Embora as lideranças mais expressivas evitem conversar sobre sucessão estadual de 2006, ela ferve a todo o vapor no caldeirão onde se concentra todas as especulações, entrevistas, comentários, provocações e dúvidas sobre um pleito que se realizará dentro de dois anos. Mas quem disse que 24 meses é muita coisa para se preparar uma eleição? Quem vive nessa atividade sabe perfeitamente que é exíguo para a reorganização e manutenção do grupo de apoio, além da conquista de novos parceiros, para fortalecimento das composições. O deputado estadual Fabiano Oliveira (PTB), por exemplo, já avisou que “passado todo o ruído do Pré-Caju e do carnaval”, ele inicia o trabalho para reeleição. O deputado Gilmar Carvalho já está trocando o Partido: Verde por Liberal. Avalia que pode ser prejudicado pelo quociente eleitoral e não se manter na Assembléia Legislativa.
Como Gilmar e Fabiano, os demais parlamentares já estão com máquina de calcular nas mãos, para verificar qual melhor legenda que poderá se acomodar, para reeleger-se. Assim como os possíveis candidatos analisam com frieza o partido que mais favorece a uma eleição. É lamentável, mas a máquina de calcular virou instrumento para medir posição política, deixando-se de lado as tendências ideológicas, jogadas às favas desde que se constatou que o partido é descartável e o mandato não.
O direcionamento da disputa sucessória de 2006 é para o prefeito Marcelo Déda (PT) e o governador João Alves Filho (PFL). Ninguém mais duvida que os dois estarão em confronto pelo Governo do Estado. Um para chegar e outro para se manter. O jornalista Sales Neto, que escreve para o Informe Reservado, fez uma análise mirabolante sobre a sucessão estadual de 2006. Prevê que o candidato a governador será o senador Antônio Carlos Valadares (PSB), com Marcelo Déda disputando o Senado Federal, dentro do pressuposto de que o presidente Lula da Silva (PT), em caso de ser reeleito precise dele no Senado, inclusive para chegar a presidente do Congresso. Há lógica no pensamento do jornalista e essa possibilidade já fora aventada por políticos experientes do Estado. Entretanto, a especulação breca exatamente no presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra (PT), que não deseja trocar o importante cargo que exerce hoje, por uma vaga na Câmara Federal. Seu sonho é retornar ao Senado, mesmo que depois volte ao comando da estatal.
Essa discussão em torno de apenas dois nomes – Déda e João – se dá por razões óbvias: O governador por ser naturalmente um candidato à reeleição. O prefeito, pela expressiva votação que obteve em Aracaju, que ecoou por todo o Estado. A tendência de candidatura de Marcelo Déda ficou tão natural, que até mesmo a suspeita que se levantava de que ele não cumpriria o mandato de prefeito por quatro anos, se transformou em realidade absolutamente aceitável por todos os segmentos da sociedade. Neste momento, e por mais alguns meses, a convicção de que as eleições estaduais de 2006 já têm chapas formadas, será mantida até que os dois resolvam oficializar o que todo o Estado já tem conhecimento. Pelo menos o governador João Alves Filho já mostrou, em entrevista, que estará na disputa. E Marcelo Déda, mesmo que não queira, cairá na tentação das opiniões favoráveis dos seus aliados.
Um fato, entretanto, está acontecendo e será real: o senador Almeida Lima é candidato ao Governo do Estado, para criar uma nova opção junto ao eleitorado que pretenda tomar atitude diferente do que está praticamente definido. Um grupo forte está sendo formado e vem procurando se fixar como uma tendência nova para a sociedade, aparentemente enfadada de polarizações. O movimento está saindo dos lojistas, mas tende a se expandir por outros segmentos do empresariado e pode se fortalecer com a participação de setores diferenciados de um agrupamento social que deseja o seu lugar ao sol. Isso não é uma ficção, mas uma realidade crescente dentro de um Estado que sempre se dividiu em dois lados que comandam os municípios, a capital e chega ao poder maior do Estado.Esse novo movimento já se inicia com a força de uma classe forte, que emprega centenas de pessoas e sentiu a necessidade de ter uma representatividade política e uma participação nas decisões de Estado.
