A CONVICÇÃO DO PFL

O Partido da Frente Liberal (PFL) está absolutamente certo que a composição com o PSDB está decidida. Absolutamente fechada. Ontem à noite, um integrante do governo, desses que circulam em todos os gabinetes, mostrou-se perplexo quando obteve a informação que não havia uma definição em termos de aliança: “não acredito!” Para ele, não haveria mais dúvida alguma quanto à coligação das duas legendas. Achava que faltava apenas o anúncio oficial, o que poderia se dar a qualquer momento. Ontem à tarde, de Brasília, outro membro do PFL entrou em contato com Plenário apenas para revelar que PFL e PMDB estavam juntos, revelando o cumprimento das exigências que foram feitas pelos tucanos para essa composição, que mexe com a política sergipana neste momento. Foram relatados todos os itens exigidos, um deles ainda não tinha aparecido: Marta Barreto para a Secretaria da Saúde.

Há tantos comentários sobre o assunto que até o nome de Leonor Franco – ex-primeira dama – apareceu como a que deveria ocupar uma vaga no Tribunal de Contas.

Todas essas elucubrações estão na mente fértil de quem faz certas deduções sobre a política sergipana e não vasculha o que está acontecendo nas entranhas do partido. No último encontro entre o governador João Alves Filho (PFL) e o ex-governador Albano Franco (PSDB) não se acertou absolutamente nada e a conversa durou apenas 30 minutos. No mesmo dia à noite, Albano confidenciou para um amigo que “João não chegou até aonde o PSDB desejava”. Manteve aberta a indicação do vice, a formação de um chapão e estrutura de campanha para deputado federal: “não é o suficiente”, disse Albano lembrando que “faltou o Tribunal de Contas”. Na segunda-feira, o filho do ex-governador, Ricardo Franco (PSDB), anunciou que se desfiliaria e ficaria fora da campanha caso não participasse das decisões do partido. Além disso, que queria ser o vice na chapa do PFL. Ou ele ou o advogado Pedro Barreto. No mesmo dia, Ricardo esteve na casa do ex-prefeito Marcelo Déda, com quem conversou demoradamente.

No dia seguinte, como se quisesse pressionar os parlamentares do PSDB que tiveram reunião na noite da mesma segunda-feira para ouvir de Albano o que conversara com João Alves, Ricardo Franco contra-atacou: “serei candidato a deputado estadual, caso o pessoal não siga orientação do doutor Albano”. Deixou transparecer que os deputados recusavam fazer uma aliança com o PFL, contrariando o pai. Criou uma crise, tanto que na reunião da terça-feira à noite o secretário geral do partido, Ulices Andrade, não compareceu. Quem lá esteve declarou silêncio e disse que a partir dali faria apenas escutar e seguir a decisão única do ex-governador. Ninguém quis falar mais sobre alianças. Na quarta-feira, Albano viajou a Brasília para conversar com o pré-candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, mas antes teve um encontro com o presidente nacional do partido, Tasso Jereissati. Teria comunicado que seria muito difícil a aliança com o PFL em Sergipe. À noite, jantou com o senador Valadares e ouviu dele uma proposta que poderia aliviar a questão dos deputados estaduais: pelo menos cinco municípios poderiam ser repassados ao PSDB, com a indicação de Belivaldo Chagas (PSB) para vice de Marcelo Déda.

Ontem Albano permaneceu eu Brasília. Conversou com o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e com Geraldo Alckmin, mas não vazou nada sobre o assunto. O ex-governador retorna hoje a Sergipe e garantiu, ao viajar a Brasília, que anunciaria a posição definitiva do PSDB nesta sexta ou, no máximo, segunda-feira. Tem que sair alguma coisa que possibilite os candidatos a iniciar campanha e mostrar de que lado está. Há uma certa expectativa sobre essa decisão, mas a tendência é do PSDB sair sozinho e aceitar partidos hospedeiros. O ex-governador está convencido que os tucanos têm vôo próprio para fazer uma bancada estadual e dois deputados federais, o que seus próprios aliados e adversários acham muito difícil. Se acontecer isso, de certo só tem a eleição do próprio Albano, que tem fôlego para chegar tranqüilo à Câmara Federal, independente das alianças.

