A BUSCA PELO VOTO

Quem começou a correr cedo em busca de um mandato eletivo é preciso ter cuidado, porque é na reta final, quando as secções eleitorais começam a funcionar, que sente a terrível falta de fôlego, para dar alguns passos a mais e atravessar a linha de chegada em uma classificação que só cabem 24 (estaduais) e oito (federais). O número de atletas que está nesta corrida é e relativamente pequeno, porque depende de alguns requisitos que muito poucos corredores têm. É uma competição que não requer nada de capacidade física, nem o elogiável comportamento dos desportistas, adeptos da filosofia de que o “importante é competir”. Neste jogo é “ganhar ou ganhar”, sem o menos espírito de competitividade e sem seguir regras para ultrapassar aliados ou adversários.

A corrida pelo voto não requer o mínimo de ética e esportividade. Aliás, esse atributos prejudicam, liquidam e arrasam os concorrentes. Não pode ter o menor sentido de colaboração e solidariedade. Não pode seguir princípios. Nesse jogo vale cotovelada, pernada, soco e até punhalada pelas costas. Por incrível que pareça, não é a ética que faz ganhar essa corrida. É exatamente a falta dela. Enfim: essa competição ganha quem tiver mais. Muito mais. Um candidato a deputado estadual, que já estava na “pole”, abandonou a corrida, porque teve receio de, na ultima volta, já avistando a faixa de chegada, alguém estaria ali próximo para levantar o pé e deixar-lhe estendido no chão. Na sua visão qualquer concorrente mais astuto, ou corrupto, ou sabido, ou safado, ou sacana, ou o que os senhores quiserem, lhe passaria à frente e sorria vitorioso.

É uma corrida que preferencialmente se ganha às escuras. Nas caladas da noite e com a disposição de acertar exatamente a melhor parte da pista, para não tropeçar e perder o jogo. Ganha que conseguir juntar mais votos, adquiri-lo de qualquer forma, a qualquer preço, contanto que chegue na reta final e ganhe triunfalmente um mandato. Senhores e senhoras, atentai bem: o país vive em um período da caça ao voto. E os métodos não mudaram. São os mesmos de sempre e praticado por políticos de todos os tempos e visões. Fecha-se um município aqui, transfere-se outro ali, cede algum acolá e, com essa dança vão se fazendo parlamentares sem o menor compromisso com o povo. A disputa é tão desigual, que antecipadamente já se pode prever quem tem condições de ocupar os lugares e aqueles que ficarão entre os que ganharão as medalhas da suplência.

Sabe qual o aditivo que dá forças aos músculos nesta corrida infame? O dinheiro, que compra consciências e dá poder. A velha grana fria e atraente que destrói um país, com a conivência de um povo que está pouco ligando para corrupção, mensalão, propinas, desvio do dinheiro público, enriquecimento ilícito e toda essa canalhice que se vê por aí, evidentemente com as devidas exceções. É com voto assim que se colabora para o descrédito do país. É assim que se faz um Congresso sob suspeita. É com os maus eleitores que se monta um poder corrupto.

Neste primeiros dias de campanha eleitoral quem saiu correndo à frente, fechando redutos eleitorais, participando com gula do primeiro banquete servido, pagando caro pelo elixir da vitória na corrida eleitoral, pode morrer na praia ou desistir. Assim, como aconteceu com um conhecido cidadão que perdeu o fôlego quando a disputa ia começar. Teve sorte em recuperar alguma coisa, mas não terá jamais outra oportunidade de chegar lá, porque os seus torcedores não acreditam mais nele. Anotem bem: tem outros corredores que podem sentir falta de ar mais à frente, porque estão afastando dele os aparelhos de oxigênio. Anotem, a corrida final, principalmente pela Câmara Federal, pode oferecer o resultado previsto, mas em parte. Porque começa a hora de cobrir propostas, de oferecer melhor lugar no camarote e de virar o jogo. É muito difícil, mas não é impossível. É “bom ficar atento e forte”, guardar um pouco do que resta de gás, para chegar firme no fim dessa disputa que não tem – e nem pode – nenhum pudor. Diferentemente de um bom casamento, a política se faz com traições.

 

 

ALCKMIN

O candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, virá a Sergipe na próxima sexta-feira e será recebido pelo bloco que o apóia no estado.

Alckmin está em campanha pelo Nordeste e já consultou sobre os anseios da população. Foi aconselhado a não falar sobre verticalização.

 

ALBANO

O candidato a deputado federal Albano Franco (PSDB) viajou ontem a Brasília para manter contato político com a direção nacional do seu partido.

Segundo aliados do ex-governador, ele vai comunicar que a situação está mais tranqüila em seu estado, apesar da posição do deputado federal Bosco Costa em deixar o PSDB.

 

TRIBUNAL

O presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Hildegards Azevedo, disse ontem que só se aposenta dia 22 de outubro, caso não seja aprovada a aposentadoria aos 75 anos.

Há comentários de ofertas de vagas de conselheiro para alguns políticos, mas Hildegards garante: “jamais falaram sobre isso comigo”.

 

COMENTÁRIO

Ontem surgiu comentário de que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB), colocaria para primeira votação a PEC 457 amanhã.

A PEC-457 é que altera a aposentadoria compulsória para os 75 anos de idade, o que manteria Hildegards Azevedo a concluir o mandato de presidente.

 

CAPELA

Os dois candidatos a governador, João Alves Filho (PFL) e Marcelo Déda (PT), circularam sábado na festa de Capela e foram tratados de forma igual pela população:

“Nenhum mobilizou a população com maior intensidade”, disse um candidato que pediu omissão do nome, para não invalidar a informação.

 

CAMISA

O prefeito de Capela, Sukita (PSB), vestia uma camiseta apenas com os nomes dos candidatos André Moura (PSC) para estadual e Valadares Filho (PSB) para federal.

