A beleza tem o seu dia

A beleza sempre teve na mulher a sua substância e expressão mais forte. Assim foi na Mitologia Grega que divinizou Afrodite e nas épicas histórias de Helena, Cleópatra, Dalila…

A imagem bela da mulher marca a poesia, a música, a pintura e a escultura; perpassa o sublime e o trágico, a guerra e a paz.

Porém, se esse sentimento é permanente, mudam, no entanto, os comportamentos e as formas de tratá-las: ora ela é pedestalizada e majestosa, ora é demonizada, oprimida e submissa. A cultura de cada época tece uma dialética, quase sempre injusta, da história feminina.

No tempo das nossas avós, havia funções e comportamentos privativos do homem ou da mulher, campos delimitados, balizados por severos conceitos e preconceitos, e sempre opostos.

A mulher ficava encerrada em casa, criando os filhos, cerzindo, cozinhando, lavando e engomando as roupas do seu amo e senhor.

O despótico, incontestado, másculo e valente marido, trabalhava duro ou vadiava, fazia a guerra ou proclamava a paz, mas só ele era o chefe da família, só ele ditava leis e costumes, só ele governava estados e nações.

Hoje as coisas estão diferentes. A mulher fica em casa tão pouco quanto o homem. Já é maioria nos “campi” universitários, dirige grandes empresas, tripula astronaves, elege-se chefe de Estado e fala de igual para igual com o marido, – isto se achar conveniente ter um.

A presença feminina em todos os campos da atividade humana se aproxima da masculina. Elas estão colocando as suas competências, os seus cuidados e os seus amores naquilo que era, até bem pouco tempo, terreno exclusivo do homem.

Ei! Será que o homem está perdendo espaço para a mulher?  Ou será que a mulher está ganhando um espaço que sempre foi dela e que o macho não reconhecia? Estará o mundo às vésperas de um “tirânico” matriarcado? Ou estará havendo uma feminilização do homem?  Opa! Calma aí.

Mas, que nada, sejamos francos, o homem também vem reagindo à altura diante da agressividade dessas “criaturinhas assanhadas”.

O “sexo forte” já mantém a supremacia em muitas profissões que até bem pouco tempo eram exclusivas do “sexo fraco”, ou seja, o homem não deixa por menos e vem, com galhardia, invadindo aqueles campos anteriormente restritos, e fazendo, com razoável competência, chegando mesmo a progredir afoitamente em habilidades e domínios antes exclusivamente femininos: equilibra-se graciosamente em sapatos de salto alto, desfila com inexcedível charme nas passarelas, posa despido para revistas, adorna-se com pulseiras, colares e brincos. Tudo normal, sem censura, sem preconceito e natural. Na verdade é isso que está acontecendo: desaparecimento das rígidas fronteiras entre os territórios masculino e feminino. O que é muito bom para todos.

Vendo esta situação e já constatando uma breve tomada, pura e simples, do poder por vocês, mulheres, eu tenho um pedido a fazer: por favor, não façam o que o homem sempre fez. Não os copie em certos pontos. Vocês têm a divina condição de fazer muito melhor. Não repitam os homens, eles não deram certo.

Temos muitas esperanças no jeito feminino de gestar e gerir, mesmo porque o homem, neste ponto, sempre foi apenas, coadjuvante.

O presente é de vocês, mulheres. A sociedade já está suficientemente madura para entender a supremacia e a inteligência de que são dotadas.

Vocês são a maior expressão do verdadeiro amor, pois são mães. Agem com menos violência, com mais sensibilidade. Convenhamos é quase imperceptível a participação da mulher com crimes ou contravenções como: corrupção, terrorismo, tráfico ou assalto. Vocês são as nossas esperanças.

Saudemos, pois, o avanço da mulher rumo ao comando. E, com entusiasmo, saudemos a presença feminina nos poderes constituídos: nossas vereadoras, deputadas, senadoras, prefeitas e governadoras, presidentas de Tribunais, inclusive de Tribunais Superiores, como no caso da Ministra Ellen Grace do Supremo Tribunal Federal.

Saudemos as juízas, promotoras, procuradoras, defensoras, delegadas, policiais e advogadas; saudemos as gestoras empresárias, e todas as colaboradoras de todas as relações; saudemos com carinho as nossas professoras, colaboradoras abnegadas com a formação de nosso povo; saudemos as mulheres de todas as classes e categorias, das atrizes que desfilam pela calçada da fama àquelas humildes que suspiram assistindo às novelas e o Big Brother.

Saudemos, enfim, a mulher esposa, mãe e irmã: solteiras, casadas, separadas ou amancebadas; saudemos as intelectuais: escritoras, acadêmicas, mestras e doutoras; saudemos as médicas, enfermeiras, farmacêuticas e terapeutas.

Enfim, a todas vocês, mulheres queridas, nós vos saudamos pelo dia a vocês dedicado ofertando-lhes, com muito carinho, todas as flores que possamos conduzir nos nossos braços e abraços de amor e afeto.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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