Lógico que pouca coisa vai mudar no comportamento das pessoas inseridas neste novo contexto da política sergipana, mas até junho do próximo ano esse movimento entra em atividade e começa a trabalhar para que se consolide uma nova mentalidade política, que tenha posições definidas e disposição para chegar ao pódio. É prematuro qualquer avaliação, mas com certeza o bloco firmará posição e se transformará em alternativa para a sociedade, inclusive porque a maioria dos seus membros tem cara nova na política sergipana. As eleições estaduais de 2006 pode trazer mudanças na oferta de outros produtos, embora os grupos que hoje disputam a hegemonia política do Estado sejam reconhecidamente fortes e dominem a preferência do eleitorado.
TRIBUNAL
Nem todos os prefeitos eleitos nas eleições passadas, estão absolutamente certos de assumir os cargos a partir de primeiro de janeiro.
Alguns deles ainda estão com processos para ser julgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e podem ter os votos anulados. Nesse caso, assume o segundo mais votado.
ACÚMULO
Como houve uma grande quantidade de processos, o TSE não conseguiu julgar todos eles antes das eleições. Em Sergipe tem aproximadamente 10 prefeitos sendo julgados.
Além disso, há um expressivo número de denuncias de uso do poder econômico na justiça eleitoral, que está em julgamento até 15 de dezembro.
MILITÃO
O advogado Antônio Militão Silva foi contratado para dar consultoria ao DER, por R$ 51.000,00, sem licitação.
Militão atuará nos procedimento da tomada de contas e audiência formuladas pelo Tribunal de Contas da União, referente à construção da ponte de Pirambu, na Rodovia-SE-100.
IRREGULARIDADES
O Tribunal de Contas da União (TCU) detectou algumas irregularidades, como uma alteração do projeto original, que provocou alteração de preço.
Um deles foi dúvida na necessidade da altura da ponte, o que acarretou um aumento de terraplenagem e encareceu a obra.
IMPESSOAL
A construção da ponte que dá acesso a Pirambu pela rodovia César Franco, foi construída na administração anterior, quando era diretor do DER, o engenheiro Joelson Costa.
Segundo explicou a assessoria do DER, o órgão público é impessoal, e tem que promover a defesa. Para isso, contratou os serviços de Antônio Militão Silva.
CONVERSAS
Os entendimentos para que o deputado estadual Gilmar Carvalho (PV) ingresse no Partido Liberal estão bem adiantados.
Segundo o deputado federal Heleno Silva (PL), neste final de semana terão novas conversas, para definir a filiação do parlamentar verde.
DECISÃO
O deputado Gilmar Carvalho não deixará o Partido Verde sem estrutura. Ele vai reunir o pessoal para manter a legenda bem organizada.
Na realidade o deputado Gilmar Carvalho deixa o Partido Verde em defesa de sua reeleição. Já está calculando o quociente eleitoral.
MANOBRA
Na realidade o deputado Gilmar Carvalho tem uma manobra que o derrote nas eleições de 2006, caso ele permaneça no Partido Verde.
Bata que a legenda tenha dificuldade de coligação para que ele possa ficar sem mandato, mesmo que tenha um bom percentual de votos.
LOURDES
A Justiça Eleitoral determinou que as eleições municipais de Nossa Senhora de Lourdes fossem realizadas no dia 28 de novembro.
A convenção do candidato da oposição, Péricles Barbosa (PT), para homologação da chapa, vai acontecer na próxima terça-feira.
COMITÊ
O deputado federal João Fontes (sem partido) avisou que dias 27 e 27 será realizada audiência pública, em Salvador, para aprovar o relatório do Comitê da Bacia do Rio São Francisco.
O documento é absolutamente contrário à transposição do rio São Francisco, embora o Governo esteja decidido a fazê-la.
FILIAÇÃO
O senador José Almeida Lima (PDT) deve se filiar ao PSDB na primeira semana após a realização do segundo turno das eleições.
Não será apenas Almeida Lima, o PSDB está levando para sua legenda vários outros parlamentares, com o objetivo de polarizar com o PT.
REUNIÃO
Semana passada foi marcada uma reunião entre os senadores Tasso Jereissati, Leonel Pavan, Antes Paz de Barros (todos PSDB) e Almeida Lima, com o deputado federal Bosco Costa (PSDB).
