A mesmice continuará em 2012

O ano novo chegou e com ele a esperança de muitos continua por mudanças de verdade. Mas depois de cinco anos de espera, poucos são aqueles que acreditam em mudanças reais para o povo sergipano. Alguns fatos de 2011 se repetirão com certeza em 2012, como por exemplo:

– O governador Déda fez uma mensagem de ano novo em rede de televisão e rádio numa mensagem de otimismo para os sergipanos. Mas na prática várias são as promessas de campanha não cumpridas.

– Que o governo Déda tem sérios problemas e várias áreas todo mundo sabe, mas os professores, ou melhor, o Sintese, conceder nota 3 é não olhar para o próprio umbigo. E o povo o que acha do trabalho da maioria dos professores (ainda tem uma boa parcela de abnegados), que ganha um dos melhores salários do país na área, mas deixa a desejar na sala de aula? O correto seria receber como na rede privada: por aula dada. Aí seria um “Deus nos acuda” e com avaliações de desempenho anuais.

– O Tribunal de Contas de Sergipe para variar fechou o ano tentando explicar o inexplicável, o gasto demasiado com diárias e passagens. A corte é um exemplo de algo que jamais mudará.

– Por falar em TCE a mesmice continuará nas indicações. Este início de ano um novo “Acordão” selará o nome de Belivaldo Chagas para o órgão. Mas uma indicação política num acordo que foi costurado em 2010, quando o PSB abriu mão da vice de Déda.

– As eleições chegam e pelo jeito a Prefeitura de Aracaju não terá um nome novo. Ficará entre João Alves, Rogério Carvalho, Valadares Filho, Machado e outras figurinhas carimbadas. Ou seja, nada de novo no reino de Sergipe Del Rey.

– Já na Câmara de Aracaju será modificado o Plano Diretor, que de “novo” não terá nada. Será de acordo com o que deseja uma minoria que manda em Sergipe, o tripé que era tão combatido pelo grupo que hoje comanda o Estado: lixo, construção e transporte.

– Em 2012 o governador Marcelo Déda continuará dependendo do árduo trabalho do secretário de Articulação Política, João das Graças. No final do ano, João das Graças trabalhou tanto que não teve tempo de aparecer na Assembleia onde Déda quase sofre uma derrota histórica. Sem dúvida, João das Graças é o secretário que mais veste a camisa no atual governo. E é a cara do governo de coalizão.

O titular deste espaço pede desculpas aos leitores, mas após alguns dias de descanso e muitas reflexões chegou a conclusão que em Sergipe ainda vive o período das capitanias hereditárias onde quem assume o poder não tem coragem de promover as verdadeiras mudanças.

É como escreveu Luís de Camões: Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos.

Mistérios da meia-noite I
Mal se iniciou, 2012 já terá uma sexta-feira 13, na próxima semana. E com lua cheia. A propósito, no dia 13 de janeiro ocorreu o fuzilamento do Frei Caneca, líder revolucionário da Confederação do Equador. O escritor irlandês James Joyce, autor de Ulisses, também morreu no dia 13 de janeiro.

Mistérios da meia-noite II
Ao total, 2012 terá 03 sextas-feiras 13: esta, de janeiro, uma em abril (saindo da lua cheia e entrando no quarto minguante) e a derradeira em julho (lua minguante). Apenas por pura coincidência, as eleições municipais de outubro também ocorrerão sob lua cheia. Não custa nada, pois, tomar cuidado com os lobisomens que aparecerão até lá.

Turismo X Festa particular I
Quando assumiu o governo, há cinco anos, o governador Marcelo Déda, acabou com a participação do governo estadual em empreendimentos hoteleiros. Durante muitos anos foi assim: o governo entre como acionista, mas nunca tem sua fatia no bolo. É um sócio que muita gente deseja, que não cobra, apenas investe.

Turismo X Festa particular II
Um verdadeiro negócio de pai para filho. Aliás, em Sergipe, tem hotel que foi construído de forma pior: um dos sócios estava no governo e liberou recursos para familiares. Algo honesto e franco.

Turismo X Festa particular III
Quem participou do réveillon no hotel Parque dos Coqueiros ficou sem entender os agradecimentos demasiados do cantor a cúpula do turismo em Sergipe, chegando ao absurdo de dedicar até música a um diretor da Emsetur.

