A corrida de rua entre o suor e a lágrima

Toda corrida é uma história. Essa frase acabou se tornando meu mantra desde quando comecei a correr e escrever. Desde a última sexta-feira deixei engatilhado um texto sobre "a barreira dos 30km", uma situação muito comum entre os maratonistas.  Reuni, pelo grupo do whatsapp "Runners AJU", alguns depoimentos daqueles que já enfrentaram e superaram esse obstáculo. Conversei, informalmente, com Eduardo Teles, professor da Zona Alvo, para saber exatamente até onde isso é mito ou verdade. O material está pronto e vou ficar devendo a publicação. Seguindo o mantra, em razão de algumas coisas que aconteceram neste último final de semana, resolvi segurar o texto sobre a maratona para relatar dois momentos especiais. O primeiro foi um dos gestos mais bonitos que recebi após 32 anos de vida. O segundo foi a conquista do 1º lugar na prova Brasil Bike Run.

No sábado, durante o período da tarde segui viagem para o município de Pirambu, distante 40km da capital sergipana, para participar da Corrida de Verão, evento promovido pela prefeitura e a Academia Bem Estar. Peguei a estrada depois das 14h na companhia de Saulo, Marilia, Lula e Davi. Esse pessoal sempre tem uma história pra contar. Antes das 15h já estávamos na cidade. Após a retirada das camisas todos os corredores entraram em um ônibus para ir até o local da largada. Parecia uma excursão colegial.

Largamos pouco depois do horário previsto, que seria às 16h, com um clima agradável, sem aquele sol ardente. O percurso de 6,5 km foi aprazível. Partimos da entrada de Aguilhadas e seguimos pela rodovia estadual. Foram quatro pontos de água, o que ajudou bastante no rendimento. Em particular, o melhor da corrida não foi o vento gracioso, a camisa verde-limão-espectro-paris, inscrição gratuita ou os pontos de hidratação. Foi um gesto.

Ao final, antes da premiação, tive a honra de conversar com a atleta Maria Dilma do Nascimento Menezes, corredora da equipe Pé no Chão. Há quatro anos, quando ainda trabalhava na Emsurb, eu a considerava uma lenda. Ouvi muitas histórias através de seu filho, Edivan; trabalhamos juntos no órgão municipal. Em Pirambu, me apresentei a ela e contei um pouco da minha história.

Dilma recebeu um troféu pela 5ª colocação na categoria. Após descer do palco, ela conversou com Saulo e disse que gostaria de dar o troféu para uma pessoa especial. Foi quando ela me olhou e com as mãos estendidas ofereceu a sua conquista. Me falou que era “pra eu continuar seguindo em frente”. Seu gesto foi tão magnífico e eloquente que não consegui controlar a emoção. Manifestei meu agradecimento através de um abraço e um forte beijo. Digo, sem medo de errar, que foi uma das coisas mais bonitas que alguém fez por mim. E se antes eu já pensava em continuar correndo, com esse carinho o ímpeto só aumentou. A lenda agora faz parte da minha realidade.

Já no domingo, depois de uma noite carnavalesca – sem bebidas, é importante frisar – participei do Brasil Bike Run. Estava ansioso para essa prova porque seria a primeira vez de um revezamento entre a corrida e a bicicleta. Apesar das poucas horas de descanso, eu estava bem. Corri 3,62km em 19min26s. Fiz meu melhor quilômetro até agora: 4min55s. Diante disso já estava bem animado, apesar de ter visto muitos da minha categoria me ultrapassando. Ao chegar na transição para a bicicleta contei pelo menos 14 na frente.

Como eu enfrentaria mais um sprint de 12km de pedal após uma corrida? Não tinha ideia. Fiz a transição em menos de 1 minuto. Sentei no selim e comecei a rodar. Quando passei de dois ainda na primeira volta, evoquei o espírito competitivo. Então, pela situação, marquei quatro que estavam na frente e passavam diante de mim em direção oposta. Na hora, a única coisa que pensei foi: aqueles são os coelhos. O plano era sprintar após cada retorno e manter a média de velocidade, que estava entre 34 e 38km/h, variando de acordo com o vento. Antes da última volta haviam ainda mais dois. Consegui ultrapassa-los e mantive uma distância controlada até a chegada. Foi minha primeira vitória em um esporte desde os meus tempos de natação e jiu-jitsu.

Por esses e mais outros tantos motivos, esse fim de semana foi especial. Consegui, além de lograr êxito em uma prova, rever e fazer novos amigos. Estou fortalecido diante do gesto de Dilma. Confiante, após uma vitória. Ébrio de alegria em saber que a corrida está mudando a minha vida.

