam colocar em segundo plano as questões de curto prazo em favor do fortalecimento do Mercosul, o que, sem dúvida, dará a esses países mais força na negociação da Alca.
EdmirPelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
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