A caneta que manchou o bolso da camisa

As aventuras de um consumidor no Brasil

 

A caneta que manchou o bolso da camisa

 

A história de hoje conta a aventura de Consuminho para exigir da loja do shopping a substituição da caneta por outra semelhante em perfeitas condições de uso e uma indenização pela perda da camisa provocada pelo derramamento da tinta da caneta.

 

Consuminho faz muito uso da caneta no seu dia-a-dia, seja no trabalho, na faculdade ou para anotações nos seus momentos de lazer. Por ser criterioso e vaidoso, procura comprar produtos de marca, ele acredita que esses produtos são melhores e dão menos dor de cabeça. Acredita também, que as lojas as quais vendem produtos de marcas são melhores, principalmente as de shopping, porque o próprio fabricante e o shopping fazem uma triagem do tipo de fornecedor que eles querem na sua cadeia de fornecimento de produtos e serviços.

 

Por acreditar nesses valores Consuminho comprou uma caneta da marca X na loja Y do shopping. A loja era bonita e possuía uma variedade imensa de produtos, inclusive canetas. Na entrada, os funcionários bem trajados recebiam bem os consumidores. Atraído por essa impressão inicial Consuminho elegeu aquela loja para fazer a sua compra.

 

No primeiro dia em que fez uso da caneta, Consuminho foi do trabalho direto para a faculdade, fazia questão de mostrar a todos que tinha no seu bolso a caneta X. Para a sua tristeza um colega perguntou que mancha era aquela no bolso e quando Consuminho percebeu, verificou que ela era decorrente da caneta a qual fazia uso e que estava derramando tinta. Para completar, a camisa a qual usava também era nova e cara.

 

No outro dia Consuminho foi até a loja e lá foi recebido pelo seu proprietário que além de mal educado e estúpido, foi extremamente grosseiro. Ele disse a Consuminho que a caneta era para ser guardada na pasta e não no bolso da camisa. Disse também que não tinha nada a ver com a mancha, até porque era normal uma caneta derramar um pouco de tinta, afinal de contas, se a tinta não sair ela não escreve.

 

Surpreso com a atitude do dono da loja, Consuminho mostrou o Código de Defesa do Consumidor alegando que a loja era responsável pelos danos ocorridos pelo fato de ter vendido um produto que funcionou de maneira deficiente provocando a perda da camisa e exigiu a imediata substituição da caneta e a indenização pela camisa estragada, vez que não tinha como tirar a mancha provocada pela tinta da caneta.

 

Diante da recusa do proprietário da loja, Consuminho foi fazer uma reclamação no Procon, mas lá foi orientado a procurar o juizado especial cível. Na audiência de conciliação, na justiça, a loja restituiu o valor pago pela caneta e indenizou o valor pago pela camisa. Consuminho também enviou uma carta a direção do shopping para dar conhecimento de como aquele lojista trata o consumidor.

 

Agora Consuminho não compra mais naquela loja e ficou sem entender direito para que serve o Procon, já que naquele caso limitou-se apenas a orienta-lo a procurar a justiça, ignorando o fato de que o fornecedor violou o CDC ao não trocar imediatamente a caneta, bem como se recusou a prestar a garantia do produto que vendeu.

 

Lição da história: Consuminho percebeu que às vezes o Consumidor briga sozinho pelo seu direito e se não tiver consciência, dificilmente será respeitado. Percebeu também que as pessoas precisam saber qual o real papel do Procon. Quer saber o que ele é obrigado a fazer, como se nomeia os seus servidores, diretores e quais os deveres de cada um. Somente com essas informações é que o consumidor terá uma consciência de como fazer para exigir uma atuação mais efetiva na defesa dos direitos dos consumidores.

 

Faça você também como Consuminho e exija o seu direito. Agindo assim, estará contribuindo para a melhoria da qualidade das relações de consumo.

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