Na semana em que se comemora o dia do advogado nota-se que a disputa pela sucessão da OAB/SE está fraca. Salvo Arnaldo Machado que já se movimenta desde de março, quando em uma entrevista ao jornalista Jozailto Lima, deu sinais de que iria para a disputa e romperia com o grupo que ajudou a eleger do qual faz parte na qualidade de Conselheiro Federal. Os demais continuam em silêncio absoluto ou cochichos de pé de orelha.
Imagino que seja proposital esta calmaria dos pretensos candidatos. Reuniões acontecem em caráter reservado. Houve encontros fora do Estado, em restaurantes, em escritórios e outros locais discretos. A cúpula da advocacia busca um consenso entre os pares para que a Ordem deixe de ser um “partido político”, como bem colocou, Arnaldo Machado, em seu discurso. O fato é que a vaidade entre os que influenciam a advocacia sergipana é maior do que os interesses do coletivos.
No encontro de Carlos Augusto e Cristiano Cabral, que há dois meses seria o nome de consenso da oposição, CA demonstrou humildade e disse que aceitaria que Cabral montasse a chapa pedindo apenas a indicação de uma pessoa para o Conselho Federal e proporia outros nomes para o Conselho Estadual. Cabral se animou. Cabral marcou almoços. Cabral apareceu na sociedade e na mídia local mais sorridente e com ternos novos, óbvio que menos engomado dos usados por HC. Mas aí Cabral ou Cabral!!!??? Viajou para Europa. Deu um pulinho na Disney. Tirou foto com a Minne e o Mikey. Foi a São Paulo, Rio e Brasília a descanso. Enfim, não cumpriu a agenda proposta pela turma de CA. Isso foi tão explícito que ele mesmo informou a Carlos Augusto que por motivos de cunho particular desistiria da campanha e assim, por aclamação o grupo escolheu Carlos Augusto para liderar a oposição.
No encontro entre Arnaldo Machado e Carlos Augusto, chapa que considero a melhor, Arnaldo já foi dizendo que não abre mão de ser o candidato a presidente e nem compor a diretoria e os conselhos. Fica difícil Arnaldo! A regra é clara! Composição é composição, ou seja, tem que haver uma divisão de poderes, o que não foi acordado entre as partes. Acredito que ainda há tempo para uma conversa madura entre CA e AM, até porque Arnaldo se coloca como uma personagem fora do contexto da atual gestão, mesmo sendo Conselheiro Federal, friso.
No encontro de Henri Clay e Carlos Augusto as conversas não surtiram resultados. HC que tenta uma vaga no senado e tem um ego maior que ele e assim como Arnaldo não aceita composições e divisão de poderes, logo infrutífera a união. Outro ponto que acho complicado é que HC reuniu com CA sem a presença de Krauss, que admite ser o candidato dele, mas pretende deixá-lo sem comando, pois toda chapa seria montada por ele e seus fiéis escudeiros. HC volta dia 08 de outubro com a corda toda, caso não seja eleito Senador da República, aliás muitos dos advogados disseram-me que pretendem votar em HC para que ele vá logo para Brasília e deixe a Ordem em paz.
No começo desta semana conversei com o sócio de uns dos maiores escritórios do Estado que confidenciou que, por grandeza de espírito, Carlos Augusto aceitaria em sentar com Inácio Kraus, sem Henri, com a finalidade de montar uma chapa para o bem da advocacia sergipana. Precisa Inácio ter a coragem e romper com caos que está aí, como bem colocou Arnaldo em seu inesquecível discurso. Precisa Kraus chamar o feito à ordem e convidar Arnaldo para compor sua chapa e/ou discutir quem vai para a presidência. Os líderes da advocacia precisam esquecer a egolatria e pensar nos quase 12 mil advogados, essenciais para a manutenção da justiça. Viva a advocacia Sergipana!