Corrida de Verão em Pirambu: críticas

Não é fácil organizar um evento esportivo. São muitas demandas. A Corrida de Verão em Pirambu teve muitos acertos, a começar pelos pontos de hidratação; foram quatro ao longo do percurso. Fiquei surpreso com a entrega das camisas; achei que não teria. Como a prova foi realizada em meio a uma rodovia estadual, os corredores esperavam um pouco mais de segurança, o que não houve. Foi divulgado que o percurso seria de 6km. Pra quem treina e corre com o relógio marcando a distância, sabe exatamente o ritmo que deve manter até completar a prova. O problema foram os 500 metros a mais. No meu caso, quando achei que estavam faltando 300 metros para a chegada, acelerei um pouco mais e quase quebrei quando vi que ainda faltavam mais meio quilômetro. Outros reclamaram desse aumento do percurso. No mais, valeu muito ir até Pirambu e participar de uma corrida.

Brasil Bike Run: críticas I

A ideia da prova foi excelente: promover um duatlo para iniciantes. Muitos profissionais marcaram presença, mas a esmagadora maioria participou pela primeira vez de um evento com esse formato. O local foi uma escolha acertada. A sinalização, em todo o percurso de 3,5km, também estava em ordem, além da água gelada que faz muito bem para os nervos acalorados. Não houve chip e as marcações estavam sendo feitas a próprio punho por três fiscais de prova. As reclamações começaram a surgir após a premiação. Pelo menos nove participantes foram reivindicar o direito ao pódio e ao troféu: eu também estava no grupo reclamante. Houve um erro tão evidente que um atleta da categoria speed foi chamado para subir no pódio da categoria mountain bike. Em outro caso, um que subiu no pódio comentou com outro: “cheguei bem depois de você e ainda ganhei”.

Brasil Bike Run: críticas II

Diante da situação, o organizador da prova, o ciclista Jailson Silva, reuniu todos os reclamantes e anotou cada problema de maneira individualizada. Ele se prontificou a fazer uma nova conferência nas anotações dos fiscais. Vou tomar meu caso como exemplo. Tive que provar, por meio de imagens fotográficas – através do exif da câmera (informações de arquivo como data e hora da captura da foto) – que cheguei mais de 8 minutos à frente daquele que subiu no pódio em minha categoria. Como disse anteriormente, a ideia do evento foi muito boa. E para não deixar essa iniciativa ser ofuscada pelos erros, o mínimo que se espera é uma retratação formal a todos aqueles que foram prejudicados.

Últimas inscrições

Faltam 19 dias para a Corrida da Praia. As inscrições estão sendo feitas on line, através da Central da Corrida, ou nas lojas Coisas Nossas, Ecocciclo Bike e Competir. A prova acontece no dia 1º de março, nas areias da Aruana, com percurso entre 5km, 10km e 15km. O kit completo (camisa, sacola, squeeze, viseira, número, chip e medalha) custa R$ 65,00; o kit básico (número, chip e medalha), custa R$ 50,00. Mais informações pelo telefone (79) 3024-5955 ou pelo whatsapp (79) 8126-4948. O evento está sendo organizado pela Conceito Soluções Esportivas.

1º Cross Country de Aracaju

No dia 21 de fevereiro, no primeiro final de semana após o carnaval, será realizada o 1º Cross Country de Aracaju, uma prova que visa preparar os atletas para a Corrida Cidade de Aracaju. O kit básico (Camisa Dry-Fit, viseira, munhequeiras e medalha de participação), está no valor de R$ 50,00. O kit completo (Camisa Dry-Fit, calça De lycra cross country, viseira, munhequeiras e medalha de participação), custa R$ 100,00. O local da prova será na rua Colombia, bairro Marivan. A concentração será a partir das 14h45, com largada prevista para as 15h45. A inscrição é presencial, na Jaime Madureira Clube De Corrida, que fica localizada na avenida Poeta Salles Campos, 757-A, bairro Coroa do Meio. Corram porque são apenas 150 vagas. Mais informações pelo telefone (79) 9946-6447.

Corrida Corredores de Aracaju

A corrida acontecerá no dia 19 de abril, na Passarela do Caranguejo, na Orla da Atalaia, a partir das 7 horas. Serão 10 km na areia da praia. A inscrição, que é limitada a 200 atletas, custa R$ 30,00 e está sendo feita na Central da Corrida (colocar link). Mais informações pelo telefone (79) 8806-5977.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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