A CULTURA DA CONFIANÇA: UMA CAMINHADA AINDA DIFICIL UM CONCEITO IMPORTANTE

A CULTURA DA CONFIANÇA: UMA CAMINHADA AINDA DIFICIL UM CONCEITO IMPORTANTE (*)

 

“Competitividade em excesso e ênfase no desempenho individual desgastam o senso de comunidade, pois os indivíduos competem ferozmente por vantagens e reconhecimento.

John W. Gardner, Stanford Business Scholl

 

Quando as instituições ajudam aos seus empregados a encontrarem a realização profissional no trabalho em que executam, conseguem desenvolver o seu capital humano, pois cuidam dos elementos básicos e fundamentais, as suas necessidades físicas, emocionais, mentais e espirituais.

Como resultado dessa caminhada, os empregados, por sua vez, por se sentirem plenos e realizados com as atividades que executam, o seu trabalho lhes faz sentido e guia as suas vidas e, por sua vez, respondem com a melhoria do seu desempenho no trabalho, com a qualidade do atendimento aos seus clientes e, certamente com os resultados que conseguem trazer para as suas organizações.

Portanto, como podemos constatar trata-se, na verdade, de uma série de nós interligados e interdependentes. As empresas que incentivam esse nível de comprometimento certamente estão focadas em níveis de consciência corporativa superiores e, certamente incentivam o exercício dos valores compartilhados.

Como resultado, quando uma equipe, ou colaboradores de uma empresa trabalham com uma cultura de valores compartilhados cria-se um forte senso de comunidade. Um exemplo claro disto que está sendo afirmado, são os cardumes; se observamos como os peixes agem conjuntamente podemos perceber que existem regras de conduta tão sólidas que os mesmos mudam rapidamente de lado ou direção e não percebemos um peixe se chocar contra outro; portanto, está estabelecido uma cultura de comunidade e, por esse motivo uma cultura de confiança.

Ou seja, temos uma cultura de confiança, quando as pessoas que participam dessa cultura adotam valores em comum. Com isso, tem-se como resultado maior confiança entre as pessoas dessa comunidade. Um exemplo claro disto, pode ser comprovado quando pessoas de um mesmo país se encontram quando estão foras do seu país de origem; mesmo sem se conhecerem muito de imediato estabelecem um vínculo de amizade e solidariedade que certamente não aconteceria nessa velocidade se estivessem no seu país de origem.

Esse mesmo comportamento pode ser encontrado nas organizações quando os empregados sentem que compartilham os mesmos valores com as organizações com as quais trabalham. Assim sendo, elas começam a trabalhar com entusiasmo e com ardor porque sabem que as suas organizações cultuam os mesmos valores. Como resultado “vestem” a camisa e dão o melhor de si para o seu trabalho e para a sua empresa.

Todavia, esse não é um caminho fácil de encontrar hoje em dia, ainda nas organizações. Muitas delas possuem uma carta de valores impressa e até mesmo distribuídas em quadros pelas paredes; todavia, em sua maioria não prestam muita atenção a esses valores e às vezes, as suas práticas, não são coerentes com o dia a dia organizacional.

Talvez, seja esta, a maior dificuldade que as empresas ainda enfrentam atualmente. A maioria das pessoas busca encontrarem nas empresas para as quais trabalham que alguns dos seus valores pessoais sejam também praticados, ou que, pelo menos, percebam que existe uma sólida coerência entre o que é dito e o que é verdadeiramente praticado.

O que acontece é que muitas delas por não encontrarem isto, se desapontam e começam a ver o seu trabalho apenas como um emprego que garante a sua sobrevivência e não a sua realização pessoal. Por este motivo não há confiança e, consequentemente, há por parte dessas pessoas, pouca participação, nenhum encorajamento e, até mesmo, medo em exprimir as suas opiniões. Daí as pessoas começam a fazer apenas aquilo que acreditam que é esperado que façam como se fossem apenas meros atores de um drama organizacional porque é a única forma que encontram para satisfazer às suas necessidades físicas e emocionais.

A descoberta da importância da prática dos valores humanos no mundo organizacional ainda é uma fronteira quase inexplorada do Brasil, todavia é um campo em larga expansão em todo o mundo. Buscar convergir os valores desejados e observados na organização é certamente um grande desafio.

 

 

(*) Fernando Viana

www.fbcriativo.org.br

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O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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