O elevado número de cidadãos que prometem votar nulo, em branco ou simplesmente se abster, reflete o desinteresse de parte da população pelas propostas dos candidatos. Essa desilusão do eleitor também mostra que o voto no Brasil não é tão obrigatório assim: quem não comparece à urna, paga uma multa insignificante e fica quite com a Justiça Eleitoral. São vários os motivos que levam o suplicante a trocar a obrigação cívica por uma ensolarada praia. O principal deles é o comportamento da maioria dos políticos, envolvidos em escândalos de toda ordem. Cabe registro também o fato de quase todos os eleitos simplesmente esquecerem o que prometeram durante a campanha. Tomara que este desinteresse do eleitorado pelas urnas force os partidos a repensarem a forma de fazer política, priorizando a seriedade tão reclamada pelo cidadão de bem.
Casa nova
O futuro presidenciável Fernando Haddad (PT) será a principal presença na inauguração do comitê eleitoral do candidato à reeleição governador Belivaldo Chagas (PSD). Antes, os governistas participarão de uma caminhada pelo centro de Aracaju. Haddad, que está fazendo um périplo pelo Nordeste, aguarda apenas a Justiça Eleitoral impugnar a candidatura do presidiário Lula da Silva (PT) para oficializar sua condição de presidenciável.
Água por voto
Sem água para matar a sede dos animais, pequenos criadores sergipanos estão trocando apoio político por pipas d’água. Os políticos endinheirados socorrem os flagelados, desde que estes jurem votar neles e coloquem a propaganda dos dito cujos nas fachadas das casas. Quem faz isso ganha uma pipa d’água, vendida na região por R$ 300. Virgem Santa!
Juntos e separados
Embora no mesmo palanque, os deputados federais André Moura (PSC) e pastor Jony Marcos (PRB) têm visões diferentes sobre este governo temerário. O primeiro é líder no Congresso do ainda presidente Michel Temer-Treme (MDB). Já o evangélico foge do mordomo de filme de terror como o diabo foge da cruz. Jony, inclusive, votou para que o amigo pessoal de André fosse processado pelo Supremo Tribunal Federal. Marrapaz!
Cabo invocado
E o vereador aracajuano Cabo Amintas (PTB) diz ter sido usado como moeda de troca por um colega de parlamento. Sem citar nomes, o petebista denunciou que o levaram para conversar com um candidato e depois o deixaram a ver navios: “Fui enganado, mas quem fez isso não conhece a minha coragem”, discursou o vereador militar. Crendeuspai!
Eleitor incrédulo
De um bebinho, numa bodega da zona norte de Aracaju: “Afirmar que Fábio Henrique e o PDT votam em Henri Clay para o Senado é tão falso quanto garantir que os petistas sergipanos vão votar em Jackson Barreto”. Quanto ceticismo!
Tá no páreo
E Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou o registro de candidatura de Vera Lúcia (PSTU) à presidência da República. O candidato a vice é Hertz Dias, do mesmo partido. Operária, com trajetória no movimento sindical, Vera nasceu em Pernambuco, tendo se mudado para Aracaju ainda criança. Formada em ciências sociais pela Universidade Federal de Sergipe, a presidenciável declarou patrimônio de apenas R$ 20 mil.
Resgate histórico
Identificar os locais de Aracaju relacionados à luta contra o golpe militar e pela democracia. Esta proposta foi sugerida ao prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) pela Comissão Estadual da Verdade. O comunista prometeu enviar à Câmara de Vereadores um projeto autorizando a Prefeitura a criar o inventário destes locais, sua sinalização e organização, para estabelecimento de um museu de percurso. Maravilha!
Livres para voar
Alegando erros no processo original, o Tribunal Superior Eleitoral extinguiu quatro representações ajuizadas contra os ex-deputados estaduais Antonio Passos, Zé Franco, Angélica Guimarães e Susana Azevedo. Os quatro foram denunciados por mau uso das verbas de subvenção da Assembleia. Em junho passado, o mesmo TSE já havia extinguido processos idênticos contra 16 deputados estaduais e federais sergipanos acusados pelo mesmo delito. E assim caminha a humanidade.
Punindo gazeteiros
Dependesse da vereadora Kitty Lima (Rede), a Câmara de Aracaju descontava os dias não trabalhados dos parlamentares gazeteiros. Injuriada com as faltas não justificadas dos colegas, Kitty apresentou um projeto de resolução propondo o desconto monetário das ausências. Quer apostar uma mariola como a maioria dos vereadores votará contra o projeto de Kitty Lima? Aliás, é bem provável que a sessão para apreciar tal matéria não ocorra por falta de quórum. Misericórdia!
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