Carmópolis: Ataque em dose dupla
O Vereador Sérgio Vieira (PR) deixou a base aliada da prefeita de Carmópolis Esmeralda Cruz (PT), passou para a oposição e se lançou pré-candidato a prefeito da cidade. Embora reconheça avanços na área social, ele acusa a atual gestão de gastar demasiadamente com festas, esbanjar dinheiro e fazer puro clientelismo, no lugar de investir na formação profissional de jovens e na geração renda e empregos para todos.

Grupo
Assim como o ex-prefeito Volney Leite (PSC), outro pré-candidato de oposição, Vieira também foi para o grupo Amorim que deseja conquistar, a qualquer custo, a prefeitura mais rica da região,derrotando o PT.

Natal dos Sonhos
Alheia às intrigas e movimentos políticos dos adversários, a prefeita Esmeralda Cruz toca seu projeto de governo. Além de Mãe dos Pobres, ela agora já pode também ser chamada de Mamãe Noel. O Natal dos Sonhos, uma festa cinematográfica inspirada na cidade de Gramado (RS) foi sucesso e destaque ontem em Sergipe.Muitas luzes, fina decoração e ricos centários natalinos, shows, bandas, desfiles, mordomias e presentes.

Subprocuradora pode ser candidata em Estância
A advogada e subprocuradora da Prefeitura Municipal de Estância, Soraya Salim, na noite de sábado (31), fez parte da comitiva que acompanhou o Prefeito Ivan Leite na festa de réveillon realizada na Praia de Abais. A subprocuradora estava acompanhada também do seu esposo e dos seus pais que vieram prestigiar a festa de ano-novo em Estância.

PRB
Soraya é uma das integrantes da direção do PRB em Estância e tem contribuído de forma expressiva com a sigla ao lado da atual Presidente, Professora Adriana Oliveira, com a qual mantém um bom relacionamento de amizade e confiança.  A subprocuradora Salim é um dos bons nomes mais citados como pré-candidata a Vereadora e tem sido uma voz que faz eco em defesa da mulher, colaborando com o projeto AME-SE (Ação das Mulheres de Estância Sergipe), programa que é coordenado pela Professora Adriana Oliveira.

Apresentação do elenco do Socorrense
O presidente da Associação Desportiva Socorrense – ADS –, Dalmo Prata Soares,  a apresentará, hoje, 02, às 19h, o elenco que disputará o Campeonato Sergipano de Futebol 2012, da série A. A apresentação no auditório da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito – SMTT – de Socorro, que fica localizada na avenida Nossa Senhora do Socorro, antiga avenida Principal do conjunto João Alves.

DO LEITOR

Pires da Costa, São Cristovão 422 anos o que comemorar?
Comentário do Sr. Pires Costa publicado no Blog Coisas de São Cristóvão:“São Cristóvão comemorou 422 anos no dia 1º de Janeiro de 2012, e o que comemorar? Ao longo dos anos a cidade não evoluiu e parou no marasmo, o comércio da cidade cresceu forçosamente, mais ainda é insignificante, o trabalho na cidade é um dos grandes problemas, o turismo e sua infra-estrutura não sai do lugar.Com vários problemas fica difícil a população lembrar com alegria da data de fundação da sua cidade, com uma grande diáspora nos últimos anos de filhos talentosos da cidade, São Cristovão perdeu muito na vida cultural e intelectual isso é notório, enquanto alguns se destacaram individualmente o conjunto se afastou de campanhas e lutas por melhorias na cidade! Nem mesmo o titulo de patrimônio da humanidade conseguiu levantar a auto-estima.A Violência que tem tomado conta da cidade,a insegurança é um dos nossos maiores problemas,hoje carregamos o titulo de cidade mais violenta ou uma das mais violentas de Sergipe.Ai perguntamos, temos algo a comemorar?”. Fonte: http://www.coisasdesaocristovao.blogspot.com

ARTIGO

Uma Constituinte para as reformas – Jorge Santana*

Quando vi a forma como a imprensa internacional festejou a ascensão do Brasil ao posto de 6ª maior economia do planeta, superando o Reino Unido (a exemplo dessa matéria do MailOnLine), não pude conter o misto de alegria e orgulho e, logo em seguida, parar para algumas reflexões que desejo compartilhar com meus (poucos) diletos leitores.