 

 

PEDRINHO

O advogado Pedro Barreto (PSDB) revelou, ontem, o voto para deputado estadual nas eleições de 2002: “teclei o número de Ulices Andrade (PSDB)”.

Disse que este ano deverá votar diferente, alegando que já tem outro nome que vai ajudar a eleger. O próprio Pedrinho já pensou em ser candidato a estadual.

 

DESFILIA-SE

Pedro Barreto também declarou que vai acompanhar o empresário Ricardo Franco (PSDB), caso ele se desfilie do partido.

“Se não sair tudo dentro dos conformes (não revelou quais) vou me desfiliar”, disse. Pedro Barreto é muito ligado a Ricardo.

 

FABIANO

Ao tomar conhecimento de que Pedro Barreto revelara seu voto para o deputado Ulices Andrade, nas eleições de 2002, achou estranho.

“Em 2002, Pedro Barreto andava com meu adesivo em seu carro e disse que tinha votado em mim”, declarou Fabiano, que disputou pelo PPS.

 

CONVERSA

O empresário Ricardo Franco passou parte da manhã de segunda-feira, conversando com o candidato do PT a governador, Marcelo Déda.

Atendeu a um convite do ex-prefeito para um encontro em que se debateu questões políticas, principalmente a aliança branca.

 

JANTAR

O ex-governador Albano Franco (PSDB) teve uma conversa longa, ontem, com o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati.

Teria comunicado que uma aliança com o PFL está se tornando muito difícil. Depois da conversa com Tasso, jantou com o senador Valadares (PSB) no Piantella.

 

TENDÊNCIA

A tendência de Albano é sair candidato a deputado federal com o PSDB sozinho. Valadares lhe mostrou que ele se elege aliado ou não ao PT e ao PFL.

Se houver a possibilidade de uma aliança branca com o PT e Belivaldo Chagas sair para vice, vão sobrar cinco municípios que podem ajudar os candidatos estaduais do PSDB.

 

CONFIANÇA

Um fato interessante: enquanto o PSDB mostra indecisão para composição, membros do PFL estão absolutamente certos de que a aliança está fechada.

Ontem, no final da tarde, um membro importante do PFL espantou-se ao ser informado que o PSDB mantinha a dúvida. “Não é possível! Não acredito”! – disse.

 

INTERVENÇÃO

A direção Nacional do PSB poderá intervir em diretórios estaduais que não lançar candidato a deputado federal. A decisão foi tomada em reunião do partido.

Em Sergipe, houve proposta para o PSB retirar o candidato – Valadares Filho – mas não foi possível em razão da decisão do partido, que quer vencer a clausula de barreira.

 

CANDIDATURA

O deputado federal João Fontes (PDT) terá hoje, às 18 horas, uma reunião com membros do partido, quando colocar seu nome à disposição para disputar o governo.

Fontes chegou a Aracaju ontem e já conversou com o ex-deputado federal Ivan Paixão (PPS) e vai procurar Benedito Figueiredo (PMDB) para uma conversa.

 

APOIO

João Fontes disse que desde o momento que a possibilidade de sua candidatura ao governo tem recebido telefonemas de apoio de setores importantes da política sergipana.

O deputado se mostra animado e quer ir à luta, desde que o seu partido, o PDT, concorde: “vamos candidatar-se sem temer ficar sem mandato”.

 

PAIXÃO

Quando conversou com João Fontes, o ex-deputado Ivan Paixão disse que não sabia como ficaria o quadro a nível nacional para o seu partido.

Ivan já tinha avisado ao presidente do PSS, Roberto Freire, que tem compromissos com o governador João Alves Filho em Sergipe.