A festa “pegou o sol com a mão” e às 6 horas da manhã a companhia de Sukita era o deputado André Moura.

 

“VEJA”

O deputado federa Jackson Barreto (PTB) é o único de Sergipe que aparece na matéria de da revista “Veja” como um dos 94 deputados que estão sendo investigados

Jackson Barreto (PTB) é citado como suspeito da prática de peculato e improbidade administrativa, na época em que foi prefeito de Aracaju (1985/86).

 

JACKSON

Ontem, através de sua assessoria, o deputado federal Jackson Barreto explicou que esses processos têm 18 anos e por ele ter mandato parlamentar está no STF.

Para registrar candidatura este ano, o deputado federal Jackson Barreto teve que obter uma certidão no STF sobre a inexistência de qualquer condenação transitada em julgado.

 

FONTES

Para o deputado federal João Fontes, candidato a governador pelo PDT, Jackson Barreto sequer poderia concorrer às eleições deste ano.

“Como é um homem rico e tem bons advogados. Além da impunidade prevalecer neste país, Jackson vai disputar as eleições”, disse Fontes.

 

FÁBIO-1

A notícia se espalhou feito erva daninha: O vereador Fábio Henrique (PDT) teria feito um acordo para votar em Eduardo Amorim (PSC) e Celinha Franco.

Dentro desse entendimento, Fábio Henrique seria o indicado do prefeito José Franco para disputar a Prefeito de Nossa Senhora do Socorro em 2008.

 

FÁBIO-2

O candidato a governador pelo PDT, João Fontes, disse ontem que não foi avisado da desistência pelo vereador Fábio Henrique e diz que ele se elege deputado federal.

Os dois tiveram uma reunião na sexta-feira e não houve desistência. O vereador Fábio Henrique não foi ouvido porque não atendeu ao telefone, que tocou com insistência.

 

MACHADO

O deputado federal José Carlos Machado (PFL) está em Brasília. Participa hoje de reunião da Comissão de Orçamento atendendo a pedido do Conselho de Secretários de Educação.

O objetivo é votar no projeto que aprova R$ 640 milhões para os estados. Sergipe ficará com R$ 13 milhões. “Aprovando libera o dinheiro imediatamente”, disse Machado.

 

CÂMARA

O presidente da Câmara Federal, Aldo Rebelo, está sentindo dificuldade em conseguir quorum para votação de matérias.

Ontem ele fez um apelo aos parlamentares e lá só foram 50. O pessoal reclamou porque preferiam ficar em seus estados, trabalhando junto às bases.

 

 

Notas

 

HORÁRIO

O horário eleitoral gratuito começa no dia 15 de agosto e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reúne-se na próxima quinta-feira (13), com representantes dos partidos políticos e de emissoras de rádio e televisão para elaboração do plano de mídia, que vai de presidente e governadores, a deputados e senadores.

Esse plano organizará a distribuição do tempo no horário eleitoral gratuito reservado aos candidatos a presidente da República. A propaganda eleitoral se estende até o dia 28 de setembro em cadeia nacional de rádio e TV.

 

EMPREGADOS

Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá vetar a inclusão dos empregados domésticos no regime de FGTS e a multa de 40% em casos de demissão sem justa causa. Os benefícios foram incluídos pelo Congresso.
O Brasil tem 6,7 milhões de empregados domésticos. Desses, somente 1,6 milhão têm carteira assinada. O objetivo do governo é que essas pessoas que estão na informalidade pudessem vir a ter a carteira assinada.

 

ARTISTAS

A Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) encaminhou ontem ao STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade questionando a proibição de showmícios nas eleições. A entidade alega que a norma fere o direito a livre expressão artística previsto na Constituição e pede liminar para suspendê-la até da ação.
A mini-reforma eleitoral, aprovada este ano pelo Congresso, prevê o fim dos showmícios ou similares durante a corrida eleitoral. A idéia é diminuir os custos das campanhas e coibir o uso de caixa dois pelos partidos.

 

É fogo

 

O jornalista e advogado Nubem Bomfim é o representante da Coligação “Sergipe com Ética e Progresso”, que reúne PSL, PRONA, PTC, PRP, PRTB.

 

Nubem é candidato a deputado estadual pelo PSL e na campanha política vai apresentar as conquistas dele em defesa do consumidor sergipano.

 

O deputado federal Heleno Silva (PL) disse ontem que parou para assistir ao final da copa do mundo, mas diz que não tem tempo nem para as refeições.

 

Heleno não sai do sertão e está animado com as fortes chuvas que estão caindo na região. Quanto ao termômetro político diz que ainda não dá para sentir a temperatura.

 

O deputado Augusto Bezerra (PFL) considera que “uma coligação só existe quando os partidos aceitam fazê-la”.

 

Augusto adianta, talvez se referindo à coligação PFL-PSDB, que “nada foi feito forçado e isso não existe mais nos dias atuais”.

 

Segundo ainda o deputado estadual Augusto Bezerra, ”o que precisa continuar existindo é o respeito pelas alianças formalizadas”.

 

O senador José Almeida Lima (PMDB) não aceita que a cúpula nacional do seu partido apoie o presidente Lula (PT) à reeleição.

 

Almeida Lima estará no palanque da senadora Heloísa Helena (Psol-AL), que bate firme em Lula e disputará a Presidência da República,

 

Heloísa Helena terá em Sergipe os palanques de dois candidatos ao Governo do Estado. O do PDT, João Fontes, e o do PSTU, Stoessel Nunes (Toeta).

 

Empresas condenadas pela Justiça do Trabalho pagaram mais de R$ 7 bilhões em indenização trabalhista em 2005.

 

brayner@infonet.com.br

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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