A POBREZA NO BRASIL E NO MUNDO
No Brasil, o crescimento econômico que estamos vivendo não está necessariamente ligado à melhoria da qualidade de vida da população, pois grande parte dela ainda não tem acesso às condições mínimas de saúde, educação e serviços básicos.
Em outras palavras, o país enriqueceu, mas não conseguiu transferir esta riqueza em maior expectativa de vida e alfabetização para toda população. Ao menos na mesma velocidade.
Este problema é, em parte, conseqüência da grande concentração de renda que existe no país. O Brasil continua sendo um dos países onde é maior a concentração de renda. Enquanto os 20% mais pobres ficam apenas com 2,5% da renda, os 20% mais ricos ficam com mais de 60% da renda. É verdade, no entanto, que nos últimos 25 anos a situação vem apresentando melhora, mas ainda está precisando atenção do governo para resolver estes problemas.
A concentração de renda é uma tendência muito antiga, se se levarem em conta estatísticas, dos séculos passados, naturalmente menos completas e refinadas. Em 1870, por exemplo, os 20% mais ricos tinham renda apenas 7 vezes maior do que a dos mais pobres.
Os desníveis sociais não vem aumentando apenas entre países, mas também dentro dos países. Mesmo nações ricas, como as da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne as 29 nações supostamente mais industrializadas) registraram grandes aumentos na desigualdade depois dos anos 80 – especialmente a Suécia, o Reino Unido e os Estados Unidos.
A globalização tem um enorme potencial para reduzir a diferença de renda. Temos mais riqueza, tecnologia e mais compromissos em relação à comunidade mundial do que antes. Mercados mundiais, tecnologia mundial, idéias mundiais e solidariedade mundial podem enriquecer a vida das pessoas por toda parte, aumentando muito suas escolhas.
Mas ainda está longe de se atingir estas metas, pois apenas 40 países mantem crescimento médio de renda per capita de mais de 3% ao ano, ao passo que quase 100 países têm renda mais baixa que há um década e países da África, Europa do Leste e países desmembrado da extinta União Soviética têm renda per capita decrescentes.
Por isto, organismos internacionais com a ONU, por exemplo, pedem a ampliação do papel dessas organizações, pois Estados nacionais têm crescente dificuldades em implantar políticas que respondam a desafios que superam suas fronteiras.