 

ALMEIDA

O senador José Almeida Lima (PMDB) está no bloco que defende candidatura própria a presidente da República e apóia o registro de Pedro Simon como pré-candidato.

Caso o partido homologue o nome de Simon, o senador Almeida Lima volta a se animar para disputar a sucessão em Sergipe.

 

SÓ DOIS

Um importante membro do bloco de oposição que apóia a candidatura de Marcelo Déda (PT) a governador, calcula que a coligação fará apenas dois deputados federais.

Como ainda há muito que discutir nesta área, ainda não se pode avaliar quem será eleito. Uma coisa é certa: o PT que eleger um nome para a Câmara Federal.

 

 

Notas

 

VIOLÊNCIA-1

O senadorValadares (PSB) afirmou, ontem, em plenário, que o aumento da violência e da criminalidade não está unicamente ligado à pobreza e à desigualdade social. Resulta também da fraqueza do Estado na defesa dos cidadãos, da falta de organização da polícia e da prevalência do sentimento de impunidade.

Propôs que a questão da segurança seja repensada e que o Estado, por meio da ampliação de presídios públicos federais de alta segurança, isole da sociedade, por determinado período, os presos de maior periculosidade.

 

VIOLÊNCIA-2

Valadares foi duro em seu pronunciamento. Disse que não se pode falar que o PCC é fruto da superlotação dos presídios: “o PCC diz isso para arregimentar outros presos”, disse considerou que “não há organização criminosa sem o braço do estado”. Referia-se à forma de entrada de celulares nos presídios.

Sustentou não existir qualquer vinculação entre o Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pela escalada de violência em São Paulo, e os grupos que reivindicam políticas públicas eficientes, pela via democrática.

 

HORÁRIOS

As agencias bancárias funcionarão em horários especiais durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo, para que todos tenha direitos de assisti-los e torcer pelo Brasil. A determinação foi adotada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e vale apenas para os dias dos jogos.

Quando as partidas da seleção ocorrerem às 12 horas, os bancos vão funcionar das 8:30h às 11:30h e das 14:30 às 16h, nas capitais e regiões metropolitanas. Nos jogos às 16horas, os bancos abrem das 9:30h às 14:30h.

 

 

É fogo

 

É responsabilidade de todos defender o meio ambiente, independente de raça, cor, partido político, religião etc. Lembra o publicitário Antônio Leite.

Antônio Leite diz que é com este espírito que o Bloco Caranguejo Elétrico estará amanhã nas ruas de Capela para dar o seu grito de alerta pela preservação da Mata do Junco.

 

O economista Marcos Melo lança, segunda-feira, às 17:30h, na Assembléia Legislativa, o livro – “O Conde de San Vicente: por uma nova história de Sergipe”.

 

Em entrevista, o governador João Alves Filho (PFL) disse que, em seu governo, nunca um sindicalista foi preso.

 

O deputado Francisco Gualberto (PT) contestou. Lembrou que fora preso duas vezes no governo anterior de João Alves Filho.

 

A deputada Susana Azevedo (PSC) apóia a luta do deputado federal José Carlos Machado (PFL) contra a cobrança de laudêmio em “terrenos de Marinha”.

 

Os deputados do PSDB estão no mais absoluto silêncio. A partir de agora atendem apenas ao que o ex-governador Albano Franco decidir.

 

Já está no ar a propaganda dos festejos juninos na Vila do Forró, que já está sendo montada na praça de eventos da orla de Atalaia.

 

Depois de dois anos registrando queda no faturamento, a receita do comércio brasileiro cresceu 11,7% em 2004, em comparação a 2003.

 

A taxa de inadimplência dos consumidores caiu 11,4% em abril, em relação a março deste ano, quando o indicador havia subido expressivos 35,1%.

 

O governou mudou de discurso e decidiu recuar da idéia de fixar um teto para taxa de juros cobrada nas operações de crédito consignado para aposentados pensionistas do INSS.

 

brayner@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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