Muitos políticos enxergam as eleições de Aracaju como uma catapulta para a disputa eleitoral de 2026. A vitória de Luiz Roberto (PDT), por exemplo, beneficia uma possível candidatura de Edvaldo Nogueira (PDT) ao Senado, além, de ser importante para a campanha de reeleição do governador Fábio Mitidieri (PSD). Caso Yandra de André (União) vença o pleito municipal, André Moura (união) – pai dela – pavimenta seu antigo projeto de se eleger senador ou, quem sabe, disputar o governo estadual. O senador Rogério Carvalho (PT) trabalha a pré-candidatura da esposa Candisse Carvalho (PT) pensando na própria reeleição em 2026. Já o PL investe na pré-candidata de Emília Corrêa como um instrumento para um projeto futuro do ex-senador Eduardo Amorim (PSDB). Caso confirme a candidatura majoritária, a delegada de polícia Danielle Garcia (MDB) estará reforçando politicamente o senador Alessandro Vieira (MDB) em seu desejo de se reeleger daqui a dois anos. Portanto, quando os eleitores forem às urnas em outubro próximo, estarão escolhendo o futuro prefeito de Aracaju e depositando um voto de confiança nos caciques que patrocinam os postulantes à cadeira ocupada hoje pelo prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). Simples assim!
Ninguém quer
O Terminal Pesqueiro de Aracaju corre o sério risco de virar um elefante branco, um espaço físico sem qualquer serventia. É que o governo federal não consegue uma empresa privada que queira explorá-lo. Ontem, o superintendente Federal da Pesca e Aquicultura em Sergipe, Everton Siqueira, pediu socorro à Secretaria Estadual da Agricultura. Para se ter uma ideia, ninguém deu o ar da graça no último leilão visando encontrar um arrendatário. Após ouvir Everton, o secretário da Agricultura, Zeca da Silva, pediu um prazo de 10 dias para tentar encontrar uma saída que viabilize o funcionamento do Terminal. Só Jesus na causa!
Estágio criticado
Embora só ocorram em novembro deste ano, as eleições para a diretoria da OAB sergipana já despertam o interesse dos advogados, principalmente dos que pretendem participar do pleito como candidatos. Prova disso são as fustigadas entre oposição e situação. Agora mesmo, os adversários do presidente da Ordem, Danniel Costa, estão criticando o fato de o escritório que ele é sócio ter aberto uma vaga de estágio não remunerado. A oposição ao dirigente classista lamenta que isso ocorra justo quando há uma forte discussão na categoria sobre respeito às prerrogativas e valorização da advocacia. Marminino!
Infância perdida
Quase 14% das meninas brasileiras de seis a 14 anos afirmam trabalhar ou já ter trabalhado para terceiros. Pesquisa contratada pela Ong inglesa Plan International revela que uma em cada três meninas disse não ter tempo suficiente para brincar e estudar. Mais de 37% das entrevistadas que dizem trabalhar prestam serviço na casa de outras pessoas, cuidando das crianças, fazendo faxina e outras atividades domésticas. Cerca de 5% das pesquisadas revelaram que trabalham nas ruas vendendo coisas e recolhendo material reciclável. Cruz, credo!
Bom de garfo
O deputado federal Nitinho Vitale (PSD) é um camarada bom de garfo. Sempre que pode, o homem se arma de talheres e cai de boca nas comidas típicas de Sergipe. Nas andanças pela periferia de Aracaju, o pedessista não dispensa o convite para um apetitoso regabofe, como fez, outro dia, na casa de Luciene, sua amiga e eleitora de carteirinha. Entre um abraço e um aperto de mão nos eleitores, Nitinho se refastelou com um reforçado prato de mocotó. Aliás, daqui até as eleições de outubro os políticos vão comer de tudo e em qualquer lugar. Haja apetite!
Doutor Bodega
Amanheceu com uma tremenda dor de dente e não tem como ir a um posto de saúde? Que tal uma generosa dose de cachaça com pólvora? Escrito por Souto Maior, o Dicionário Folclórico da Cachaça também ensina que pinga misturada com caroço de algodão pisado cura sarna e todo tipo de coceira. Contra alcoolismo o escritor aconselha misturar cachaça com terra de cemitério, uma pena de urubu torrada e cocô de galinha. Para dor de corno não existe um “remédio” específico, porém os bodegueiros sugerem que o miserável encha a caveira de cachaça, pois, segundo eles, ponta é como dentadura, demora mais acostuma. Arre égua!
Espionagem atacada
Veja o que o jornalista Lauro Jardim publicou no Jornal O Globo: “Alessandro Vieira (MDB), um dos políticos monitorados pela ‘Abin paralela’ do governo Bolsonaro, apresentou há cinco meses um projeto para que o Senado regulamente justamente o uso de ‘softwares espiões’ pelo poder público. A proposta surgiu antes da revelação, na semana passada, de que o nome do senador constava no relatório da PF sobre alvos da arapongagem bolsonarista”, escreve Jardim. Misericórdia!
Sem descanso
A Câmara Municipal de Aracaju entrou de recesso até o dia 1º de agosto próximo, mas isso não significa descanso para os vereadores. Como este é um ano de eleições, os 24 parlamentares aracajuanos vão percorrer a cidade atrás de votos. Eles e elas sabem que o corpo-a-corpo continua sendo uma grande arma para quem pretende conquistar a simpatia do eleitorado. Emília Corrêa (PL) e Ricardo Marques, respectivamente, pré-candidatos a prefeita e vice na mesma chapa, devem bater pernas pela periferia da capital para ouvir as reivindicações da população e fiscalizar a administração municipal. Crendeuspai!
Alianças indigestas
Com raríssimas exceções, as coligações políticas em construções para as eleições deste ano parecem mais um indigesto sarapatel de coruja. O eleitor vai se deparar com alianças de todos os tipos e gostos. Esse indigesto prato partidário, temperado no capricho para enganar o cidadão, visa garantir um bom vinho e melhor caviar aos candidatos vitoriosos nas eleições de outubro. Depois das posses na Prefeitura e na Câmara de Vereadores, os cozinheiros da indigesta gororoba política vão esconder a mesa farta e dizer ao povo simplesmente: “Nem vem de garfo, que hoje é dia de sopa”. Home vôte!
Noite de autógrafos
O desembargador João Hora Neto lança, hoje, o livro “A Força Normativa da Boa-Fé Objetiva”. A noite de autógrafos está agendada para o Museu da Gente Sergipana, no centro de Aracaju. A publicação é fruto da tese de doutorado do magistrado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). O livro faz uma abordagem sobre a boa-fé objetiva, originária na contratualística romana (bona fides) e que perpassou diversos ordenamentos jurídicos ocidentais. Prestigie!
Recorte de jornal