A MISÉRIA NO BRASIL

É possível erradicar toda a pobreza que existe no Brasil com os recursos existentes e em curto  prazo, do ponto de vista financeiro. Esse é um dos pontos principais de estudo feito pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Para fazê-lo, são necessárias duas coisas: Primeiro decidir que é isso que se quer; segundo, dar apoios institucionais a quem já trabalha com a pobreza, para viabilizar a decisão.

 

Acabar com a pobreza é econômica e financeiramente um problema ridículo, embora seja politicamente complicado.

 

O estudo demonstra que o Brasil é um dos países mais injustos do mundo. Se tivesse um nível de desigualdade parecido com a média mundial, o Brasil, com sua renda per capita, deveria ter 10% de pobres em sua população; tem 30%.

 

Tipicamente no mundo, a média dos rendimentos dos 10% mais ricos da população de um país é cinco vezes maior do que a dos 40% mais pobres. No Brasil, ela é trinta vezes maior.

 

O Brasil não é um país pobre. Cerca de 78% da população mundial vive em países com renda per capita inferior à brasileira.

 

O estudo reconhece que também é necessário um desenvolvimento institucional para que se tenha registros administrativos confiáveis, formas eficientes de identificar quem é pobre e quem não é. Numa sociedade em que grande parte da força de trabalho está na informalidade, como nesta, é difícil comprovar renda.

 

Talvez nem fosse necessário criar impostos de transferência de renda para acabar com a pobreza no Brasil. Talvez bastasse melhorar a eficácia dos programas sociais existentes.

 

Para baixar o nível de pobreza dos 30% da população atual para 15%, o PIB precisaria crescer 7,5% ao ano por dez anos, ou 4,5% ao ano por 20 anos. Para o nível de pobreza se reduzir a 10% da população, o PIB precisaria crescer 9,5% ao ano por dez anos.

 

Para Ricardo Paes de Barros, um dos autores do estudo, a transferência de renda necessária para por fim a pobreza pode ser pura e simples. Para o pobre que comprovar que ganha menos do que o salário mínimo, o governo criaria frentes de trabalho para o pobre receber o complemento ou não sendo possível, governo cobriria a diferença. Ele adverte, ainda, que acabar com o desemprego não elimina a pobreza.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais