Ela é quase uma menina, mas adora se vestir de mulher grande. Aracaju não tem nada de acanhada e vem se saindo muito bem no quesito: swing. Claro que você já ouviu falar nesse hot-termo, que longe de ser algo relacionado à música, está total-mente ligado ao sexo, popularmente conhecido como troca de casal. Não vá me dizer que você não sabia que aqui, bem pertinho de sua casa rola um clube de swing? Não posso acreditar que você seja inocente a esse ponto.
Trocando uns miúdos com uma amiga ninfomaníaca que eu tenho, ela me confidenciou que sua última conquista participa de troca de casal. Na verdade o boy da minha amiga é o recheio durante as tais trocas de casal. Na hora questionei se ele não seria um garoto de programa apenas, mas minha amiga me garantiu que o “recheio” não precisa de dinheiro, pois é um gerente riquíssimo da área da construção civil sergipana. Certamente ele em breve a convidará para uma brincadeira entre casais. E conhecendo ela como conheço, o convite será mais que aceito. Minha amiga sabe aproveitar as oportunidades.
Não me choquei com o tema, porque conheço putaria de longe. Sinto cheiro de casais que fazem swing. Vai me dizer que você nunca desconfiou? Não acredito! Conheço casais que amam essa prática e até construíram casamentos sólidos porque se permitiram abrir o desejo a esse ponto. Vou tentar traçar um perfil, porém odeio perfis (eles mudam).
Vamos começar pelo dinheiro. Tudo gira em torno do dinheiro. O sexo é resultado do dinheiro e os nossos casais swingueiros são da classe média e (ou) média alta. Empresários conceituados ou em avante crescimento econômico. Suas esposas usam colares de pérolas quando vão às reuniões escolares dos filhos. O que as pessoas jamais vão saber é que essas mesmas senhoras casadas da nossa society passaram o último sábado sendo servidas para vários homens. Tudo com consentimento dos maridos, claro.
No swing é assim: os casais chegam juntos, mas em poucos minutos estão com outros parceiros. Isso pode ser na vista do esposo (a) ou em quartos-escuros, onde ninguém é de ninguém. Aracaju possui espaços privadíssimos de swing. Lá pro lado da Aruana (ou Aruanda, como você queira chamar) existem vários. Além destes locais ainda existe o sexo al mare – onde os casais saem em barcos próprios (ou alugados) para a brincadeira ser ao ar livre e bem longe da costa, óbvio.
O local tem que ter total sigilo e buscar parecer mais um grande encontro para amigos celebrarem a vida – e cá entre nós não deixa de ser. Porém para pertencer é preciso ser convidado. Preferencialmente esses clubes são mantidos numa vaquinha, onde a conta das despesas com aluguel (da casa com piscina e tudo), bebidas e afins é rachada por todos os participantes. Nesse caso, dividir a conta é o de menos. Tudo pelo prazer de servir apenas ao seu prazer. Ninguém tá ali para fazer picuinha com valores. Claro que não estamos falando de locais no estilo o filme de Stanley Kubrick “De Olhos Bem Fechados”. Aqui não precisa ter tanto glamour, basta algum conforto para posições mais quentes. Desejo é o que conta. Sempre contou.
Para fazer parte existem mecanismos. Não dá pra bater na porta e falar: Olha trouxe minha esposa para o pessoal experimentar. Não é assim tão descarado. A maioria dos convites parte dos já sócios, que após criteriosa análise convidam outros casais de inteira confiança e por aí vão. Mas quem é de inteira confiança hoje em dia? Qual a graça de fazer algo assim se não pode contar para um amigo? O problema é que esse amigo também tem outro amigo e as histórias vão se espalhando e chegando até os nossos ouvidos, despertando nosso imaginário (e até vontade, não vamos negar). Mas não adianta insistir, babar ou oferecer cheque em branco. É preciso ser convidado. Ter o nome na lista VIP. Isso sim é ser VIP e não àquilo que se vende com promessas de bebidas a noite inteira que você conhece com o nome de “festa fina de Aracaju para classe A”. Repense o conceito de VIP a partir de agora.
Depois de escalar esse alpinismo do desejo e conseguir fincar uma bandeira no clube (espaço itinerante, que seja), cabe discernimento para fazer a coisa. Não queira participar se não estiver preparada para ver seu marido recebendo um oral de uma desconhecida qualquer. Se for careta, não se arrisque. Recomendo um cineminha no sábado a noite, talvez um pornô no computador e chega, pra não ferir seus princípios cristãos. Para fazer swing basta saber que o prazer ditará as regras da coisa e não os preceitos morais. Se fosse por moral, Aracaju seria quase um Vaticano. Tão falso moralista quanto.
Nossa Cidade respira uma aura sexual que apenas os mais sensíveis conseguem perceber. Qualquer posto de gasolina, numa madrugada de fim de semana, exala convite ao sexo. Não vamos bancar os inocentes. Este texto é para os maiores de 18. Sim! Porém muitos jovens estão participando de orgias, mas como não são casados de aliança no dedo e papel passado, não são swingueiros. Apenas safadinhos. Tente conhecer algum casal num posto de gasolina na madrugada e terá metade da chance de swingar em breve. Outra dica é pesquisar nos sites de namoro online, sempre tem casal buscando novidades.
Quem faz swing tem todo meu respeito e admiração. Porque o nível de desprendimento é tanto que faria um monge Budista corar. Tolo é quem tenta amarrar o desejo com apelo pra moral e os bons costumes. Calma aí, caretas! Swing não tem nada a ver com quebrar os bons costumes. É só mais uma forma de se classificar um costume. Quem faz e gosta da coisa não se deprava por tal, mas apenas deva voltar pra casa, para o seio familiar, saciado de desejo.
Imagine agora que a pessoa ao seu lado, sua colega de trabalho, por exemplo, casada e com total zelo familiar possa ser uma frequentadora assídua de clube de swing. Você teria coragem de perguntar? E se tocar no assunto e ela corar? Melhor, e se você tocasse no assunto e ela te chamasse (levando sua esposa, claro) para participar de uma noite diferente (ela junta ao respectivo esposo, claro), você iria recusar o convite? Então pense no assunto antes de puxar conversa sobre este texto. Recomendo que esta leitura não seja mencionada com ninguém, a menos que você tenha uma cabeça aberta para o tema.
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