Determinado a construir de qualquer maneira a ponte Construtor João Alves, que vai ligar Aracaju à Barra dos Coqueiros, o governo tem passado por momentos angustiantes nos últimos dias. É que obra é um negócio difícil de lidar, mesmo para um grande engenheiro como o Dr. João Alves Filho, atual governador de Sergipe, acostumado a grandes empreendimentos no setor da construção civil. Há sempre os chamados imprevistos.
Mas não pense você que estou falando de dinheiro. Essa questão financeira até que está relativamente equacionada. Recursos foram desviados de outras áreas para atender às necessidades da ponte, que inicialmente fora orçada em R$ 98 milhões e agora, pelas contas dos próprios técnicos do governo, deverá ultrapassar a casa dos R$ 150 milhões. Não é disso que estou falando. Até porque aditivos nunca foram, nem serão entraves para empreiteiros. Dá-se sempre um jeitinho.
A angústia, à qual me refiro, reside na própria complexidade da construção. Anteriormente, o processo construtivo da ponte previa a utilização de peças de concreto pré-fabricadas que seriam trazidas para o canteiro de obras em Aracaju. Só que isso não será mais possível e, portanto, o cronograma previsto ficou comprometido. O mês de agosto do ano que vem poderá, assim, se transformar no “mês do desgosto” para o governador e sua fiel equipe de trabalho, já que, antecipadamente, marcaram dia e hora para a sua inauguração: às 16 horas, do dia 26 de agosto de 2006.
Não se sabe ao certo, ainda, quanto tempo a mais será preciso para a conclusão da tão sonhada ponte. Pelo que acompanhei em Brasília, quando da construção da ponte JK, belíssima por sinal, o cronograma de uma obra desse porte tende a ser bastante elástico… Tanto no financeiro, quanto no prazo.
Obra é assim mesmo. Veja a reforma da orla de Atalaia, quanto imprevistos não aconteceram até agora?