No mundo organizacional da atualidade, cada vez mais a liderança está focada em resultados; todavia, ao contrário do que muitos pensam não significa que o eixo central do pensamento deve ser apenas e exclusivamente a lucratividade. Isso vem acontecendo justamente porque se percebe, a cada vez mais, que os resultados só são efetivos quando contemplam quatro dimensões essenciais: os funcionários, a empresa, os clientes e os acionistas. Por mais que queiram algumas organizações precisam compreender que não podem andar sozinhas como se fossem máquinas previamente programadas; antes de qualquer coisa elas precisam de “gente”, da energia humana para tocar processos simples ou sofisticados. Além disso, todas organizações precisam de quem compre os seus produtos ou serviços e, certamente, necessitam também daqueles que acreditam na sua filosofia e, por este motivo se tornam seus acionistas, parceiros ou apenas um cliente. A partir daí é preciso entender o papel atitudinal que estaremos denominando de liderança empreendedora, justamente pela coragem de ousar, desafiar, definir novas estratégias e seguir em frente sempre buscando criar oportunidades para todos os envolvidos. Partindo desse princípio, esse tipo de liderança tem a preocupação – constante – de definir os quatro eixos que chamamos de essenciais: 1 – ESTABELECER OS RUMOS – Para onde queremos ir? – Com quem estaremos indo? – Qual será o nosso objetivo principal? – Quais serão os nossos aliados? Quem poderá nos atrapalhar? 2 – MOBILIZAR AS PESSOAS – Como obter o comprometimento dos empregados? 3 – FORTALECER AS HABILIDADES EMPRESARIAIS – Os sistemas que precisam ser desenvolvidos. – Qual é o “core business”? – Gestão do conhecimento. 4 – EMPENHO PESSOAL: – Que preço está disposto a pagar? – A coerência entre o discurso e a prática. – Qual será o nosso objetivo principal? Num primeiro momento parece que esses quatro aspectos são bastante fáceis de serem atingidos. No entanto se levarmos em consideração que o mundo organizacional é constituído por um grupo de indivíduos e uma infinidade de modelos mentais e que, conseqüentemente, cada indivíduo componente dessa cultura organizacional cria no seu imaginário o seu próprio celeiro de medos, anseios, dúvidas, verdades, crenças, desconfianças, alegrias, tristezas, angústia e etc. Logo, essa gama variada de sentimentos e anseios irá dar origem ao campo de energia que estará contido na organização e que poderá ser mais denso ou menos denso a depender principalmente de como a informação é disseminada na organização na escala vertical (dos mais graduados para os menos graduados). É muito comum se constatar em grandes organizações que determinadas informações que poderiam ser livremente difundidas sem que isso causasse algum problema, muitas vezes ficam retidas em algumas etapas do processo e a partir daí se disseminarem de maneira deturpada por toda a organização, na maioria dos casos dando origem a mal entendidos que poderiam ter sido evitados se a informação fosse tratada de uma maneira equilibrada e respeitosa. Portanto, por falta desse preparo constatamos verdadeiros “maremotos” dentro de organizações quando na verdade a deturpação foi acontecendo gradativamente à medida que passava em cada departamento e foi interpretada isoladamente. Ao invés de deixar as questões no “ar” caberá aos líderes definir com clareza o rumo que deverá ser dado à organização e informar a todos quais deverão ser os seus pontos cardeais que a nortearão e bem como, que elenco de estratégias estarão sendo escolhidas para se atingir as metas desejadas. A fig. 1 mostra isso muito claramente que, ao líder empreendedor caberá a contínua preocupação de definir estratégias (abrir novas frentes, conseguir enxergar o futuro, ousar, buscar parcerias saudáveis, desenvolver os seus pares e equipe); estar continuamente aferindo essa estratégia (revendo produtos e serviços, realinhando projetos e analisando aderências), ter em mente a consciência da sua responsabilidade (coerência entre discurso e práticas) e, portanto estar sempre disponível para assumir as conseqüências e, finalmente, estar atento e disposto ao contínuo “feedback” ou seja, troca de informações entre ele mesmo, os seus clientes, parceiros e, principalmente entre a sua equipe. Será a alimentação contínua desse ciclo de maneira salutar, respeitosa e sabiamente compartilhada por todos da organização que irá permitir que ele, a sua equipe e conseqüentemente a sua empresa consigam atingir as metas desafiadoras desejadas. * Fernando Viana é diretor presidente da Fundação Brasil Criativo presidente@fbcriativo.org.br