Em primeiro lugar é preciso reconhecer que o crescimento da economia brasileira vem se dando a partir de contribuições dos últimos governos, a começar da abertura econômica de Collor (ainda que atabalhoada), passando pelas privatizações de FHC (necessárias, porém mal feitas) e culminando com a política econômica diferenciada de Lula, que fez muito mais do que apenas dar continuidade aos fundamentos estabelecidos por FHC, mirando no mercado interno, nas políticas compensatórias, na recuperação do salário mínimo e no consequente crescimento da massa salarial. Tudo isso promoveu a maior mobilidade de classes sociais da nossa história, fazendo vicejar uma nova classe média que se tornou um dos pilares da economia do país.

Ocorre que ainda há muito a fazer para que possamos continuar crescendo com distribuição de renda e redução das ainda abissais desigualdades sociais. Alguns fatores precisam ser atacados com menos timidez do que estão sendo, com destaque para a infraestrutura produtiva, a educação e as reformas. O passivo da infraestrutura, embora gigantesco, para ser pago só depende de decisão política e adequada alocação de recursos públicos. Noves fora equívocos como sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos (vide Copa e Olimpíada: quem vai pagar a conta?), esse dever de casa, mais cedo ou mais tarde, terá que ser feito, incluindo a indispensável adoção dos modais ferroviário e aquaviário na equivocada matriz de transportes do Brasil.

São os capítulos da educação e das reformas que mais preocupam, inclusive pela subordinação do primeiro ao segundo. Inobstante os avanços quantitativos do acesso de largas faixas da população à escola pública, qualitativamente os ganhos são quase insignificantes. Dispensável citar as frustrações dos últimos governos, aí incluo FHC e Lula, que não conseguiram mudar esse cenário. E educação é insumo básico para sustentar o crescimento econômico, logo, se continuarmos patinando nessa área, as projeções de crescimento para as próximas décadas precisarão ser refeitas. Ocorre que não basta alocar mais recursos no orçamento sem que seja aplicada profunda transformação no atual modelo (se é que existe algum) de educação pública, desde a gestão (ou ausência de) até o papel do professor (cujo corporativismo atrasado já foi fartamente diagnosticado como uma das razões desse lamentável cenário). Esse nível de mudança, contudo, irá requerer igualmente alterações em marcos legais e aí, finalmente, chegamos nas reformas.

O Brasil carece, hoje, de várias reformas, sobretudo a política, a tributária e a trabalhista, ou seja, precisa ficar livre de um legado cartorial que produz uma máquina pública perdulária e burocrática; de uma legislação trabalhista senil e absolutamente incompatível com as demandas das economias modernas; de uma carga tributária que, combinada com uma legislação obtusa e uma burocracia fiscalista insana, impede as empresas de crescerem; e de um sistema político que mercantilizou o processo eleitoral e passou a servir de ante-sala para os piores esquemas de corrupção.

Como se vê, não são reformas simples, portanto, jamais serão concluídas na agenda do Congresso Nacional, com os representantes que lá estão e que são, quase todos, beneficiários desse modelo. Aqui cabe parênteses: com a generosidade peculiar desse período natalino, podemos assegurar que não menos de 50% dos nossos parlamentares – por incompetência, carreirismo, mercancia de votos – estariam mais adequadamente instalados em uma … deixe pra lá.

Eis porque não resta alternativa senão a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte exclusiva para as reformas e funcionando simultânea e independentemente do Congresso Nacional. Sendo o prazo de funcionamento de dois anos e vedada a candidatura de detentores de mandatos, teríamos o privilégio de eleger apenas novos nomes. Mais que isso, defendo que os constituintes ficariam inelegíveis por 8 anos, justamente para afastar o mais possível o oportunismo e para evitar conflito de interesse quando forem debatidas regras como reeleição, durações dos mandatos etc.

Tudo isso não passará de uma quimera, já que longe do interesse da classe política, exceto se uma mobilização popular – e hoje as redes sociais podem ser o instrumento – exigir: Assembléia Nacional Constituinte já!

*Empresário da área de TI e ex-secretário de Estado. O artigo foi publicado
Na semana passada no portal nacional Brasil247 e teve boa repercussão. (http://www.brasil247.com.br/pt/247/poder/32523/Uma-Constituinte-para-as-reformas.htm)

Blog no twitter: www.twitter.com/BlogClaudioNun

Frase do Dia

“Não pedi coisas demais para não confundir Deus que à meia-noite de ano novo está tão ocupado”. Clarice Lispector.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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