A PERDA DE DINHO DUARTE

        O Cantinho da Arte Unimed aconteceu nesta segunda-feira (07/06) com um forte sentimento

Dinho Duarte, 59 anos e toda uma vida ligada à arte
de luto. Abrindo os festejos juninos, conforme previamente acertado, os organizadores foram surpreendidos com a notícia da morte de Dinho Duarte ocorrida na sexta-feira passada, ele que foi o idealizador e organizador daquele espaço cultural, em outubro de 2000. À época, eu comandava a Diretoria de Comércio e Mercado da cooperativa, e coordenava as ações de Marketing e Projetos Sociais. Vi na proposta uma excelente oportunidade de transformar a Unimed em empresa cidadã, com responsabilidade social, no âmbito de sua atuação. Começando timidamente, o Cantinho da Arte cresceu e passou a ser referencia estadual e exemplo para outras empresas sergipanas. 
        Dinho Duarte muito incentivou a cultura sergipana, em seus múltiplos aspectos. Fundador do Movimento Amigos da Arte – AMART, ele era um descobridor de talentos, dando apoio integral aos novos artistas e até mesmo aos já consagrados. 
        Na Unimed, então ele foi um grande parceiro durante dez anos, em diversas iniciativas, além do já citado Cantinho da Arte (que, convenhamos, ficou  muito sem graça com a sua ausência), que abriu caminho para outros espaços culturais. O consagrado Catálogo dos Artesãos Sergipanos teve mais de uma edição e teve destaque nacional, a série Arte & Vida, o Livro dos Danados, o projeto Vida & Obra, com a biografia de Zé Peixe, a arte de Melcíades, Percílio (dos Falcões), Zé Fernandes, Pithiu, entre outros. A menina dos olhos do artista era o projeto ARTE NA ESCOLA, onde ele realizava exposições de pinturas, esculturas e artesanato nas escolas públicas. Ele mesmo levava as telas, arrumava os espaços, fazia tudo sozinho, quase sem nenhuma ajuda. Os calendários anuais da AMART também foi ideia criativa de Dinho Duarte.
         Fotógrafo espetacular, de rara sensibilidade, trocou a geologia e um emprego seguro na Usina Nuclear de Angra dos Reis pela atividade artística e pelo idealismo. Nunca colocou os interesses financeiros à frente de suas iniciativas, protegia os artistas quando tomava conhecimento de suas dificuldades. Dirigiu (por mais de uma vez) a Galeria de Arte Álvaro Santos, fotografou com exclusividade o Ballet Stagium, de São Paulo, que resultou num belíssimo álbum e produziu diversos catálogos de artistas plásticos sergipanos. Sergipe definitivamente fica mais pobre culturalmente com a perda de Antonio Fernando Conde Duarte, o Dinho Duarte.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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