A saúde materna

No momento em que comemoramos o Dia das Mães, aproveitamos para lembrar de alguns cuidados com a saúde materna. No Brasil as causas mais frequentes de morte materna são a hipertensão arterial própria da gravidez (eclampsia), hemorragia, infecção e aborto, as chamadas causas diretas de morte materna – cuja grande maioria é passível de ser prevenida.

Muitas mulheres quando descobrem que estão gravidas já estão com quatro e até cinco meses de gestação. Na maioria das mulheres, o primeiro sinal de gravidez é a falta da menstruação. No caso de dúvida, a gravidez pode ser confirmada por meio de um simples exame de sangue ou urina, realizado uma semana após o primeiro dia de atraso menstrual. O sucesso de um bom pré-natal depende do momento em que se inicia.

As mulheres que estão desejando ter filhos devem usar o ácido fólico pelo menos dois meses antes da gravidez para evitar as DTN – Doenças do Tubo Neural, principalmente a grave anomalia denominada anencefalia.

Um bom pré-natal deve incluir, no mínimo, seis consultas. No cartão – ou carteira – da gestante, devem ser preenchidos todos os seus dados e resultados dos exames realizados em cada consulta.  O controle da pressão arterial é de grande importância para evitar a eclampsia, doença exclusiva da gravidez, que provoca inchaço anormal de pés, face e mãos, acompanhado de pressão alta. O controle da glicemia é fundamental para evitar a diabete gestacional, causa principal do nascimento de crianças obesas.  O controle do peso também é importante.

Com relação às drogas, as gestantes devem evitar o uso do fumo, principal fator que leva ao nascimento de crianças prematuras. Os recém-nascidos de mães que usam crack durante a gravidez já podem apresentam dependência e síndrome de abstinência. O crack atravessa a placenta com facilidade, levando ao risco de toxidade ao feto. Outros problemas neonatais também podem ocorrer em consequência do uso do crack na gestação: sofrimento fetal asfixia prematuridade, baixo peso. As bebidas alcoólicas também devem ser evitadas.

No pré-natal, o diagnóstico das doenças sexualmente transmissíveis é de extrema importância, tanto para a mãe, para o parceiro, como para o feto. Na identificação de uma sífilis, por exemplo, o tratamento oportuno da mãe e do parceiro, evitará que o bebê venha a ter graves sequelas. A gravidez não impede que as mulheres mantenham relações sexuais. É importante conversar com o parceiro sobre o uso da camisinha mesmo estando grávida, evitando a transmissão, principalmente, da sífilis e do HIV (vírus da AIDS) para o feto.

Toda gestante deve receber as vacinas contra tétano, difteria, gripe e hepatite B. As vacinas contra rubéola, sarampo, febre amarela, varicela ou catapora não devem ser aplicadas durante a gravidez. As radiografias e automedicação devem ser evitadas durante a gestação. Apesar de o leite materno ser absolutamente fundamental para o bebê, não é permitido o aleitamento cruzado, onde a criança recebe diretamente um leite que não é produzido por sua mãe (das chamadas “amas-de-leite”). O leite doado deve ser pasteurizado, evitando assim a transmissão do HIV e de um novo vírus, o HTLV I, responsável pelo aparecimento de paralisias de membros inferiores.

A gravidez na adolescência contribui para o ciclo da mortalidade materna e da mortalidade infantil. A maternidade precoce não só aumenta o risco de morte durante o parto, como também coloca em perigo o bem estar das mães e crianças sobreviventes. As adolescentes precisam estar mais informadas, através dos próprios pais e professores, sobre as consequências da gravidez precoce e as formas de prevenção. Quanto mais cedo esta informação chegar, maiores serão as chances das adolescentes se prevenirem da gravidez fora de hora e das doenças sexualmente transmissíveis. O diálogo entre pais e filhos é fundamental. Caso a adolescente já esteja grávida, pais e professores devem dar todo apoio para um pré-natal correto, orientando para que evite outra gravidez.

O aborto é um problema de saúde que atinge diretamente as mulheres. Infelizmente, muitas brasileiras acabam morrendo por causas diretamente ligadas ao aborto, tais como hemorragias e infecções. A gravidez não planejada é a maior responsável pelo aborto provocado e suas complicações. Toda mulher que não deseje engravidar precisa ser esclarecida sobre como fazer para evitar filhos e dispor de métodos anticoncepcionais gratuitamente no serviço público de saúde que frequenta.

Finalmente, as gestantes devem ficar alerta aos seguintes sinais e sintomas: Sangramentos: avise seu médico imediatamente. Pode ser um aborto espontâneo, ou uma gravidez extrauterina (na trompa), podendo ocasionar uma hemorragia; Febre: pode ser causada por uma doença infecciosa. Entre em contato com um médico o mais rápido possível; Dores no Ventre, Ardência ao Urinar: uma infecção urinária que não é diagnosticada e fica sem tratamento, pode levar a um aborto ou parto prematuro.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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