Até agora a reunião não acontece, mas Bosco espera que ela ocorra na próxima semana, sabe que é para conversar sobre a filiação de Almeida Lima ao partido.
FORTALECER
O secretário geral do PSDB, deputado Bismarck Maia (CE), conversou ontem com Bosco Costa e disse que o partido estava precisando fortalecer sua bancada no Congresso.
Bosco fez um relato do que realizou em Sergipe como presidente regional do PSDB e disse que iria aguardar a reunião com os senadores.
ALBANO
O ex-governador Albano Franco (PSDB) está aguardando as novas filiações e a partir delas saber para onde vai.
Bosco Costa lembrou que foi convidado para ingressar no PL logo quando assumiu o mandato e pensou em ir. Mas agora vai depender do grupo político que integra.
Notas
PESQUISA
Os jornais têm o segundo maior índice de confiança da população brasileira. A informação é do Instituto Ipsos-Novaction, com sede em São Paulo, que divulgou recente pesquisa dando conta de que 63% dos brasileiros depositam sua credibilidade neste tipo de mídia, pela veracidade das informações.
Os jornais perderam apenas para os Correios, que ficaram em primeiro lugar com 88%. A igreja vem em terceiro, com 60%, e em quarto, o rádio, com 59%. O governo vem na 12ª posição com apenas 15% da credibilidade popular.
JACKSON
O deputado Jackson Barreto foi o relator da medida provisória Nº 200 que dispõe sobre o Programa de Subsídio à Habitação Popular – PSH, votada na tarde de quarta-feira, na Câmara. A MP 200 era uma das 19 medidas provisórias que trancavam a pauta da Câmara e recebeu 14 emendas durante sua tramitação.
A medida trata do programa que ajuda a combater as expressivas carências habitacionais brasileiras, retratadas nas favelas, cortiços e palafitas, ocupações de terrenos e edificações, que gera um grave problema social.
CANINDÉ
O prefeito eleito de Canindé do São Francisco, Orlando Porto Andrade (PTB), teve uma quarta-feira de muitos compromissos em Aracaju, onde participou de encontros em companhia do tio, deputado Ulices Andrade (PSDB). Uma das metas do prefeito eleito é promover a inclusão social no município.
Orlando Andrade está disposto a colocar em prática um programa educacional, que garanta escola para todas as crianças de Canindé, na faixa etária de 7 aos 14 anos, incluindo merenda. Garante que dinheiro não vai faltar.
É fogo
A missa de sétimo dia da mãe do jornalista Luiz Eduardo Costa, D. Ana Costa, será às 10 horas do sábado, na igreja de São José.
O deputado Gilmar Carvalho (PV) continua sem querer falar sobre rádio. Acha que a parte profissional é outra coisa.
Alguns prefeitos eleitos estão com dificuldade de saber como anda a situação financeira dos municípios que vão assumir.
Os prefeitos não reeleitos estão impedindo que o seu sucessor faça um levantamento na Prefeitura, para saber em que solo vai pisar.
O Governo do Estado deverá contratar empréstimo junto à Caixa Econômica Federal – CEF – para execução de obras e serviços referentes à construção da barragem de terra no rio Poxim-Açu.
O governador João Alves Filho segue hoje para a Espanha, onde terá compromissos sobre turismo e com uma empresa da área petrolífera.
Comenta-se que o vereador Sérgio Góes (PL) está articulando mais um mandato de presidente na Câmara Municipal.
O ex-deputado Carlo Alberto, de Tobias Barreto, passa a ser o primeiro suplente de senador, com a eleição de Renildo Santana para a Prefeitura de Itabaianinha.
O secretário da Educação, Lindberg Lucena, depois de reunir-se com assessores e com o Sintese, viajou a Fortaleza para participar de um encontro da área educacional.
O prefeito eleito de Barra dos Coqueiros, Airton Martins (PT), viajou a Brasília para conhecer os caminhos dos ministérios.
A Receita Federal liberou a consulta ao 10º lote residual do Imposto de Renda de 2003 (ano base de 2002), composto por declarações que estavam retidas na malha fina.
Além do lote de 2003, a Receita Federal liberou a consulta ao 25º lote residual do Imposto de Renda de 2001 (ano base de 2000), de declarações que caíram na malha fina.
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